Maurício Pereira e Tonho Penhasco – Foto: Biel Basile
“A maneira ‘micro’ de ver o mundo é sem firulas, com poesia e guitarra pura”. Foi com essa convicção que Maurício Pereira, na companhia de Tonho Penhasco e sua guitarra Semi, construída pelo próprio guitarrista, revisitou canções do seu repertório para o oitavo disco-solo da carreira. Depois de lançar “Um Teco-Teco Amarelo em Chamas” e “Pan y Leche” como singles, o paulistano apresenta “Micro” em todas as plataformas de streaming de áudio a partir desta terça-feira, 12 de julho.
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A dupla viu a gênese de “Micro” surgir durante a turnê #OutonoMICRO, na qual viajaram com o álbum Outono no Sudeste (2018) pelo Brasil de forma independente, com shows “ágeis e portáteis”. Apesar do pequeno porte das performances, elas deviam ser “grandiosas como se fossem shows no Carnegie Hall”, segundo Maurício. A filosofia “micro” foi ganhando força na estrada, assim como a parceria entre os músicos, que trabalham juntos desde 2007. “Eu respiro e o Tonho respira comigo; ele olha pro alto e eu sei pra onde ele vai tocar. A gente se conhece bastante e isso gera muita energia”, completa Maurício.
Com um amplificador Fender Twin de Lucinha Turnbull cheio de histórias, e um “microfonaço da antiga, desses que o Elvis usaria”, Maurício e Tonho reconstruíram e reaprenderam 12 composições, escolhidas dentre as mais de 40 músicas que tocaram em turnê. “Micro” também renova a parceria do cantor e compositor com o produtor Gustavo Ruiz, que assinou seu disco anterior, “Outono no Sudeste”, de 2018.
“Tem música lado A, como ‘Pan y Leche’, ‘Imbarueri’ e ‘Um Dia Útil’, e também umas mais lado B, tipo ‘Um Teco-teco Amarelo em Chamas’ e ‘Não Me Incommodity’. Outras faixas estão no disco porque eu precisava brincar um pouco com as palavras, como ‘Andas Seca’ e ‘Criancice'”, explica Maurício. Micro ainda inclui as soluções musicais de Tonho para “Fugitivos”, “Deixa Eu Te Dizer” e “Não Adianta Tentar Segurar o Choro”; além da necessidade do guitarrista de soltar um blues em “Outono no Sudeste”; e a simplicidade de “Pra Onde Que Eu Tava Indo”.
O que era para ser um show funcional se transformou em energia, poesia e linguagem por meio de um trabalho de artesão. Em Micro, “tudo está muito às claras. Não tem maquiagem. Se a gente errar, errou. Se a gente se emocionar, se emocionou; se a gente gerar luz, a gente gerou luz. É um instrumento puro ali, é a voz pura ali, um som que não tem maquiagem, um diamante bruto”, finaliza Maurício.