O Memorial Municipal Getúlio Vargas, com apoio da Galeria Movimento e da Sotaque Carregado Artes, apresenta a partir deste sábado (07.05) até o dia 19 de junho de 2022 a exposição “Água Banta”, com obras de Pedro Carneiro e André Vargas, e participação especial do DJ MAM, onde a presença da água é discutida como um elemento cultural de resgate, consciência e purificação. A mostra reúne fotografias, pinturas, instalação, objetos, vídeos e tem a curadoria assinada por Shannon Botelho.
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A água, essencial para a manutenção da vida, em seus muitos aspectos e dimensões, é apresentada na exposição como elemento transversal da vida: memória, o fonte de cura, lugar de encontro. “Água Banta” reflete sobre o passado colonial e o processo diaspórico. A exposição propõe um tempo de reflexão continuado, promovendo simbolicamente a limpeza das mentes e corações, dos conceitos e das construções simbólicas.
Nos quatro trabalhos de Carneiro, o destaque é a videoinstalação, que ocupa com sal grosso um lugar central na exposição, em que a água é tratada como restauradora da vida, e não apenas como fonte de energia. Um “corpo-entre” o passado e o futuro. Estará também em exibição a pintura de Carneiro, realizada sob direção do multiartista DJ Mam, em parceria com os artistas Tarciov, Batmam Zavareze e o tcheco Jan Kálab, feita para a capa do single “Oloxá, a Cura”, remix para a música de Luedji Luna e Ministereo Público Soundsystem.
Os quatro trabalhos de Vargas constroem no espaço do Memorial Getúlio Vargas um horizonte possível quando se está abaixo do nível do mar. Integrando os meios expressivos contemporâneos, a exposição tem uma trilha sonora, com a playlist exclusiva “Água Banta”, produzida por DJ Mam, disponível também no Spotify.
O curador Botelho observa que “se o corpo humano é composto anatomicamente por água, constituímos fisicamente a história liquefeita, a dor da travessia, o sal e o suor do passado”. “De certo modo, poderíamos dizer que a água que nos benze e alimenta nos trouxe até aqui, constituindo e significando as nossas existências tão plurais. É curioso pensar, que a exposição acontece fisicamente abaixo de um grande espelho d’água, desativado, dentre outros motivos, a pedido dos moradores do bairro para que a população em situação de rua não faça uso dele para sua higiene pessoal. Um corte muito preciso é estabelecido de imediato: a relação da cidade com o direito à água e sua utilização”, finaliza.
Memorial Municipal Getúlio Vargas – Praça Luis de Camões, S/N, subsolo, Glória, Rio de Janeiro.