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Di Ferrero lança “:( Uma Bad, Uma Farra :)”, primeiro disco da carreira solo

Di Ferrero lança primeiro álbum da carreira solo – Foto: Bruno Trindade

“Depois de tanto tempo em uma banda, qual que é o meu som?”, se questionava Di Ferrero no primeiro momento após a pausa do NX Zero. No grupo desde os 17 anos, o cantor encarava as possibilidades que o futuro lhe oferecia com receio. Chegou a considerar passar um tempo na Austrália, ou se lançar com o alter ego José, seu nome do meio. Foi só depois de se redescobrir enquanto artista que conseguiu mostrar seu novo eu para os fãs, e assim surgiu “:( Uma Bad, Uma Farra :)”, o ciclo que não para de Di Ferrero.

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No processo de se entender novamente na música, ele passou praticamente um ano fazendo feat com todo mundo que podia. “Eu estava sempre fazendo músicas com as mesmas pessoas na banda, então quando tive essa oportunidade me joguei”, conta ele. Sem se prender ao rock, o cantor fez parcerias inéditas com artistas de diferentes gêneros, como Thiaguinho e Iza.

O teste de sonoridades foi importante para Di e, inclusive, fez com que ele lançasse sua primeira música solo depois do NX Zero, “Sentença”, com uma pegada bem mais pop. Mas também foi toda essa experimentação que lhe permitiu chegar ao som que queria e ter certeza do que realmente gosta: o rock.

“Não é só a guitarra para mim, o rock é um estilo de vida, ele me acolheu em um momento que eu estava perdidasso. Então poder lançar meu primeiro álbum com esse estilo de som e estar seguro com isso é muito grande para mim”, afirma ele, que quis usar esse álbum para mostrar quem ele é, ou melhor, quem ele se tornou.

Por isso, a ideia inicial era construir algo orgânico e relacionado ao que ele ouvia e se identificava na adolescência. “Não fiquei só em uma fase, resgatei muitas lembranças, até porque a pandemia fez a gente rever muitas coisas, né? Eu tive muitas memórias afetivas”, diz ele, que foi o primeiro caso de Covid-19 do Hospital Santa Catarina e se mudou para Floripa logo em seguida.

🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 foi produzido nesse ciclo de emoções, ora na bad, ora na farra – Foto: Bruno Trindade

Recluso na nova casa, Di aproveitou as lembranças do passado até mesmo para montar um estúdio improvisado no quarto de visitas. “Eu tinha uma mesa de bar, levantei o colchão de um lado, um lençol do outro para fazer uma acústica e foi tipo um recomeço, me lembrou de lá atrás, quando era muito mais difícil para gente fazer música”, conta.

Porém, naquele momento, tudo era muito incerto e triste, e Di não se via muito nas letras que escrevia, parecia que ele só vivia a bad. Foi com a perspectiva de futuro que a farra voltou a aparecer e ele conseguiu equilibrar e compor no ciclo dessas emoções, ora na bad, ora na farra, daí veio o nome do álbum: “:( Uma Bad, Uma Farra :)”.

“Comecei a compor e ao invés de ir para o estúdio, chamei a galera para ir para esse quarto que eu montei, porque eu achei mais legal a gente ficar nesse improviso, para não ficar tão sério também”, destaca sobre o processo de produção do álbum. Para ele, conseguir fazer as coisas dessa forma foi como uma volta para casa, e ele chega muito mais seguro e confiante como artista.

Ao todo o álbum tem 12 faixas, sendo quatro colaborações com artistas como Vitor Kley e Clarissa. Embora seu processo de composição varie, Di chama atenção para “Amanhã Quem Sabe”, que veio do nada enquanto ele brincava com sua cachorra, e “Aonde é o Céu”, que surgiu da inspiração de uma briga. “A gente estava discutindo essa parada de cancelamento aí eu falei: ah então já que você sabe tudo fala aí aonde fica o céu”, diz ele que gostou tanto da frase que até parou a discussão para ir escrever.

O tema do cancelamento para ele é algo que tem que ser visto com muito cuidado, afinal, todo mundo já foi cancelado na vida, publicamente ou não. “A gente esquece que já fez ou falou coisas erradas e simplesmente pega o escolhido da vez para colocar alguma frustração nossa para fora”, afirma ele, que também tem visto um novo movimento, que parece ter uma fórmula para o descancelamento.

Agora, o cantor diz estar focado nos shows desse álbum e já tem vários agendados, incluindo o primeiro de São Paulo, marcado para o dia 10 de junho, quando ele vai poder passar a virada de seu aniversário em cima do palco. “Vai ser legal abrir os shows de São Paulo, que é minha casa, comemorando assim”, diz ele, que também vai tocar no Rock in Rio no fim deste ano pela primeira vez sozinho.

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