Top

MG: residência artística quer impulsionar a presença negra e indígena na arte

Foto: Vitória Leona

Com o objetivo de impulsionar a presença negra e indígena no futuro da arte contemporânea brasileira, afastando artistas de um possível apagamento, a residência “Travessia” chega para sua 2ª edição na Refazenda Rio Xopotó (Distrito de Desterro do Melo/MG) entre os dias 23 de julho a 23 de agosto. Neste ano, a iniciativa recebe sete artistas de diferentes regiões brasileiras para uma imersão de 30 dias de criação, liberdade e desenvolvimento artístico, através de atividades como passeios locais, workshops e oficinas.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

Nascida como Residência Artística Refazenda Rio Xopotó, essa edição vem sob novo nome, mas com o mesmo propósito. “Travessia” é um projeto de facilitação para que artistas dissidentes tenham oportunidade de se expressar. A residência é gratuita e oferece todos os materiais necessários para a criação e desenvolvimento dos artistas.

Foto: Vitória Leona

“Desde a edição de 2021, nós estamos nos planejando para que a residência se torne um evento anual, com mais estrutura e suporte para que os artistas possam criar sem limitações. Antes de qualquer coisa, nós perguntamos a cada um deles quais materiais precisam, assim, não é necessário trazer nada além de sua criatividade”, conta Aniké Pellegrini, realizadora do projeto.

Foto: Vitória Leona

Durante o mês, os artistas também aprofundam em si, trocam experiências entre eles e participam do dia a dia da Refazenda, desde colheitas nas hortas, até banhos de sol e cachoeira. A alimentação fica este ano por conta do chef Lucas Abreu, seguindo as premissas de aproveitamento máximo dos ingredientes e alimentação consciente. Entre os passeios, haverá visita à Semana Criativa de Tiradentes e o grupo também prestigiará o Festival Meca Inhotim, em parceria com o evento e apoio da Prefeitura de Desterro de Melo. Ainda fruto deste apoio junto a marca Mancha Orgânica, os artistas da residência ministrarão uma oficina de experimentação artística para crianças da cidade.

Dentre as novidades da edição deste ano, estão o lançamento de um podcast de arte gravado durante a residência e o leilão que acontece após residência, realizado no mês de outubro durante a Semana de Artes de Tiradentes. “Acreditamos que esse é o momento para explorar a inovação e a tecnologia dentro do que estamos falando. O protagonismo na arte, por si só, há muito tem sido um assunto reservado para pessoas brancas. Quando adicionamos tecnologia e comercialização ao nosso trabalho, fica ainda mais restrito. A nossa ideia é propor diálogo assim com zelar pelos artistas independentes, vamos falar sobre criatividade mas vamos falar também sobre dinheiro, sobre negócios, sobre tecnologia e usar esse conhecimento para impulsionar ainda mais a arte, gerar conexões para então traçar novas formas de negócio”, afirma Aniké.

Mais de Cultura