Rocco Pitanga é Batman em audiossérie ao lado de Camila Pitanga e Tainá Müller

Com uma legião de fãs e diversas histórias já contadas, o Batman talvez seja o super-herói que mais teve versões, tanto no cinema quanto na TV e nos quadrinhos. Seria difícil pensar em uma nova trama e aventuras que ainda não foram vividas pelo Cavaleiro das Trevas, mas “Batman Despertar” conseguiu. E ainda apresentou aos fãs um novo formato de entretenimento, a audiossérie.

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Original do Spotify, a série estreia globalmente nesta terça-feira (03/05) e conta com Rocco Pitanga, de Batman, Camila Pitanga, como Kell, Tainá Müller, no papel de Barbara Gordon, e outras estrelas no elenco. “Eu sempre fui fã de Batman, nunca imaginei que teria uma oportunidade como essa, então é um privilégio”, conta Tainá, que interpreta a filha do comissário Gordon, importante personagem na história do herói. 

Conhecida por seu trabalho no teatro, no cinema e na TV, Tainá diz que uma das principais diferenças que sentiu ao trabalhar na audiossérie é que o corpo não importa. “A gente vê a filmagem dos bastidores no estúdio e até se assusta com as caras e posturas. Mas ali vale qualquer coisa justamente para passar a imagem pela voz”, explica a atriz, que também está em cartaz agora com a peça “Brilho Eterno”.

A nova história apresenta um serial killer, conhecido como Ceifador, que aterroriza Gotham City com seus métodos. Batman seria a pessoa ideal para resolver isso, mas ele parece ter esquecido de salvar a cidade. Na verdade, Bruce Wayne não tem nenhuma memória de que algum dia foi o Cavaleiro das Trevas e trabalha como um patologista forense no hospital de seu pai. Na audiossérie, o ouvinte é convidado a acompanhar as autópsias de Bruce, enquanto ele fica cada vez mais obcecado com o assassino.

“O Batman que a gente conhece das histórias em quadrinhos é um playboy milionário e aqui ele aparece nessa posição completamente inusitada. Então é muito legal e diferente acompanhar o processo dele nessa história”, conta Rocco Pitanga, que se apaixonou pelo roteiro desde o primeiro momento em que leu.

Segundo ele, interpretar o Batman foi um misto de sensações, ao mesmo tempo em que estava realizado ao lado do grande elenco, do diretor Daniel Rezende e da diretora de voz Marina Santana, o processo de chegar ao tom do personagem foi difícil. “Lembro que no teste o Dani foi pedindo para eu engrossar cada vez mais a voz, até que eu tava fazendo para o Bruce o tom que eu tinha pensado para o Batman, então eu teria que engrossar ainda mais”, conta ele, que chegou a ter a ajuda das filhas para encontrar o tom certo.

Mas talvez um dos pontos mais importantes dessa história do Cavaleiro das Trevas seja a representatividade, afinal, o Batman brasileiro tinha que ser negro. “Por que não um Batman negro? Eu acho que é um passo muito grande que a gente dá nesse trabalho, ainda que seja apenas no áudio e sem a imagem”, destaca Rocco sobre como isso pode inspirar positivamente o mercado.

Este também é o primeiro trabalho em que os irmãos Pitanga atuam juntos e Camila falou sobre o privilégio de contracenar com o irmão e de vê-lo como protagonista. “Claro que eu fiquei babando. Mas além da questão amorosa e afetiva, tinha trabalho, as cenas não são fáceis e ele precisava estar focado também”, conta ela. 

Dos três atores, a personagem de Camila talvez fosse a que menos se podia falar sobre, muitos mistérios rondam Kell em “Batman Despertar”. Mas algo que a atriz adiantou é que ela não faz apenas uma personagem, na verdade, parece que esse papel se transforma ao longo da série.

“Eu sou ouvinte, seja de música, de podcasts jornalísticos, documentários, e agora o Spotify está fortalecendo a ficção. Então eu já adoro ouvir, poder fazer é um privilégio maravilhoso, espero inclusive ter outros projetos como esse”, afirma a atriz, que diz que o segredo para contar a história nesse formato está na respiração e na cadência das frases.

“Batman Despertar” estreou hoje no Spotify e, além da versão brasileira, outros oito países gravaram a audiossérie. Não é novidade que a dublagem brasileira tem uma qualidade incrível e uma ótima habilidade de abrasileirar títulos estrangeiros. Em resposta a uma pergunta do RG, Camila contou que esse tom abrasileirado foi dado pelos próprios artistas que participaram da produção. “Somos brasileiros, cada um tem sua personalidade, seu borogodó, e cada um levou um pouco desse tempero para o próprio personagem.”