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Tiê e Adriano Cintra lançam o projeto FogoFera

Tiê e Adriano Cintra – Foto: Thany Sanches

Com mais de 200 milhões de visualizações em seus clipes e 13 anos de carreira, a cantora e compositora Tiê une-se ao músico, compositor e produtor musical Adriano Cintra, fundador e produtor do Cansei de Ser Sexy e autor de remixes de gigantes como Kylie Minogue, Mark Ronson, Nine Inch Nails, B52’s e Sia, no projeto FogoFera. A nova banda dos artistas veteranos e consagrados lança, a partir de 26 de agosto, o álbum ”Eu Te Amo” e inova também ao apostar num modelo de negócios que monetiza suas produções com a socialização de direitos autorais.

Por meio da plataforma TuneTraders, FogoFera oferece 90% dos royalties digitais da obra para que seus apoiadores façam parte da história do álbum e recebam o rendimento com eles nos próximos três anos. A campanha da TuneTraders já está no ar e os fãs podem adquirir quantas cotas de R$ 50 desejar até o dia 26 de agosto. São nove faixas, lançadas em cinco semanas. O álbum completo estará disponível no dia 26 de setembro.

A história de Tiê e Cintra carrega uma profunda sintonia que agora se funde em parceria de banda, na qual ambos dividem autoria e interpretação de todas as faixas de um álbum. Cintra, que já coproduziu dois álbuns de Tiê, ”Esmeraldas” (2014) e ”Gaya” (2017), elege a cantora como uma das vozes mais adequadas para um disco de amor, como o que inaugura a trajetória de FogoFera. “Acho a voz da Tiê muito doce, ela tem uma inocência, uma verdade muito confessional.”

Conhecida por letras que quase sempre revelam aspectos de sua vida, Tiê vê a parceria com Cintra em FogoFera como uma transição suave que inaugura um outro momento autoral, com mais leveza e frescor. Embora existencial e profundo, ”Eu Te Amo” deixa a dupla mais livre para experimentar. Adriano também sente essa liberdade na escolha do modelo de lançamento, que “não depende desse sistema antigo de vender música”. ”Socializar os direitos e aproximar o artista do fã, também faz com que o fã passe a ser um embaixador da música, com interesse em sua difusão”, reflete.

“É diferente de crowdfunding: é ser coprodutor da obra do seu artista favorito, ao antecipar cotas dos royalties e receber junto por cada play nas plataformas de streaming. A TuneTraders propõe uma revolução no mercado fonográfico com modelo inédito de antecipação, validação e redistribuição de royalties via blockchain”,  explica Carlos Gayotto, fundador da TuneTraders.

A catarse emocional já oferecida por Tiê e Cintra em outros hits se mantém em FogoFera, desta vez com um toque de nostalgia na sonoridade. Em trechos como “nessa casa cê não cabe mais, eu vou pagar pra ver”, a dupla anuncia que o velho já não tem mais lugar e que é hora de dar espaço para o novo. Assim, as canções de FogoFera são atuais e convidam a mergulhos emocionais, daqueles de dançar chorando na pista. Encostar a mão no fundo do poço como catapulta para subir. E poucas coisas são mais satisfatórias que uma volta por cima cantada com o coração.

Em FogoFera, o coração de Tiê e Cintra sai pela boca e ganha forma em cada música encharcada de sentimento. Sim. O coração. Único. Porque em Fogo Fera os dois viraram um só peito, uma só voz que narra emoções de muitos. A fera está em chamas. Não vai faltar fogo para incendiar nossos corações. FogoFera estende a mão, te conduz para pista, acolhe o amor doído mas relembra que não há outro caminho: as pessoas gostam de pessoas que gostam de si mesmas. E é tempo de amar. Mas de se amar primeiro.

Os testes das músicas feito pela dupla atestam a vocação dançante da obra. “Eu voltei a dançar ouvindo FogoFera, depois de um período tão denso e introspectivo que todos passamos. É um disco sobre amor próprio e amor para distribuir, com ausência de expectativas. É um som para curtir, criar, dançar e relaxar“, revela a cantora que pretende inspirar as pessoas a também se deixar levar pelo movimento por meio das músicas novas. As faixas são declarações de amor, mesmo quando contam uma história de término. “Renunciar a um relacionamento que não é saudável também é uma forma de amor”, conclui. Já o termômetro de Cintra é o quão estimulante a música se mostra também para exercícios físicos. “Eu gosto de fazer disco para eu ouvir na academia. O ‘Eu Te Amo’ foi testado na esteira e em corridas no parque Ibirapuera e passou com sucesso”, diverte-se.

O nome da nova banda de Tiê e Cintra foi inspirado pelo título de uma música do artista portugues punk Rodrigo Vaiapraia, que Cintra produziu em 2019. O álbum traz uma unidade estética na produção que conta com três elementos bem definidos: uma bateria eletrônica Oberheim (clássica da banda New Order), um baixo Yamaha DX7 e timbres de um sintetizador Profeth. “Fiz um exercício criativo intuitivo como se eu tivesse só estes instrumentos para fazer todas as músicas“, explica Adriano. “Sou da geração laptop music. Faço tudo no laptop. Gravei no meu computador, com simplicidade. A diferença é que agora tenho uma placa mais moderna. Não preciso de muitos elementos para fazer música”, finaliza. 

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