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Hodari conta sua história em álbum de estreia

Hodari lança álbum de estreia – Foto: Bruno Batista

Com um nome que significa dignidade no idioma zulu, falado na África do Sul, Hodari se apresenta ao público no álbum homônimo que estreou nesta sexta-feira (10.06). Primeiro disco da carreira, “Hodari” chega três anos depois do artista bombar com o single “Teu Popô”, que fecha a sequência das 13 faixas do álbum. O lançamento também vem acompanhado do clipe de “Sem Menage”, que compõe o trabalho.

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Vindo de uma família em que todos eram artistas, Hodari conta que até tentou ter uma vida de escritório, chegou a ser funcionário público em Brasília, onde nasceu, mas tudo sempre o levava de volta para a arte. “Acho que foi mais um chamado da arte, não foi nem eu mesmo. Quando eu estava começando a aprender guitarra, me apaixonei por tatuagem, por exemplo, e por causa disso conheci mais gente da música”, conta ele, sobre como uma coisa foi levando a outra.

“Hoje consigo olhar com mais clareza para essa minha multiplicidade, quando eu era mais novo ficava um pouco assustado e perdido. Mas agora eu consigo conectar melhor todas essas coisas em um ponto só”, afirma. Formado em design, o artista aproveitou a habilidade com desenhos para se desenvolver como tatuador, embora a música sempre tenha caminhado junto.

Hodari – Bruno Batista

O gosto pela guitarra veio logo aos 15 anos, quando Hodari também entrou em uma banda e começou a participar do cenário emocore da cidade. Com o tempo, além de guitarrista ele também foi se descobrindo compositor e cantor, chegando em São Paulo logo depois de mostrar seu potencial com o hit “Teu Popô”. “Eu tinha acabado de terminar um relacionamento e estava escrevendo mais para mim mesmo, em um exercício de me curar”, diz ele sobre o processo de composição da música que viralizou de forma bem orgânica.

Já na capital paulista, o músico acabou se envolvendo em diversos trabalhos de outros artistas, o que foi muito bom para que ele circulasse melhor no mercado e lhe abriu portas para lançar o álbum agora. Nesse sentido, a quarentena permitiu que ele olhasse mais para dentro de si e tivesse tempo para mergulhar nesse projeto, embora na época ele ainda não soubesse se seria realmente um disco ou um EP.

Como uma reafirmação, Hodari utiliza o álbum para contar uma parte de sua história. “As pessoas sempre tiveram muita dificuldade de decorar meu nome, então na época da tatuagem eu usava Canceriano como apelido. Quando fui para a música estava pensando em colocar a mesma coisa, mas minha mãe falou para eu manter o Hodari”, conta ele, que usou o nome próprio até como título do disco de estreia.

Para ele, é um sonho colocar esse álbum no mundo, que chega como uma obra de arte mesmo. “Tem muita gente foda envolvida, muito amor. Até porque foram dois anos de trabalho né, não foi uma semana, então eu quis entregar para o mundo algo que não sentia, e que eu mesmo sentia falta de ouvir”, diz ele sobre o espaço que quer ocupar na cena musical.

“É isso que eu quero tentar resgatar para o novo jovem, para a nossa geração, essa qualidade sonora. A gente vai em shows de Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Alcione, mas cadê os novos? Então eu quero estar um pouco nesse lugar”, afirma.

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