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Nath Rodrigues estreia “Fio”, segundo álbum da carreira, nesta sexta-feira

Nath Rodrigues estreia segundo álbum da carreira – Foto: divulgação

Os diversos conceitos que a palavra fio carrega, seja aquele que conecta as pessoas por meio da tecnologia ou o que aproxima no mundo offline, guiaram a mineira Nath Rodrigues na escolha do título de seu novo trabalho, Fio”. “É algo que representa imageticamente bem os tempos atuais”, afirma. Ao longo das nove faixas, Nath narra histórias e tece seus próprios ambientes dentro do campo da subjetividade.

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O álbum apresentado pelo selo mineiro Macacolab — braço da produtora A Macaco, também responsável pela carreira da banda Lagum e Festival Sarará — é o segundo na discografia da artista e chega hoje, 13 de maio, nas plataformas digitais. Acompanhando o lançamento, a musicista disponibilizará em seu canal do YouTube visualizers e o registro audiovisual de “Conto”, parceria com a baiana Luedji Luna.

A conexão Minas Gerais – Bahia, que marca “Conto”, começou no centro cultural e quilombo urbano Aparelha Luzia, em São Paulo, e teve origem como um sonho. “Ela nasceu da vontade de transformar em canção as imagens que os sonhos trazem, da necessidade de falar dos desejos com poesia”, pontua Nath Rodrigues. Para celebrar esse encontro da artista com  Luedji Luna, o diretor João Alkmim produziu um registro intimista. “Ele transformou esse momento em belas memórias”, comenta.

Repleto de referências musicais, Fio distribui influências como as de Xenia França, Bruna Mendes, Mayra Andrade e outros nomes ao longo do disco. É possível ver a primeira delas na faixa que abre o trabalho. “Intro” ganhou um espaço na tracklist inspirada na obra da paulistana Céu. “O Cido fez um beat com uma introdução longa e superinteressante para a música que vinha na sequência, então  sugeri que essa intro tivesse vida própria, assim como ‘Vinheta Quebrante’, do disco homônimo da Céu”, declara. “Por Tudo e Todo o Indizível” dá continuidade e se deu a partir de um poema feito por Helder Quiroga. “Ele disse que se lembrava de mim com esse texto, aí me mandou e musiquei. Mexi em algumas frases, reorganizei algumas ideias e nasceu nossa canção”, relembra.  

Nath define a sua sonoridade como MPB Contemporânea e World Music. A partir das canções “El Pesador” e “Jean qui rit, Jean qui pleure” é possível entender mais claramente essa identificação. A composição em espanhol, originalmente gravada por Totó La Momposina, ganha nas mãos da cantora sabarense uma roupagem mais atual, misturando a latino-americanidade da obra com toques eletrônicos. Já o single em francês foi responsável por garantir a primeira colocação para Nath Rodrigues na última edição do Festival da Canção da Aliança Francesa. “Amo este lugar de experimentar a minha voz a partir da fonética de outros idiomas. Aproveitei esse caminho já traçado pelo espanhol e pelo francês para exercitar a musicalidade na prática”, revela.

A artista considera que Fio é dividido em duas partes, uma mais solar e outra com canções mais introspectivas. “Água Boa” marca essa mudança e é o registro de experiências musicais. “Ela nasceu num momento que tinha começado a encontrar minha própria forma de tocar violão, experimentando uns mantras rítmicos de acompanhamento que me davam suporte para ser mais ousada na letra e melodia”, conta. 

D’Ajuda”, como o próprio nome elucida, foi escrita em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro, e trata sobre a autopercepção de ser mais gentil consigo mesmo. Para completar o momento de entendimento e consciência, chega a canção “Outro”, que funciona quase como um mantra, apresentando uma referência direta à África e a todos os seus encantos. Ela foi escolhida para encerrar Fio por conta do trocadilho que faz com a primeira faixa. “No inglês, o prefixo ‘out’ pode ser lido como algo que termina e faz um contraponto com o prefixo ‘in’, de ‘Intro’[dução], que por sua vez, traz à memória a ideia de começo. As palavras não mentem e este disco é um jogo. Um jogo de palavras, de fonemas, de sonoridades e de memórias”, finaliza. 

A estreia de Fio nos palcos já tem data marcada e vai acontecer no dia 10 de junho, sexta-feira, na Autêntica, em Belo Horizonte (confira aqui). No repertório do show, além das novas canções, não devem faltar faixas do primeiro trabalho da compositora, o álbum Fractal, e o xote “Verso de Céu”, single responsável por abrir os caminhos para o novo disco (ouça aqui). Quem também se apresenta neste dia é a cantora baiana Xenia França.

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