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Bruxa, cozinheira e diva decadente, personagens que consagraram Andrezza Massei

Andrezza Massei voltar ao papel de Úrsula em “A Pequena Sereia” – Foto: Rodrigo Negrini

Dona Lovett talvez lhe dissesse para comer um pedaço de torta e tomar um pouco de gin antes de começar a leitura deste texto. Úrsula provavelmente lhe sugeriria um acordo fadado a dar mais certo para ela do que para você. E Norma Desmond passaria o tempo todo tentando lhe convencer de que ainda merece retornar às telas. Mas o que todas essas personagens têm em comum, é o privilégio de terem sido interpretadas por Andrezza Massei, um ícone do teatro musical.

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Papéis de sua vida, como a própria atriz conta, as personagens de “Sweeney Todd”, “A Pequena Sereia” e “Sunset Boulevard” eram desejadas por Andrezza desde que ela entrou para o mercado dos musicais e, com o tempo e um pouco de paciência, ela acabou conseguindo exatamente o que queria. “Sempre comento que existiam três papéis que eu adoraria fazer, então joguei para o Universo, que retornou com isso para mim de uma forma muito especial”, afirma.

Mas não foi tão fácil quanto parece. A artista, que entrou no teatro musical porque já tinha certa experiência como cantora, precisou de alguns anos no mercado para ir conquistando suas personagens de maior destaque. “Um anúncio de jornal falando de ‘Les Miserables’ chamou minha atenção, vi que tinha a ver com música e resolvi dar uma chance”, diz ela, que começou de forma despretensiosa e nunca mais parou.

“Eu cheguei a fazer faculdade de fisioterapia, mas foi um pouco por conveniência, depois que entrei no mundo dos musicais acabei nem trabalhando com isso”, conta ela, que iniciou a carreira junto ao grande boom dos musicais internacionais no Brasil. “Os Miseráveis” não foi apenas a estreia de Andrezza no teatro, mas também a primeira montagem de uma grande franquia em seu formato original. 

Andrezza Massei caracterizada de Úrsula – Foto: Pedro Dimitrow

Franquia que, inclusive, voltaria outras vezes ao País e que, 16 anos depois, daria a atriz a oportunidade de interpretar Madame Thénardier, papel com o qual ganhou o título de Melhor Atriz Coadjuvante em diversas premiações. Entre esses e outros reconhecimentos, Andrezza construiu uma carreira que já tem 22 anos, e se especializou realmente no assunto. 

“A partir do momento que comecei a trabalhar com musical eu senti essa necessidade de estudar sobre, fui fazer cursos, aprender mais, e nesse meio tempo descobri que eu conseguia passar isso para frente”, destaca. Foi assim que Andrezza se reconheceu também enquanto preparadora vocal, o que lhe abriu outras portas, ajudando nos espetáculos até quando não estava em cena.

Em sua trajetória, alguns papéis se destacam, como a Rose de “Mamma Mia”. “Foi minha primeira personagem de grande visibilidade mesmo, era quase uma protagonista já que fazia parte do trio das Dynamos”, lembra ela, que também teve seu primeiro contato com a dança nesse papel. Além da Dona Clotilde, de “Chaves”, que significou uma quebra de estereótipos que a atriz estava acostumada a ser enquadrada.

Mas a trilogia que consagrou Andrezza realmente foi a composta por Úrsula, talvez a vilã mais legal da Disney, Norma Desmond, primeira personagem dramática da atriz, e Dona Lovett, a melhor vendedora de tortas da Rua Fleet e papel mais recente da artista. Com todas as sessões esgotadas, “Sweeney Todd” foi um sucesso e mostrou que toda a espera não foi em vão.

A artista também trabalha como dubladora e preparadora vocal – Foto: Rodrigo Negrini

“Recebi o convite para ser a Dona Lovett pouco antes da pandemia, então foram dois anos de muita vontade e muita incerteza também. Foi um projeto muito esperado, muito trabalhado e muito querido”, conta. Esta foi a primeira montagem do musical original da Broadway no Brasil e além de Andrezza também teve Rodrigo Lombardi como protagonista.

Agora, a artista se prepara para encarar mais uma vez a Úrsula no musical “A Pequena Sereia”, que estreia no próximo dia 17 de julho, e diz estar gostando dos desafios da carreira. “O que está me completando agora é achar uma história de vida legal para contar, com um bom arco dramático, poder construir a trajetória dessa personagem e inspirar o público de alguma forma com isso”, ressalta.

Para contar essas histórias, Andrezza não se resume ao teatro e aproveita o dom que tem com a voz para se lançar na dublagem, inclusive fazendo a voz oficial da própria Úrsula nos desenhos. “Como eu já estava fazendo trabalhos da Disney no teatro musical, essa porta para ser dubladora acabou se abrindo muito rápido”, conta ela sobre como os musicais foram lhe dando novas oportunidades.

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