Por Lígia Krás
Quem olha o Instagram do cantor Rodrigo Alarcon, entende logo por que seus quase 81 mil seguidores comentam tanto sobre seu estilo – algo que o artista tem de sobra e que deixa claro o quanto ele é ligado em moda: “Sou formado em design gráfico, amo me vestir e explorar visualmente minhas obras ao máximo. Gosto muito de misturar linguagens, tanto no visual quanto na música, pois acho que as diferentes plataformas se complementam e criam um universo estético para cada obra. O que faço é produto do meu tempo e uso de muitas referências do passado pra criar a partir do meu mundo essa linguagem”, explica.
A história de Alarcon na música vem desde o início de 2007. Antes ele até chegou a fazer algumas aulas de violão, mas não gostou; e aos 15 anos montou sua primeira banda, na época em que o cenário emo estava em crescimento no Brasil. “Tive bandas de rock até 2016, a última, inclusive, existia quando eu soltei meu primeiro ‘single’ solo, ‘O Lado Vazio do Sofá’. Coloco single entre aspas porque até aquele momento eu não tinha a menor vontade de ter um projeto solo, foi por muita insistência dos meus amigos que eu soltei o vídeo na internet e, surpreendentemente, no primeiro dia da música no ar ela já alcançou 100 mil plays. Aquilo me fez entender que tinha algo diferente nesse lado meu que eu mal havia explorado.”
Meio bossa nova e rock’n’roll
Cheio de referências, ele se inspira naqueles que chama de pilares da nossa cultura – Gilberto Gil, João Gilberto, Maria Bethânia, Gonzaguinha, entre muitos outros. Mas cita como vantagem dos tempos atuais a facilidade em pesquisar música, através de plataformas de streaming. “Vivo misturando coisas do passado e música contemporânea que vou descobrindo ao longo da minha pesquisa. Existe muita música boa acontecendo ao redor do mundo”, diz o cantor. “Nas artes visuais a mesma coisa, temos grandes capistas desde a época do vinil como Elifas Andreato, que nos deixou recentemente. Sou muito fã de um artista visual português chamado Braulio Amado, acho as capas que ele faz incríveis.”
Com show marcado para este sábado (06.08) no Circo Voador, no Rio de Janeiro, ao lado da banda Jovem Dionísio, Alarcon pensou seu novo álbum, “Rivo III e a Fé”, com forte pegada estética. Cada faixa do disco é acompanhada de um clipe, ou seja, cada música é um capítulo na história de Rivo, personagem da trama, vivendo sua vida entre os anos de 2020 e 2021 na cidade de São Paulo. Ele participou de cada etapa da produção: direção, atuação e edição, além de compor todas as faixas do disco.
Com temas que transitam entre amor e equilíbrio nas letras das músicas, Alarcon vê esse momento como um retorno: “Eu amo o palco, acho que é nele que o artista é verdadeiramente recompensado. Esse disco nasceu de um período muito longe dele e do público. Isso certamente reflete na minha entrega e dos músicos que me acompanham no palco. Amo ver o público cantar tanto as músicas antigas quanto as do disco novo. O show foi pensado para ser um momento único na vida de quem estiver ali.”