Carlos e André Silberg – Foto: Divulgação
Os gêmeos, de 22 anos, da novela das 19h da TV Globo, “Quanto Mais Vida, Melhor!”, interpretados pelos irmãos André Silberg e Carlos Silberg, viveram na trama o poliamor, tema que vem ganhando bastante destaque, sobretudo em uma sociedade que visa a monogamia.
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O poliamor vivido pelos personagens dá-se em razão de eles serem gêmeos idênticos e muitas vezes tratados como se fossem uma única pessoa. Isso também trouxe inúmeras situações inusitadas na vida real aos dois. Entre elas o fato de uma garota não se decidir com qual queria ficar, deixando que a escolha fosse “qualquer um”. O que eles revelam não curtir muito e, afinal, completam que quebra o clima.
Ambos revelam um respeito muito grande um pelo outro e disseram nunca ter ficado com a mesma pessoa que o outro, ou seja, o poliamor ficou na novela. Mas André e Carlos revelam que estariam dispostos a experimentar.
Os irmãos apaixonados por dança agora vão seguir carreira solo até que sejam contratados para atuar juntos novamente. André já está até gravando um musical para a Globoplay, ao passo que, Carlos está fazendo um curso de atuação.
Carlos Silberg – Foto: Divulgação
Fazer uma entrevista para dois é novidade para mim, 2 como se fosse 1. André e Carlos contem um pouquinho para a gente quem são vocês e se realmente são como se fossem um só.
Definitivamente não somos um só. Somos pessoas diferentes. Com personalidades diferentes. Embora, os gostos e ideais sejam bem parecidos. Além de fisicamente, a semelhança ser inegável. Quem convive bastante com a gente sabe diferenciar facilmente.
Carlos – Creio que a resposta para a pergunta “quem sou eu” seja grande demais. E ela venha crescendo cada vez que eu adquiro mais o autoconhecimento. Sou uma pessoa que preza muito pela arte na vida das pessoas. Que gosta de viver coisas novas e desafiadoras. Sigo em busca de um propósito maior nessa vida. E tenho encontrado cada vez mais respostas a cada experiência que eu vivo, a cada pessoa e a cada lugar que eu conheço.
André – André Silberg. 22 anos. Nascido em Santa Catarina. Ator e dançarino. Danço desde os 9 anos e atuo no audiovisual desde os 18. Nasci em Porto União, morei em Curitiba, São Paulo e agora no Rio. Puro nômade. hahaha.
André Silberg – Foto: Divulgação
Em “Quanto Mais Vida, Melhor!” vocês interpretam Leco e Neco, que vivem um relacionamento aberto e poliamor, vocês já ficaram com a mesma pessoa? Viveriam um relacionamento a 3? O que acham disso?
André – Nunca ficamos com a mesma pessoa. Eu nunca vivi um amor assim antes. Só agora na ficção, hahaha. Sou monogâmico até que me provem o contrário, até que eu ache alguém que eu esteja aberto para experimentar. Acho uma abordagem atual. Por isso, importante de se falar, por mais que em uma novela das 19h o tema ainda seja trazido de forma leve. O termo relacionamento aberto tem sido cada vez mais discutido e experimentado, acho relevante trazer essa opção para quem está aprendendo e acha que só existe amor monogâmico.
Carlos – Nunca vivi, mas estaria aberto caso acontecesse de forma espontânea na minha vida. Muita gente ainda está presa na ideia de relacionamento monogâmico, que está impregnada na sociedade há muito tempo, mas que vem mudando aos poucos. Na minha opinião, o poliamor vem de liberdade. Um amor sem rótulos. E qualquer pessoa que queira, por livre e espontânea vontade, viver um relacionamento desse, deveria ser permitido sem julgamentos. Nós nunca disputamos a mesma pessoa por respeito, mas já fomos disputados por pessoas que queriam qualquer um dos dois, já que somos gêmeos “idênticos”. O que na minha opinião é ridículo, já que não somos a mesma pessoa, e obviamente a pessoa deixa de ser interessante na hora.
Carlos e André Silberg – Foto: Divulgação
Com que idade vocês começaram a dançar? Contem um pouquinho dessa trajetória para a gente. Os cursos que fazem e fizeram? E nos digam se a dança é a verdadeira paixão de vocês.
