O presente de aniversário pelos 60 anos do pai se tornou um presente também para os amantes da música moderna, ousada, com atitude. “Ímpar 60”, novo álbum de Antonia Morais, só com canções de Orlando Morais, chegou nesta sexta-feira (08.07) com 11 faixas charmosas e intensas. O disco com lançamento da Altafonte tem produção da própria Antonia em parceria com Artur Kunz e é acompanhado por um minidocumentário sobre o processo criativo. Ouça aqui!
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“É um disco para se afundar e só voltar a respirar quando ele acaba. As músicas do meu pai têm um nível de intensidade tanto nas letras quanto nas melodias muito forte”, opina a cantora. Para ela, “Ímpar 60” é recheado de instinto, necessidade e intuição. “Eu entendi que desde pequena sempre me imaginava cantando essas músicas em algum momento da minha vida”, lembra. E a intimidade da artista com o repertório é mesmo notória. Antonia desfila calmaria e força nas interpretações na proporção ideal.
O disco traz a participação de Orlando na faixa “Tempo bom” e na vinheta de “Cruzando Raios” mesma canção que pai e filha cantaram juntos quando ela tinha 7 anos. “Tempo Bom” era a música que mais ecoava na cabeça de Antonia enquanto Orlando esteve internado em março do ano passado, por Covid-19. “Achei que ele fosse morrer e não queria que ele morresse antes de escutar”, recorda. “Quando vi que estava no processo do disco e meu pai passando por aquilo tudo, tive medo de ser um pressentimento e esse álbum ser uma despedida. Ele estava num estado bem crítico e passei a enxergar este álbum como uma missão. Felizmente, graças a Deus, estamos comemorando a vida dele”.
Talvez por toda história e conexão envolvidas entre a cantora e o compositor, cada verso cantado por Antonia impacta os ouvidos. “É muito emocionante ver uma filha, pegar sua obra e ler ela de uma maneira completamente diferente. Neste disco Antonia entrou, capinou, arou e colheu. E suas flores sempre têm espinhos, que é uma coisa que amo”, destaca Orlando. Segundo ele, “Ímpar 60” se tornou um álbum de novas composições das suas composições. “ O artista, ele cria, está conectado com seu tempo, sua realidade e suas emoções”, resume.