“Amo a regra que corrige a emoção. Amo a emoção que corrige a regra”. A máxima de autoria do pintor francês Georges Braque, um dos expoentes do cubismo, é um dos nortes da produção de Dudi Maia Rosa. Um recorte amplo de sua obra, com cerca de 40 trabalhos, entre criações que datam de 1993 até os dias atuais, realizadas nos últimos anos, será exibido na exposição “Tudo de Novo”, em cartaz de 6 de agosto a 3 de setembro na Galeria Millan.
Obras em resina poliéster pigmentada – técnica sobre a qual Maia Rosa se debruça, há décadas e de forma pioneira, ocupando um papel central em sua prática – serão exibidas ao lado de trabalhos em pequenos formatos, nos quais a resina se funde a materiais como pedaços de vidro, alumínio, latão e plástico.
“Muitas vezes encobertos por sutis camadas de cor, seja pelo uso pontual da tinta a óleo, acrílica ou pelo emprego de carvão ou grafite, são peças que resultam em delicadas assemblages bidimensionais, cujas composições pautadas por ruídos visuais contrastam com as propriedades cromáticas e de luminosidade dos trabalhos em maior escala”, reflete Victor Gorgulho, curador da exposição.
A obra pictórica de Maia Rosa não nasce sobre a superfície, mas sim por meio da cor inserida por detrás de sua base e por meio de planos amplos. São trabalhos que respondem ao aqui e ao agora, com aspectos tridimensionais de cores e formas internas, e volumes e relevos que retém a luz dentro de si, se assemelhando ora com quadros, ora com telas de projeção, ora com vitrais.
O título da mostra deriva de uma frase escrita por Maia Rosa em uma das pequenas obras em resina e fibra de vidro e, segundo o curador, em texto que acompanha a exposição, “remete à natureza irrevogável do labor artístico próprio do ateliê, da vivência diária do estúdio onde nascem e concretizam-se as ideias artísticas; bem-sucedidas ou falhas”.
Galeria Millan – Rua Fradique Coutinho, 1.360/a.416, Pinheiros, São Paulo, SP.