Trio Rooftime tem três anos de existência – Foto: Lucas Martson
Unindo música eletrônica e instrumentos acústicos ao vivo, o trio Rooftime oferece algo totalmente novo no cenário musical. Com três anos de existência, o grupo formado por Lisandro Carvalho e os irmãos Gabriel e Rodrigo Souza começou a se destacar durante a pandemia e provou que o eletrônico é versátil e ainda tem muito a ser explorado.
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Como missão, o Rooftime propõe juntar a cara da música eletrônica atual, que tem crescido muito nos últimos anos, com essa identidade de banda. “Uma das coisas que a gente sempre coloca a frente das nossas músicas é não se prender a estilo, nem a tendência ou o que está na moda. Sempre deixamos o nosso coração seguir e fazer o que a gente sente no momento”, afirma Lisandro Carvalho sobre as propostas que eles têm como grupo.
“O Rooftime começou já com essa ideia de que a música eletrônica ocupa um espaço gigantesco, praticamente ilimitado, e que faltava alguém para se aventurar nisso, então a gente veio ocupar esse lugar”, diz Gabriel Souza, um dos irmãos Souza, que entrou para o grupo quase de tabela depois que Rodrigo e Lisandro já eram amigos.
A união que veio a partir da necessidade de um vocal para um beat de Lisandro logo evoluiu e a primeira música que sentaram para fazer juntos foi “I Will Find”, que hoje é a mais ouvida no Spotify da banda. Isso fez com que o talento dos músicos fosse reconhecido pelo público antes mesmo de fazerem qualquer apresentação, ainda mais tendo já no primeiro single uma parceria de peso como Vintage Culture.
Com instrumentos acústicos a banda visa explorar tudo que o eletrônico ainda tem para oferecer – Foto: Lucas Martson
Mas embora tudo isso tenha começado já em 2018, foi só com a pandemia que o grupo realmente ganhou mais alcance. “Com as pessoas em casa, a gente percebeu um aumento muito grande nas músicas em questão de plays, e foi quando a gente começou a produzir nosso álbum também”, conta Lisandro. Nessa época, uma das faixas mais determinantes para essa virada de chave foi a “Don’t Let it Go”, que entrou até na novela “Um Lugar ao Sol”, funcionando como porta de entrada para outras músicas do trio.
Para o grupo, esse tipo de reconhecimento é muito importante, ainda mais pensando que eles nunca tiveram um investimento significativo em divulgação, essas músicas realmente cresceram de forma orgânica. “É até louco falar isso, a gente lançou uma música em 2019 e só com a pandemia ela veio a se tornar madura para o público ouvir e abraçar”, destaca Gabriel.
Contra o modus operandi do mercado de música eletrônica, o Rooftime acredita que não é necessário lançar uma música atrás da outra para se manter em destaque. Na verdade, isso deixa a música descartável e eles entendem que ela tem seu tempo de maturação, e a “Don’t Let it Go” veio justamente para provar esse ponto.
“Principalmente durante a pandemia, como as nossas músicas têm poesia, vocal, instrumento, acho que isso aproximou nossas músicas desse pessoal que estava em casa e não saindo para dançar na balada”, conta Rodrigo, o outro irmão Souza. A mensagem e a emoção da música contaram muito nesse momento.
Rooftime se prepara para lançar álbum -Foto: Lucas Martson
O crescimento orgânico de streams fez toda a diferença para o grupo que, hoje, tem como um de seus principais desafios se expressar nas redes sociais. “Nós não somos aquele tipo de pessoa focada em ganhar engajamento, gostamos muito da naturalidade sem parecer forçado”, diz Lisandro. Porém, eles também começaram a perceber que, por causa disso, as pessoas, embora conhecessem a música deles, não sabiam quem eles eram.
Cantando em inglês e misturando instrumentos com equipamentos de DJ era difícil explicar a identidade do grupo. “Eu percebia que a galera mesmo gostando ficava olhando de um jeito meio sem entender, que negócio é esse que um cara está cantando, o outro está com um violão e tem uma CDJ, né”, destaca Rodrigo.
Na tentativa de reverter isso, o trio lançou uma série de dez clipes intitulada “Highs and Lows” contando a história do Rooftime por meio de suas músicas. “Primeiro a gente se estruturou melhor, acertou alguns pontos antes de vir com essa série que é um dos projetos mais importantes da nossa carreira”, diz Lisandro, que vê essa websérie como o início de algo que pode ter uma continuação, se não no álbum em outro projeto do trio.