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Malu Rodrigues – Entre atriz e cantora, ela simplesmente não para

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

Malu Rodrigues, 28 anos, é uma atriz e cantora que tem trabalhado duro e como poucos, não faltam oportunidade em sua jornada. Sua longa carreira, apesar da pouca idade – ela começou aos dois anos fazendo um especial da Xuxa -, é repleta de musicais e séries de TV, como “Entre Tapas e Beijos” [Globo], trabalho para o qual foi chamada para um episódio e acabou ficando as cinco temporadas. Mais recentemente, foi vista no papel de Irma, no remake de “Pantanal”. A jovem talarica, com ela própria diz, fez uma passagem rápida, porém marcante, pela trama, cuja segunda fase é vivida pela atriz Camila Morgado. 

Ela sempre cantou, desde muito jovem, mas conta que foi em “Popstar”, da TV Globo, que esse seu talento se tornou conhecido nacionalmente. Natural, uma vez que o programa era apresentado nas tardes de domingo e para todo o País. Agora, ela vem com novidades, está preparando um EP, e com show que promete estrear até o fim deste ano. 

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

Seu mais recente trabalho musical, “Alvoroço”, foi recebido muito bem pelo público, e ganha, dia a pós dia, uma número relevante de visualizações. Já são mais de 60 mil views do single de Malu. Não à toa, ela promete mais, feats com diferentes nomes e muita sonoridade. Além da música, ela volta aos palcos com o musical  “O Jovem Frankenstein”, em outubro, em SP, no Teatro Renault. Fora isso, ela também está gravando uma série musical para a Globoplay e escrevendo uma série, que talvez vire um filme, e que fala sobre relacionamentos, mas de uma forma diferentona. Ou seja, prepare-se, vem muita Malu Rodrigues por aí. 

Leia a seguir entrevista que RG fez com a atriz.

Como começa sua carreira como atriz?

Eu era um bebê muito fofinho, e minha família me levou para uma agência. Minha avó andando na rua encontrou a Marlene Mattos, e me chamaram para fazer um trabalho com a Xuxa. Tem um vídeo meu com dois anos de idade fazendo esse especial de dez anos do programa da Xuxa. Assim tudo começou, mas eu continuei na agência da Ieda Ribeiro, que é minha madrasta, depois saí da agência justamente por isso, para dividir um pouco as coisas, de família e profissional. Comecei a fazer cursos, porque eu era muito tímida, tinha vergonha de falar em público. Fiz algumas participações muito legais, como “O Alquimista”, que tinha o Lima Duarte, eram três crianças e só gente incrível fazendo. E aí estava vindo um programa chamado “Gente Inocente”, do Márcio Garcia, onde as crianças tinham que cantar e tal, e comecei a fazer aula de canto para gravar um vídeo para me inscrever no programa, só que não deu tempo de mandar o vídeo porque a atração acabou, mas eu continuei fazendo aula de canto. Os musicais começaram a vir com mais peso para o Brasil, teve o “A Noviça Rebelde”, do Charles Möeller e do Cláudio Botelho, que são mais “pais”, meus mestres e os amores de minha vida, foi minha primeira audição para um grande musical e eu passei. E foi aí que tudo começou, já são mais de 15 musicais com eles e minha carreira foi mais para o teatro e musicais. As coisas na TV foram acontecendo por conta disso, como o “Tapas e Beijos”, onde eu entrei para fazer a filha do Fábio Assunção, era para ser um episódio e acabei ficando as cinco temporadas. 

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

Me conta sobre “Alvoroço”, seu novo trabalho.