A dança é, sim, uma verdadeira paixão na nossa vida. Fizemos alguns workshops no Sul, Paraná e Santa Catarina, mas focamos mais nos festivais de competição. Hoje em dia fazemos aulas de dança sempre que podemos. Começamos com nove anos de idade em um grupo de dança da nossa cidade, que infelizmente acabou uns quatro anos depois. Ficamos um tempo dançando apenas nós. Fizemos um duo para mandar para um festival e lá conhecemos um grupo que queria que dançássemos com eles. Andreia Mendes Family foi um grupo que acolheu a gente muito bem. Apesar da longa distância entre Porto União (nossa cidade) e Timbó (do grupo), viajávamos vários fins de semana para ensaiar com o grupo e competir em diversas competições. O grupo virou uma segunda casa para nós. Dedicamos boa parte do nosso ensino médio à dança, o que nos levou a competir até em nível nacional e até internacional. No hip hop internacional, que aconteceu em Las Vegas, em 2016, e Arizona, em 2017. Depois disso decidimos largar o grupo de competição, pois era preciso muito tempo e dedicação e já tínhamos outros planos. Hoje em dia dançamos mais fazendo aulas, criando coreografias para o TikTok e conteúdos em geral, publi etc.
Vamos falar de TikTok, como vocês lidam com essa fama, que é anterior à novela? Quais os pontos positivos e negativos dela?
A fama anterior à novela foi muito pequena comparada ao que alavancou depois. Mas nunca foi um objetivo ser famoso no TikTok. Apenas fizemos na pandemia para continuar dançando e distraindo a cabeça. Acabou dando muito certo. Adoramos o carinho que as pessoas têm pela gente através da internet. No TikTok como o público é maior tem mais interações. O ponto positivo é ganhar reconhecimento por meio da plataforma com mais visibilidade atualmente. O ponto negativo é que muita gente desmerece a pessoa por trabalhar pela internet (TikTok). Mas quem acompanha a gente sabe que sempre adaptamos as dancinhas da nossa maneira, e tentamos criar um conteúdo de dança mais artístico, e menos com passinhos fáceis e repetidos que todo mundo sabe fazer, dado o respeito que temos pela profissão de dançarinos.
Carlos Silberg – Foto: Divulgação
Quais são os próximos planos de vocês? Vão continuar trabalhando juntos?
Carlos – Pretendemos seguir carreiras separadamente. Até porque creio que vai demorar para trabalharmos juntos como gêmeos. Talvez como irmãos seja mais fácil, mudar o visual e não ficar tão parecido. Obviamente no trabalho por fora, com as redes sociais, com a publicidade e tudo mais, nós continuaremos vendendo nossa imagem como gêmeos (trabalhando juntos). Quero continuar estudando atuação. Gravar novela, audiovisual, curtas, longas, séries, filmes… Viver verdadeiramente várias circunstâncias imaginárias durante a carreira.
André – Apesar de achar que não faremos gêmeos tão cedo, espero muito podermos trabalhar juntos ainda, com projetos pessoais e tudo mais. Somos melhores juntos. Quero muito fazer cinema, é pelo que sou apaixonado.
Podem contar alguma novidade em primeira mão?
Carlos – Estou em um treinamento de atores com o professor Guilhermo Marcondes, no CT, através do método que busca uma verdade absoluta em cena, um realismo. Treinamos por meio de exercícios práticos com técnicas aplicadas para viver verdadeiramente em situações imaginárias, sejam improvisadas, ou situações e circunstâncias criadas especificamente, o que tem me ajudado nos testes que tenho feito ultimamente.
André – Estou gravando uma série musical da Globoplay chamada “Musa Música”, que deve estrear em novembro deste ano.
André Silberg – Foto: Divulgação
O que vocês têm feito para mudar a sociedade que os cerca? Atuam em projetos sociais, ambientais ou políticos? O que pensam disso?
Carlos – Acredito que posso usar essa certa “fama” e voz para influenciar tantos jovens e essa geração que está vindo, para que se informem sobre os principais assuntos da nossa sociedade. Pois eles serão o futuro e terão que tomar decisões importantes assim que as gerações mais velhas, que não evoluem com a sociedade, deixarem de ser parte disso tudo. Defendo muito o que é certo e apoio da maneira que eu posso todas as lutas, sejam elas políticas, criminais, ambientais etc.
André – Apesar de não atuar em projetos sociais, tento sempre postar no meu Instagram causas que acredito e que influenciam de forma positiva a vida de quem me segue, principalmente a nova geração. Não deixo de expor minha opinião sobre assuntos sérios e necessários de serem falados. Acho que é um trabalho em equipe e que temos muito, mas muito trabalho pela frente para as coisas mudarem para melhor. Espero chegar em um nível de poder ajudar instituições e os que precisam.