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Cinemas IMS Paulista e Rio recebem a mostra de filmes “Máscaras”

“A Lira do Delírio”- Foto: Divulgação

Ao longo do mês de maio, os cinemas do IMS Paulista e IMS Rio apresentam a mostra de filmes “Máscaras”. A programação reúne 28 títulos, entre curtas, longas e videoclipes, tendo como ponto de partida o símbolo da máscara. A seleção inclui desde filmes brasileiros consagrados como “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr., passando pelo clássico “Imitação da Vida” (1959), último filme do cineasta alemão Douglas Sirk, até produções recentes, como o nacional “Medusa” (2021), de Anita Rocha da Silveira, e uma seleção de curtas-metragens. 

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Abarcando obras de tempos históricos e contextos distintos, a mostra evidencia os múltiplos significados evocados pelas máscaras. Hoje acessórios essenciais para proteção sanitária, também podem ser associadas aos rituais sagrados e às festas de carnaval, aos disfarces e aos mistérios de terror.

O curador de cinema do IMS, Kleber Mendonça Filho, comenta as conexões propostas pela programação: “Na imagem do cinema e do audiovisual como um todo, a máscara pode ser um efeito, uma subtrama, um elemento visual catalisador de ansiedade, de mistério e horror. A proteção facial guarda identidades, faz parte do culto ao super-herói. A máscara é presença frequente nas representações de religiões e cultos, em personagens lúdicos ou enigmáticos, na sexualidade e na política, nos procedimentos fotogênicos do crime, da ciência, da cultura e do Carnaval”.

Entre os títulos que evocam a máscara como símbolo de terror, estão “O Homem Elefante” (1980), de David Lynch, “O Massacre da Serra Elétrica” (1974) de Tobe Hooper, exibido no dia 13 de maio (sexta-feira) nos dois centros culturais, e “O fantasma do Paraíso” (1974), de Brian De Palma, entre outros.

“O Homem Efelante”- Foto: Divulgação

Já entre os filmes que tratam das celebrações e dos rituais, estão “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr., dedicado aos foliões do bloco Lira do Delírio, “Máscaras” (1976), da cineasta portuguesa Noémia Delgado, que apresenta a preparação e o desenvolvimento das festas do nordeste transmontano em Portugal, e o documentário “Yãmĩyhex: as Mulheres-Espírito”, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali, que acompanha o ritual de despedida das mulheres-espírito da Aldeia Verde, em Minas Gerais.

A mostra inclui ainda dois videoclipes: “Hat-trick” (2019), do rapper Djonga, e “Lança de Coco” (2014), de MC Bin Laden, raras oportunidades de assistir ao formato na sala escura do cinema. Em diálogo com outras linguagens, entre algumas sessões da mostra serão exibidas fotos do ensaio Máscaras para rituais do mundo em crise, produzido pelo artista Denilson Baniwa para o Convida, programa de incentivo artístico promovido pelo IMS.

Ainda sobre a programação, Mendonça Filho pontua: “Algumas das ideias aqui reunidas podem expandir uma percepção do que a máscara passou a significar para todos nós. É possível a partir desta seleção especial de filmes curtos e de longa-metragem fazer leituras visuais literais dessa proteção facial que passou a fazer parte das nossas vidas. Algumas dessas imagens são velhas conhecidas, outras são novas descobertas. Acreditamos que o estado atual do mundo poderá rebater na revisão dessas imagens, e de como revemos o cinema numa sala escura neste ano de 2022”.

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