Eu fui fazer “Popstar”, na TV Globo, que foi a experiência mais louca da minha vida, e que eu sou muito grata por terem me chamado. Eu achava que nem ia rolar, porque do primeiro contato até eu realmente ir para a coletiva, levou mais ou menos um mês, e me ligaram e disseram “você pode vir hoje, já na coletiva”, e eu disse que conseguiria chegar no fim, porque estava em casa, no Flamengo, e precisaria me deslocar até o Projac, mas deu certo. Foi uma experiência muito incrível, e onde conheci o Ricardo Leão, que foi meu produtor musical quase que o programa todo. Me apaixonei por ele, não só gostávamos das mesmas músicas, como retomei esse meu lado MPB, que eu tinha me afastado por conta dos musicais mesmo, mas eu cresci cantando Elis Regina, Gal Costa, eu tenho essa coisa aflorada no meu íntimo pessoal. O programa me deu muita visibilidade e as pessoas puderam conhecer esse meu lado de cantar, porque não é todo mundo que consegue ir a musicais, e eles, normalmente, ficam mais no eixo Rio-São Paulo. Estar em um programa de domingo na TV Globo, o Brasil inteiro passa a saber que você canta, foi muito especial esse programa para mim. O Alexandre Catenas, que é meu empresário musical hoje em dia, entrou em contato com o Ricardo [Leão] e disse que queria investir em alguém novo e queria uma voz feminina. O Ricardo, então, disse a ele que tinha uma amigona dele, que era eu, e ele curtiu a ideia, já conhecia o meu trabalho como atriz. E aí surgiu essa ideia de fazer releituras, fazer esse pop leve que está surgindo com uma nova galera. A música tem uma coisa muito forte na minha vida, para mim, cantar é como respirar, eu não sei viver sem. Eu dedico parte da minha vida a um projeto chamado Cantareiros, que eu nem divulgo muito, mas que virou uma ONG agora, e que é cantar em asilos, orfanatos, hospitais. Quem criou foi o Jules Vandystadt que também é de musicais. Então a música tem um espaço muito grande na minha vida. Eu pensei por que não ir por esse caminho da música também? Tanta gente me pergunta porque eu não canto, não gravo um CD, não faço shows? E o “Popstar” me ajudou a aflorar esse lado mais cantora também. É um lado novo meu, que está sendo de descoberta, o “Alvoroço” teve uma receptividade muito boa por parte das pessoas. Já estamos vendo um novo feat com um outro ator que canta muito e que vamos fazer uma releitura de um classicão. 

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

Você pretende lançar um álbum?

Sim, a ideia é lançar um álbum na linha de “Alvoroço”, um coisa mais romântica, sensual. A ideia é ir lançando single a single até montar um EP e fazer shows por aí. 

Você pretende fazer show ainda neste ano?

Sim, a gente pretende fazer ao menos um show até o final deste ano. 

E você compõe também?

Não, está aí uma coisa que eu nunca tentei. Mas eu também não escrevia, e agora estou escrevendo uma série e tal. Ou vai ser uma série ou um filme, que ainda não decidi. É sobre relacionamentos, mas de uma forma bem louca (risos). A pandemia veio para trazer coisas novas na vida da gente. 

Me conta sobre sua passagem por “Pantanal”.

