Cultura

Sesc Pinheiros recebe “Fúria, da Lia Rodrigues Cia de Danças

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Cena de “Fúria” – Foto: Sammi Landweer

A Lia Rodrigues Companhia de Danças apresenta, no Sesc Pinheiros (R. Pais Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, SP), o espetáculo Fúria”, nos dias 14, 16 e 17 de abril. Na obra, um mundo povoado de imagens de dor, beleza, violência, opressão e liberdade se constrói e se desmancha sem trégua, diante dos olhos do público. Os corpos dos intérpretes da companhia se destacam e se perdem em meio às roupas, sacos plásticos, rejeitos, em uma mistura de cores, formas e texturas. Um trecho de uma música tradicional dos povos indígenas Kanak, da Nova Caledônia, repetido infinitamente, acompanha grande parte da performance.

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“Como espiar o tempo em um mundo dominado por uma infinidade de imagens contrastantes – medonhas e belas, sombrias e luminosas – atravessadas por uma infinidade de perguntas não respondidas e perpassadas por contradições e paradoxos? Como espiar o tempo em um mundo de fúria? Como dar visibilidade e voz ao que está invisível e silenciado?”. Esses são alguns dos questionamentos que Lia destaca como desencadeadores da obra. 

A peça estreou em novembro de 2018 em parceria com o Festival de Outono de Paris no Théâtre National de Chaillot (Paris) e no teatro Le Cenqquatre (Paris) e fez turnê por várias cidades europeias.

Em “Fúria”, um mundo povoado de imagens de dor, beleza, violência, opressão e liberdade se constrói e se desmancha sem trégua, diante dos olhos do público. Os corpos de nove bailarinos da companhia (Leonardo Nunes, Felipe Vian, Clara Cavalcante, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva, Karoll Silva, Larissa Lima e Ricardo Xavier) se destacam e se perdem em meio às roupas, sacos plásticos, rejeitos, em uma mistura de cores, formas e texturas. Um trecho de uma música tradicional dos povos indígenas Kanak, da Nova Caledônia, repetido infinitamente, acompanha grande parte da performance.

A peça integra as pesquisas cênicas de Lia que passam pela questão da alteridade, da reinvenção de um corpo a partir de suas energias primitivas e da necessidade de engajamento no Brasil contemporâneo. “Esse título se refere tanto a uma violência que vem de fora, na forma de um ataque, quanto a uma necessidade de oposição, de luta”, diz a coreógrafa.

A obra de Lia também investiga relações de poder, evidenciando desde as dinâmicas do dominado e do dominador até questões raciais e de gênero. Para a artista, a fúria explorada em cena também remete diretamente à situação específica da favela da Maré, onde se dá sua produção artística das duas últimas décadas.

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