Xand Avião: “Não quero ficar só como história, quero fazer mais história”
Xand Avião com MC Pedrinho nos bastidores do clipe de “Bololô” – Foto: Divulgação/Jeff
Não são tantos os cantores que conseguem emplacar hits por décadas, mas Xand Avião é um deles. Em carreira solo desde 2018, com o fim do Aviões do Forró, o artista segue fazendo multidões dançarem com seu forró eletrônico, ritmo que por definição tem influência de outros gêneros, como sertanejo, pop, rock e axé. Como não há de ser diferente, a confluência com outros estilos segue até hoje em sua trajetória, incluindo parcerias com nomes de sucesso da música brasileira como Gusttavo Lima, Sorriso Maroto e Turma do Pagode. Nesta sexta-feira (05.08), ele lança single e clipe de “Bololô”, com MC Pedrinho, uma aposta chiclete que promete ser mais um sucesso em sua discografia.
“Não quero ficar só como história, quero fazer mais história, por isso que estou sempre procurando, lançando música”, compartilha o artista, que comemora duas décadas de carreira neste ano. “Eu não quero parar, quando eu subo no palco, quero ter aquela emoção e quero que o público também tenha aquela emoção de ter um artista que está sempre se preocupando com eles”, conta em entrevista ao RG.
Xand Avião – Divulgação
Em 17 de setembro, o ex-Aviões do Forró faz mais uma edição do tradicional Aviões Fantasy, evento que começou sendo uma comemoração ao aniversário do antigo grupo e leva pessoas de todo o Brasil a Fortaleza para curtir uma festa à fantasia com atrações como Anitta. Em um evento que reúne dezenas de milhares de pessoas por ano, Xand ainda inspeciona os mínimos detalhes, dos banheiros ao palco.
Leia a seguir o papo que RG teve sobre seus 20 anos de carreira, novos lançamentos, próximos projetos e vontade de fazer o Brasil conhecer a capital do Ceará.
RG – São 20 anos de carreira neste ano. Como é chegar a essa marca?
Quando eu cheguei em Fortaleza 20 anos atrás, tinha um folclore de que banda de forró só duraria dez anos, então para mim é um feito histórico a gente estar chegando em 20. Quando eu vim da minha cidade, de Caicó, no Rio Grande do Norte, para cá, eu só queria cantar e sustentar minha família, nunca imaginei que iria virar um cantor nacional conhecido no Brasil inteiro, ainda mais com 20 anos de carreira. Não quero parar agora, quero mais, quero música nova, quero alcançar os filhos dos fãs que são meus fãs há 20 anos, por isso que a gente sempre está se renovando para virem mais 20. Fico muito orgulhoso de tudo que a gente traçou, uma carreira tão sólida. Não conheço uma banda que tem tanto hit quanto a gente tem no nosso segmento.
RG – Como surgiu a parceria com o MC Pedrinho em “Bololô”?
É uma história engraçada. Ele me chamou no direct e eu até pensei que era um fake falando comigo. O cara com música estourada com Pedro Sampaio, no auge do sucesso, e indo me procurar? Mas era ele mesmo. Disse que mãe é minha fã e que o sonho dela era ele cantar comigo. O som é uma mistura de piseiro com funk e forró, com produção do DG e Batidão Stronda, que são aqui do Nordeste. Peguei meu único dia de folga depois de 37 shows no São João para gravar o clipe em São Paulo.
RG – Você comentou que quer mais 20 anos de carreira. Quais são seus próximos projetos?
Vai ter o Aviões Fantasy é um evento que a gente faz todo ano em Fortaleza e estamos há dois anos sem fazer. Todo ano tem um tema específico, esse ano é máquina do tempo. A gente vai fazer uma viagem no tempo desde a era pré-histórica até o futuro. Vamos ter nomes como Gusttavo Lima, Pedro Sampaio, Mari Fernandez, Felipe Amorim e Gustavo Mioto.
Daqui para o fim do ano ainda quero fazer um projeto em comemoração aos 20 anos, com algumas músicas minhas que já foram hits nacionais, como “Coração” e “Chupa Que É de Uva”, mas quero ouvir cantores que não são do forró cantando músicas minhas. Seria, digamos, como se eu cantasse com a Luísa Sonza. Mas ainda estamos estudando os nomes. Se tudo der certo, tem mais uns quatro feats para soltar até o fim do ano também.
RG – Como surgiu o Aviões Fantasy, que é uma festa de forró à fantasia, e qual a importância desse projeto para você?
A gente criou há 6 anos em comemoração ao aniversário do Aviões do Forró, que é em outubro, aí puxamos para setembro. Surgiu a ideia de fazer uma festa à fantasia. No começo eu fui contra porque achei que não combinava uma banda de forró ter uma festa à fantasia. Ir numa festa à fantasia tem um custo, ou você aluga a fantasia ou você manda fazer. Eu não via ninguém lá embaixo fantasiado dançando forró. Mas eu quebrei a cara. Na primeira edição, deu 12 mil pessoas, depois 17, 25, 35. Hoje estamos com quase 30 mil vendidos para a edição deste ano. É uma experiência que a gente proporciona para o fã e é meu cartão postal. Tem gente que não sabe meu nome mas sabe que eu faço o Fantasy. Muita gente pergunta por que não levo para outros lugares do Brasil. Eu quero que o pessoal venha pra Fortaleza, conhecer a nossa cidade, que é linda, as nossas praias.
RG – Como é ver que depois de 20 anos você ainda consegue reunir tanta gente?
Todo ano eu choro pelo tamanho do evento. É muito trabalhoso, passo uma semana sem dormir , eu acompanho desde a montagem do palco até os banheiros, eu quero que o fã seja o mais bem tratado possível. Quando eu subo no palco, fico feliz demais de saber que tem tanta gente nova aparecendo no forró agora e que esse público ainda quer me ver. Não quero ficar só como história, quero fazer mais história, por isso que estou sempre procurando, lançando música. Quando eu subo no palco quero ter aquela emoção e que o público também tenha aquela emoção de ter um artista que está sempre se preocupando com eles
RG – Como você avalia essa retrospectiva de duas décadas de sucesso?
Definindo em uma palavra, acho que seria estabilidade. O pico do sucesso do Aviões do Forró foi em 2012, e de lá para cá a gente nunca sumiu. A gente está sempre entre os dez principais. Falou em forró no Brasil , se lembra do Aviões do Forró e se lembra do Xand Avião.
RG – Vamos ver você em uma nova dupla ainda?
Eu estou sempre fazendo parcerias. Acabei de lançar “Balanço da rede” com o Matheus Fernandes. Tenho o evento Viixe, onde rodamos o país inteiro, eu, Nattan, Zé do Vaqueiro, João Gomes, Vitor Fernandes e Tarcísio do Acordeon. Então eu tenho várias duplas, digamos assim, que é como se fossem amigos do forró, mas dupla mesmo para os meus shows por enquanto acho que não.