Top

No auge da carreira, Carol Costa vive protagonista no musical “Chicago”

Carol Costa já tem próximo projeto em vista – Foto: Adriano Dória

Depois de dois anos comemorando o aniversário isolada em casa, Carol Costa finalmente pôde celebrar seus 36 anos, completados no último mês, da melhor forma possível: em cima do palco. E logo em um dos principais papéis de sua carreira, o de Roxie Hart em “Chicago”, musical da Broadway que está em cartaz no Teatro Santander. 

SIGA O RG NO INSTAGRAM

Interpretando sua primeira grande protagonista, Carol conta que Roxie foi um verdadeiro presente, difícil foi passar por toda a pandemia sem poder falar sobre o projeto. A atriz descobriu que havia ganhado o papel ainda em janeiro de 2020, desde então teve que lidar com a ansiedade de ter o espetáculo adiado cinco vezes. “A gente sabe que o teatro foi o primeiro setor a parar e o último a voltar. Então está sendo muito bom ver a plateia cheia e as pessoas realmente indo ao teatro”, afirma.

Montado mundialmente, “Chicago” é um musical bastante conhecido pelo público e que tem inúmeras referências, tanto no teatro quanto no cinema. “É muita responsabilidade protagonizar uma peça desse tamanho”, destaca ela. Ann Reinking, Gwen Verdon e Reneé Zellweger foram algumas das atrizes que mais brilharam no papel de Roxie. Mas, além dessas inspirações, Carol também buscou se familiarizar com o universo dos anos 1920, em que a história se passa, e com a obra de Maurine Dallas Watkins, que escreveu a peça originalmente.

Unindo essas referências ao trabalho de preparação do elenco, e às aulas de canto e dança que faz há anos, a atriz estava pronta para a estreia. Foram inclusive essas aulas, especialmente a de dança, que lhe abriram caminhos ao longo de toda a carreira. “Como muitas mães, a minha me colocou para fazer balé aos 6 anos de idade. Ali eu me encantei e fui crescendo e fazendo minhas próprias escolhas”, conta.

Carol Costa é Roxie Hart em “Chicago” – Foto: Caio Gallucci

Na mesma época, ela também era muito estimulada com o teatro, que estava em sua grade curricular na escola. E talvez tenha sido esse incentivo da “Tia Sônia”, como Carol lembra, que fez com que ela passasse como atriz ao invés de como dançarina em seu primeiro teste de elenco. “Com 12 anos eu fui fazer um teste para dançar no programa da Angélica e acabei passando para atuar. Fiquei arrasada porque eu era bailarina, não entendi muito bem”, diz ela, mas foi com essa experiência que ela se apaixonou totalmente pela atuação.

Já aos 15 anos, a atriz foi emancipada para poder facilitar a rotina de trabalhos, e aos 16 teve seu primeiro contato com o teatro musical, na Oficina dos Menestreis, de Oswaldo Montenegro, onde ganhou uma bolsa de estudos por causa da dança. O mesmo aconteceu com Arnaldo Jabor, que foi fazer um teste na escola de balé da artista e acabou a convidando para participar do elenco de apoio no filme “A Suprema Felicidade”. Mas tudo sempre começou com a dança.

Aos 18 e 19 anos, ela entrou em um curso profissionalizante de teatro, a Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), ao mesmo tempo em que passou para a faculdade de jornalismo. Equilibrar os cursos não era fácil e Carol acabou optando por trancar o jornalismo e seguir com o de atuação, afinal, já trabalhava há mais de dez anos com arte. “Nessa época eu fazia bate e volta para São Paulo para alguns trabalhos e testes, ainda não tinha coragem de me mudar de vez”, conta ela, que só deixou o Rio de Janeiro mesmo aos 24 anos.

Carol se mudou para a capital paulista em busca do sonho no teatro musical e com dois projetos já em andamento, mas diz não estar fechada para oportunidades em outros veículos. Seu objetivo sempre foi ser o mais versátil possível, estudando e participando de diversos cursos ao longo da vida. Diferentes experiências a formaram como artista, só no teatro ela foi desde swing, que cobre todo mundo que fica fora do espetáculo, a sub de personagem e agora protagonista.

“A gente costuma ser colocado em caixinhas, o ator é o ator, o cantor é o cantor e a bailarina é sempre a bailarina, mas eu não queria isso para mim, eu queria fazer tudo. Para isso eu tive que ter muita paciência, muita resiliência, mas acho que tudo que aconteceu comigo foi no momento certo”, afirma Carol.

Foto: Adriano Dória

O primeiro papel a lhe dar a oportunidade de explorar seu potencial por completo foi em “Hebe, O Musical”, no qual interpretou a apresentadora jovem. “Foi um divisor de águas na minha carreira, porque era uma personagem minha mesmo, e foi muito especial o Miguel ter me dado essa chance”, diz ela sobre Miguel Falabella, que dirigiu o espetáculo.

Outros trabalhos importantes em sua vida e carreira foram “As Cangaceiras Guerreiras do Sertão” e “Chaves – Um Tributo Musical”. O primeiro é um projeto muito especial para ela, que a transformou especialmente como mulher, porque conta a história das mulheres nordestinas no cangaço, dos abusos que elas sofreram. E no segundo, Carol interpretou Chiquinha, papel de muita exposição que lhe rendeu dois prêmios como atriz coadjuvante.

Agora, a atriz brilha como Roxie até 29 de maio e, embora a carreira no teatro musical não seja a mais estável de todas, ela já está escalada para um próximo trabalho, interpretando Wendy na nova montagem de “Peter Pan”, que estreia em junho. Para o futuro, a ideia é conquistar cada vez mais. “Espero que ‘Chicago’ me abra portas para fazer outras coisas, tenho muita vontade de fazer streaming, cinema, novela, quero passar por outras experiências.”

Mais de Cultura