Foto: Victor Pollak; Styling: Juny Martins; Beleza/Visagismo: Gilvete Santos
A atriz e cantora Duda Brack estreou esta semana o clipe para a música “Man”, single do álbum “Caco de Vidro”, lançado em 2021. No vídeo, com ares de curta-metragem, ela faz par romântico com Gabriel Leone e interpreta cenas quentes ao lado do ator. “(Ele) também colaborou para o rumo de uma cena de uma forma diferente do que a gente tinha pensado e colocado no papel, sempre enriquecendo muito o resultado”, conta ela ao RG.
A artista conta que viveu situações abusivas, mas a trama em si não é uma caricatura autobiográfica. “A ideia é provocar uma reflexão acerca das estruturas de relações sobretudo heterossexuais, que ainda são muito presentes no patriarcado nosso de cada dia”, relata. “Estamos em processo de transformação e acredito muito nisso, mas essas estruturas ainda existem de forma sutil e, às vezes, até silenciosa.”
O vídeo foi escrito pela própria Duda ao lado de Ana Campos, Rebeca Brack e Felipe Herzog. Faz parte da trilogia”Uma saga de Duda Brack”, que, nos anteriores, dividiu cena com Ney Matogrosso, em “Toma Essa”, e com Alice Caymmi, em “Pedalada”. Leia, a seguir, a entrevista com a atriz que está no ar na novela “Além da Ilusão”, trama das 18h na Globo, onde interpreta a vedete Iolanda:
Foto: Victor Pollak; Styling: Juny Martins; Beleza/Visagismo: Gilvete Santos
Como a moda ajudou a contar a história nesse clipe?
A moda é uma forma muito potente de modular a sua energia através da construção de arquétipos… Você consegue transmitir sensações, criar um personagem, imprimir uma personalidade e comunicar ao mundo uma mensagem… No cotidiano, a roupa que a gente escolhe, a cor, o tecido, o corte, e, sobretudo, na arte. A moda me ajuda no processo de composição de personagem e de imprimir linguagem estética.
Você interpreta uma mulher que coloca fim em um relacionamento abusivo. você já viveu algo semelhante em algum relacionamento afetivo?
Já, já vivi situações abusivas. Vínculos, afetos abusivos. A história da saga não é sobre a minha história, não é uma caricatura de uma história minha que vivi, mas é influenciada, sim, por coisas que vivi. Coisas que mulheres da minha família viveram, amigas minhas viveram… É um pouco inspirada nisso porque a ideia é provocar uma reflexão acerca de estruturas de relações sobretudo heterossexuais, que ainda são muito presentes no patriarcado nosso de cada dia. Estamos em processo de transformação e acredito muito nisso, mas essas estruturas ainda existem de forma sutil e, às vezes, até silenciosa.
Como você e o Gabriel Leone trabalharam na construção dos personagens?
Nesse projeto, quando a gente foi fazer o primeiro clipe, a gente teve dois encontros de preparação, que foram fundamentais para a gente criar uma intimidade física mesmo, de corpo com corpo, de se tocar, e de entender a dinâmica que existia ali naquela relação… Qual era a faísca… Onde aperta, onde dói, onde solta, onde afrouxa, onde é prazeroso e onde não é… Para a gente entender como a gente ia construir o lugar dele e o meu naquela história. Uma vez que a gente fez isso e rodou o primeiro clipe já estava tudo muito entendido… Então era muito mais a coisa da gente trocar antes sobre o que era o roteiro e chegar lá na hora e matar no peito, pois o Gabi é safo, a meu ver um dos maiores atores da minha geração e muito criativo, colabora muito, chega sempre com ideias que vão além do que está escrito no papel… Além dele imprimir de uma forma muito autêntica, ele tem uma energia super dele em cena… Esse clipe “Man”, especificamente, a gente rodou com uma trilha sonora inteira de outras músicas de outros artistas e foram poucos os momentos que a gente usou a minha música que era a do clipe. A gente ouviu desde Mário Lúcio a D’Angelo, de Amy Winehouse a Rosalía. Inclusive, eu vou soltar no meu perfil do Spotify a playlist com as músicas que a gente usou para rodar durante a gravação do clipe.
Foto: Victor Pollak; Styling: Juny Martins; Beleza/Visagismo: Gilvete Santos
Qual é o estilo musical que mais te atrai?
Minha escuta musical é muito diversa. Eu não tenho um ritmo, um gênero, um estilo preferido, escuto de tudo… Eu vou de Timbalada a Paco de Lucía na mesma playlist, amo rock e amo pagode com a mesma intensidade e acho que tudo isso está presente e refletido no meu trabalho… Eu amo música e tudo é música!
O que pretende transmitir com a sua arte, em especial, com a sua música?
Vida, fogo, paixão, cura, transmutação, renovação, desejo, gozo, liberdade… De forma geral, no final das contas, é para acender tudo isso que eu faço música.
Foto: Victor Pollak; Styling: Juny Martins; Beleza/Visagismo: Gilvete Santos
Como está sendo a experiência de fazer sua primeira novela, na Globo, em “Além da Ilusão”?
Misto de euforia com exaustão, pois tem sido muito intenso esse processo. Gravar novela é uma loucura, o ritmo é superacelerado, mas eu estou completamente apaixonada pelo processo, pelo ofício, muito envolvida com meu personagem… Dei uma sorte muito grande porque estou cercada por um elenco incrível, por uma equipe maravilhosa, fui super bem acolhida e já estou sofrendo porque vai acabar, com medo de encarar esse vazio que vai ser… Mas consciente de que eu cresci muito, aprendi muito e que eu vou levar na minha memória essa experiência, guardar em um cantinho muito especial do meu coração pra sempre porque foi e tem sido de verdade muito especial.