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1° Salão de Arte Homoerótica abre na semana do orgulho LGBTQIA+

Obra de Daniel Jaen – Foto: Divulgação

O 1° Salão de Arte Homoerótica – Vórtice abre no dia 16 de junho (quinta-feira), a partir das 11h, no Vórtice Cultural, que fica no Edifício Vera, na Rua Álvares Penteado, 87, 7º andar (próximo ao CCBB), no Centro de São Paulo. A iniciativa acontece na semana em que se comemora o orgulho LGBTQIA+, e ficará em cartaz até 30 de julho.

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A iniciativa do 1° Salão de Arte Homoerótica é do espaço cultural independente Vórtice, instalada no centro cultural Edifício Vera, que reúne, desde 2021, ateliês, produtoras e exposições de arte na região da Sé. O salão abriga seis artistas que têm em comum o universo gay apresentado com enfoques em sensualidade, transgressão, violência e desejo na masculinidade contemporânea. Com curadoria de Paulo Cibella, que também participa da mostra, fazem parte do Salão os artistas brasileiros Daniel Jaen, Hanz Ronald, Helton Aversa Gutierrez, Paulo Cibella e Paulo Jorge Gonçalves, além do mexicano Félix D’Eon.

A arte homoerótica faz parte daquele universo de objetos que não ganham imediata adesão dos espectadores, seja por meio da ótica estética, política ou moral. Ela retrata assuntos incômodos à grande audiência por tratar de temas de gênero e sensualidade, colocando o corpo masculino, no caso, como lugar de desejo e gozo, e também como representação social e política. Estes parâmetros sobre o homoerotismo estão representados no 1° Salão de Arte Homoerótica – Vórtice, que dá visibilidade ao que se esconde por trás de preconceitos e de uma moral heteronormativa.

Daniel Jaen

Investigar o corpo e questionar a imagem do homem na sociedade atual são os pontos fortes das pinturas de Daniel Jaen, brasileiro radicado em Londres. As pinceladas dinâmicas e fragmentadas invocam a fragilidade e a sensibilidade masculinas, alcançando dimensões psicológicas e emocionais. O artista coloca sua própria sexualidade em jogo e diz estar “criando novas visões do homem neste mundo abrupto”. O artista brasileiro vive e trabalha em Londres.

Obra de Félix D’Eon – Foto: Divulgação

Felix D’Eon

“Procuro modelos das diferentes comunidades que represento, e peço permissão para contar suas histórias e pintar suas fantasias”. O traço retrô das ilustrações do mexicano Felix D’eon é uma espécie de isca que leva o observador a questões urgentes da arte contemporânea, como raça, gênero e ancestralidade. A subversão de estilos antigos apresenta uma visão autoral de amor e sensibilidade queer, que engloba suas tradições mestiças, brancas, latinas e americanas nativas. O artista vive e trabalha na Cidade do México.

Obra de Hanz Ronald – Foto: Divulgação

Hanz Ronald

Visceralidade e sensibilidade são opostos que se atraem na obra de Hanz Ronald. A transgressão é marca forte das atuais pinturas onde o cu figura como espaço político. Ainda que posicione o corpo como paisagem, o artista escancara literalmente o que não se quer ver. O prazer erótico é a questão a ser vista, debatida e sentida, principalmente. Ronald continua sua viagem rumo às entranhas, ao núcleo do homem contemporâneo. Natural de Ribeirão Preto, atualmente vive e trabalha em São Paulo.

Helton Aversa Gutierrez

“Penso que o afeto entre homens é delicioso e é papel do artista refletir os momentos, os tempos, os amores, os deleites e a humanidade”. O corpo é sujeito e objeto, é sensível e marcado por relações socioculturais e políticas. É o próprio corpo do artista que se revela em fotoperformances, que vão além do erotismo e se prolongam na fragmentação do homem pós-moderno. Sensibilidade e sensualidade também andam juntas em pinturas, aquarelas, objetos, bordados e costuras. Vive e trabalha em Piracicaba, interior de São Paulo.

Paulo Cibella

“Apresento momentos únicos e espontâneos que geram imagens reveladoras, com recortes corajosos e por vezes perturbadores”. As fotografias apresentadas por Paulo Cibella são instantâneos da pandemia e do isolamento forçado. Fetiches e pulsões antes controlados pelo olhar da convivência coletiva, emergem visceralmente em orgias por toda metrópole. Em polaroids documentais, o artista relata, entre outras coisas, urofagia e fisting. A isto somam-se retículas que capturam o exibicionismo na internet. Vive e trabalha em São Paulo.

Obra de Psulo Jorge Gonçalves – Foto: Divulgação

Paulo Jorge Gonçalves

“Pinto e escrevo palavras aparentemente meigas, mas que são ácidas quando digeridas nas entrelinhas de um Brasil homofóbico.” Prostituição masculina, violência, homofobia e pornografia são temas pesados que ganham uma aparente leveza através de bordados, que o artista cria a partir de imagens da internet. O artista vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Visitas privadas por agendamento pelo e-mail info@vorticecultural.com, às segundas e terças-feiras. Visitas guiadas pelo curador aos sábados, das 14h às 15h.
Faixa etária: maiores de 18 anos.

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