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Cia. Pé no Mundo celebra 10 anos de trajetória com espetáculo

Foto: Clarissa Lambert

É assim, revisitando pensares, coreografias e mirando novos horizontes que a Cia. Pé no Mundo – formada por Cláudia Nwabasili e Roges Doglas – celebra seus representativos 10 anos de existência e resistência. Para marcar essa importante comemoração, artistas estreiam a videodança “Fora da Caixa –  Repertórios Corporais”. A obra surge como intervenção guiada pelas nuances visuais, arquitetônicas e cenográficas de onde são propostas. Dessa vez, o espaço escolhido para a gravação do espetáculo foi o Instituto Artium, responsável por abrigar a exposição temporária de Felice Varini, artista suíço radicado em Paris – com curadoria de Franck Marlot.

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“Transitando por diferentes territórios, percebemos a ausência de corpos pretos em determinados espaços. Nos estudos oficiais da história da arte ocidental, temos pouquíssimos registros e documentações que nos representam.  Neste momento estamos refletindo sobre isso e nos perguntando: O que é o ‘clássico’ afinal? Como construímos este imaginário de ‘clássico’ no Brasil? Será que conseguimos furar a bolha e nos colocar fora da caixa em diversos sentidos? A intervenção ‘Fora da Caixa’ , é sobre estar fora da caixa preta, fora dos palcos e ocupando diversos espaços, mas é, sobretudo, fora da caixa no sentido de romper com estereótipos que nos colocam em alguns lugares e nos retiram de tantos outros. Para nós, a grande reflexão deste trabalho é: Qual será o clássico brasileiro no futuro?”, questionam.

Partindo dessa narrativa, os icônicos bailarinos entregam uma série de exibições ao longo dos meses de maio e junho. Para abrir os caminhos, no próximo sábado e também domingo, dia 14 e 15 de maio, ocupam a programação no Pavão Cultural, de Campinas. Na sequência, outras apresentações, entre datas online e também presenciais, seguem até 21 de junho e passam por espaços como o Museu da Imagem e do Som de Santos e Oficina Cultural Oswald de Andrade, na capital paulista.

“Enquanto pessoas pretas, possuímos diversos referenciais que se conectam com a nossa origem ancestral. Essas referências podem e devem ser ferramentas de materialização e corporificação dos nossos fazeres. Ainda precisamos falar sobre isso. E essa necessidade de fala só revela o quanto o racismo persiste na sociedade. A arte não está isenta dessa problemática. Ela é apenas um reflexo disso tudo… E nesta intervenção afirmamos nossa pesquisa de linguagem e desenhamos novos traços a fim de ampliar nossos discursos e possibilidades”, relatam.

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