Foi a Rosane Quintaes quem me chamou, eu ia fazer “Além da Ilusão” com ela, mas acabou que ela me ligou dizendo que precisavam de uma atriz que fosse parecida com a Camila Morgado, que é a Irma na segunda fase, só que eu faria ela mais jovem. Ela então me pediu para gravar um vídeo de um texto para mandar para teste. Três semanas depois ela me ligou dizendo que íamos trabalhar juntas. Eu fique muito feliz, porque eu fiquei dois anos sem fazer absolutamente nada, com a pandemia, porque parou tudo. E fazer “Pantanal”, o Brasil inteiro sabe da grandiosidade que foi esse projeto, então voltar fazendo algo dessa magnitude e fazer a Camila Morgado mais jovem, porque para mim a Camila é uma das melhores atrizes que a gente tem no Brasil… Eu sou completamente apaixonada por ela. Eu e a Camila embarcamos na mesma ideia de não imitar a antiga Irma, que foi a Carolina Ferraz, nós queríamos criar uma nova. Fora que a primeira versão era nos anos 1960, agora são os anos 1990 para chegar nos dias atuais na segunda fase, então é muito diferente. As pessoas que assistiram à primeira versão diziam que a Irma não era tão talarica, mas as épocas são outras, há uma grande diferençava de tempo. A receptividade das pessoas foi muito boa, tinha gente me odiando, gente torcendo, e a complexidade dessa família que é do Rio de Janeiro. O Pantanal tem essa coisa animalesca que ele desperta na gente, para o lado bom e para o lado ruim. No nosso caso foi sensacional. Tem essa coisa do rio, da natureza, do animal, da simplicidade das pessoas locais. Eu e a Bruna Linzmeyer [que interpretou Madeleine] nos conectamos de uma forma muito linda no Pantanal, e quando voltamos para o Rio, a gente se entendia no olhar, assim como com a Letícia Salles, que fez a Filó. Foi muito especial, todo mundo, até os da segunda fase, estavam muito conectados. Realizei um sonho que foi cantar com o Almir Sater na fazenda dele, quando eu teria essa oportunidade? Eu recebi muitas mensagens de pessoas falando que não tinham percebido como a Irma era complexa, mas a família écomplexa, e não dava para as duas filhas serem diferentes. Eu e a Camila nos falávamos o tempo todo, eu contava de como tinha feito minhas cenas, e ela fazia a mesma coisa. É claro que a Irma da segunda fase, são 20 anos que se passam, é muita coisa que acontece, ela criou o sobrinho. Teve uma receptividade do público que eu não estava esperando, acho que nem a Camila. 

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

Você é uma mulher muito bonita, é ligada em rituais de beleza?

Eu sempre me preocupei muito com o meu corpo para estar preparada fisicamente para os musicais, então era mais pela saúde do que pela estética. Porque em musical você fica três horas em cena correndo, cantando, dançando, fazendo sapateado, precisa de muita energia, então eu sempre fiz muito exercício aeróbico. Eu sempre fiz aula de dança, de sapateado. Eu procuro me alimentar bem, mas por conta da saúde. Gostaria de ter menos barriga? Gostaria, mas também não vou deixar de comer meu chocolate. E tem também a questão do figurino, porque você tira as medidas e são preparadas as roupas, você não pode engordar depois disso. Mas graças a Deus estão mudando esse padrão louco que criaram. Eu sou uma mulher com curvas, eu sou uma falsa magra, eu tenho celulite, estria, barriga, o braço forte. Eu já passei por projetos que me disseram que eu estava gorda para participar, exatamente nessas palavras. Eu estava um pouco acima do que eu acho saudável para mim, estava passando por um processo na vida pessoal, e foi muito dolorido ouvir isso. E era um projeto que falava sobre diferenças, então me doeu mais, pensei que era tudo uma mentira. Inclusive, essa série musical que estou fazendo agora na Globoplay está sendo muito especial para mim. O que eu posso falar do projeto, que foi o que mais me encantou, é que estou muito feliz, porque é o primeiro projeto que está sendo tratado como musical pela Rede Globo, e tenho muitos amigos de musicais que estão em papéis importantes, e que não são padrões de beleza que a gente está acostumado a ver, que estão impondo para a gente. Isso me deixa muito feliz, de ver padrões impostos sendo quebrados, porque há muitos corpos, e não estou falando só sobre ser gordo ou ser magro, estou falando de cabelo, nariz grande, coisas que estamos desmistificando, o que é belo para você? 

E tem previsão de estreia?

Não, eles queriam lançar no final deste ano, não o sei se as duas temporadas juntas ou separadas, em princípio são duas temporadas. Mas ainda não tem previsão de lançamento certinho, não. A gente termina de gravar em junho. 

Que outros trabalhos vêm por aí?

A gente está para estrear “O Jovem Frankenstein”, em outubro, no Teatro Renault, em São Paulo, além da série e da música.

Malu Rodrigues – Foto: Vinícius Mochizuki

E seu disco já tem nome?

Não, mas com certeza vai ter uma homenagem à minha avó Maria Cândida, que tem uma loja de flores, então terá a ver com florescimento, amor. Eu fui criada por ela, e ela foi a maior incentivadora da minha carreira musical. Ela sempre cantou, apesar de não ser uma cantora profissional. 

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