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Otavio Augusto reestreia a peça “A Tropa”, no Rio

Otavio Augusto – Foto: Fernandovisky

Um pai doente recebe a visita dos quatros filhos no hospital. O que seria apenas um encontro em função de um parente debilitado se revela um acerto de contas familiar, permeado de humor e afeto, tendo como pano de fundo os últimos 50 anos de história brasileira. Esta é a trama da peça “A Tropa”, estrelada por Otavio Augusto e dirigida por Cesar Augusto, que cumpre nova temporada no Rio. O espetáculo já passou por oito cidades do Brasil nos últimos anos e arrebatou mais de 10 mil espectadores. A nova temporada será no Teatro PetraGold, de 01 de julho a 26 de agosto de 2022, às sextas-feiras, às 20h30.

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 A nova temporada comemora os 60 anos de teatro de Otavio Augusto. Dono de uma das carreiras mais sólidas e premiadas do País, o currículo do ator acumula números impressionantes: são mais de 70 filmes, 90 peças e 100 trabalhos em televisão, destacando-se clássicos como as novelas “Tieta” (1989) e “Vamp’ (1991), os filmes “Central do Brasil” (1998) e “Amor Estranho Amor” (1980), e espetáculos que marcaram a história do teatro brasileiro como “O Rei da Vela” (1967), do Teatro Oficina, e a montagem original de “A Ópera do Malandro” (1978), de Chico Buarque; além da celebrada parceria com Fernanda Montenegro que o definiu como seu “parceiro ideal”.

Otavio Augusto está entusiasmado com a ideia de voltar aos palcos com nova temporada do espetáculo “A Tropa”. Ele recebeu o texto do autor com um convite para protagonizar a montagem no papel de um ex-militar, viúvo e pai de quatro filhos. Um homem autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas.

Otavio Augusto em cena de “A Tropa”- Foto: Elisa Mendes

Os filhos são interpretados por Alexandre Galindo, Alexandre Menezes, Daniel Marano e André Rosa. O embate familiar evidencia a trajetória de cada um: Humberto é um dentista militar aposentado que mora com o pai; João Batista é o caçula, jovem usuário de drogas com passagens por clínicas de reabilitação; Artur é um empresário casado, pai de duas filhas, que trabalha numa empreiteira que está sob investigação por corrupção; e Ernesto é um jornalista que acaba de pedir demissão de um jornal e está em crise com a profissão. A premissa é transposta para o quarto de hospital onde os personagens se veem confinados e expõem suas enfermidades – ideológicas, sociais, afetivas e familiares.

 “Qual o lugar da tolerância na nossa sociedade hoje? E como exercitar a tolerância e a diferença em família, o núcleo mais estreito de convívio, regido pelo afeto? Esse foi o ponto de largada para ‘A Tropa’. E é curioso como o texto só fica cada vez mais atual. A cada novo lance na política brasileira – e foram muitos nos últimos meses – o texto fica ainda mais renovado no palco”, explica o autor, vencedor do prêmio Seleção Brasil Em Cena, do CCBB, como melhor texto por “A Tropa”.

Otavio Augusto em cena de “A Tropa”- Foto: Elisa Mendes

O cenário adaptado pelo diretor e cenógrafo Cesar Augusto, apresenta um quarto de hospital com alguns poucos objetos que foram levados pelos filhos – de pertences do pai a presentes. Os figurinos de Ticiana Passos são contemporâneos e ressaltam as particularidades de cada um.

Teatro PetraGold  – Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon, Rio de Janeiro.

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