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Boombeat e CyberKills lançam o EP “Bárbara”; ouça

Capa do EP – Foto: Gistavo Delgado / Arte: Gabriel Gahesa

A potência da raiva e da aceitação, dos medos e das conquistas, e a busca pela identificação e acolhimento das travestis são potencializadas pelas rimas, flows e lírica afiada da rapper Boombeat e a sonoridade eletrônica, misturada ao trap e com pitada de funk do duo DJ’s da CyberKills no EP “Bárbara”, que chega nas plataformas digitais nesta sexta-feira (08.04). Com seis faixas, sendo cinco inéditas e dois interludes que marcam o início e o encerramento da produção, a obra procura unificar uma identidade musical pouco explorada nas cenas do rap e eletrônico nacionais. Ouça aqui!

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As faixas atravessam o processo da rapper a partir do momento em que se entendeu e externalizou para si e para o mundo sua travestilidade em 2021. Sensível, forte, autêntico, direto ao ponto e com muita autoestima, as músicas transitam entre o dançante, a emoção e a reflexão a partir das experiências ali colocadas pela artista a partir da sua história, que se inicia na troca dentro das relações, nos aprendizados e nas portas que se abrem a partir disso para que cada pessoa possa construir seu futuro.

“O nome Bárbara’ vai além do adjetivo, mas também carrega o nome de uma das principais personagens do objeto. Presente na primeira e última faixa, Barbara, que é uma travesti entre demais marcações, adjetivos e suas especificidades, entrelaça as vivências e narrativas trazidas nas demais faixas. Já que com a história dela, fui incentivada a viver e experienciar a minha travestilidade”, comenta Boombeat sobre o título do álbum, uma referência ao adjetivo em que ela e demais travestis se encaixam, e também ao nome da dona do áudio da faixa interlúdio “Amiga”, que abre o EP.

“Barbara é minha melhor amiga e também travesti. Esse áudio dela me deu muita força e me atravessou, foi além de mim. Na mesma hora que escutei, sabia que um dia ele faria parte do meu disco. Ele abre o EP para que as pessoas entendam sobre o que vem pela frente, nesta nova fase e também a importância dessa amizade. É um conselho, mas é poesia, emociona. É meu início como travesti, meu desabrochar”, explica a rapper sobre a primeira faixa.

Parceiros profissionais desde 2020, CyberKills buscou um caminho entre o eletrônico, o rap e o trap para musicalizar a profundidade das rimas de Boombeat. “É um trabalho abrasivo, incisivo e frenético. Foi um processo muito orgânico, criado com facilidade e fluidez entre todos os artistas. Abraçamos a urgência dela de falar sobre seu processo, de expor e acolher suas vulnerabilidades, e transformar isso em força. E isso trouxe nossa sonoridade, com mais agressividade, a mistura do trap com tech house, trap com trance”, explicam os DJs.

“Assim como ‘Barbara’ abre o álbum com seu áudio de incentivo e força para Boombeat, ela também encerra com um áudio inspiracional, com relatos de sua vivência como travesti, dos lugares que lhe são impostos, da sua experiência. “Como uma escola travesti”, define a rapper, que brinca com o nome da amiga – sem acento – e o título do EP, um adjetivo que ela define como um dos principais do universo da travestilidade. “Os áudios dela são como mantras para mim. Me dão força e gás. Ela faz parte de todo o meu processo de encontro e externalização da minha travesti. E isso sintetiza tudo e traz mais verdades. Traz esses lugares de fala, de vulnerabilidade”, diz.

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