Ismael Ivo em” Logos Diálogos”- Foto: Alexandre Nunis
O Sesc SP rememora o legado do coreógrafo e bailarino Ismael Ivo por ocasião do primeiro ano de seu falecimento, que completa uma no nesta sexta-feira (08.04). A data agora é chamada Dia Ismael Vivo, uma iniciativa do Instituto Ismael Vivo, formado por familiares e amigos do artista. A plataforma Sesc Digital e o SescTV apresentam a Coleção Ismael Ivo, com registros audiovisuais de espetáculos idealizados e interpretados pelo artista, morto aos 66 anos, vítima de Covid-19.
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A coleção, incluída na programação da Virada Ismael Vivo, promovida pelo instituto que leva o nome do artista, será exibida de 8 a 10 de abril e tem apoio do Sesc SP, do Instituto Tomie Ohtake, do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e da Feira Preta.
Os espetáculos apresentam recorte especial do acervo da série “Dança Contemporânea”, produzida e exibida pelo SescTV desde 2007.
– “Mapplethorpe” (2007): gravado durante a Bienal de Santos, é um espetáculo solo do bailarino em tributo ao fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe, conhecido por retratar, de forma erótica, corpos de homens negros se opondo à moralidade e intolerância racial da sociedade estadunidense da época.
– “Babilonia: Il Terzo Paradiso” (2012), com bailarinos de 25 nacionalidades, é o último trabalho de uma trilogia artística que traz à cena questões ambientais e a nossa própria capacidade de sobrevivência. “Essa é a ideia de “Babilonia: Il Terzo Paradiso”, pessoas de culturas e corpos diferentes que tentam encontrar uma nova forma de se expressar. “Babilonia” é um pouco esse quadro aberto de fantasia, de tentativa da dança como espelho da sociedade – como um documento de um indivíduo hoje na sociedade, que faz da arte o seu veículo de expressão”, explica o coreógrafo;
Ismael Ivo em “Arsenalle della Danza”, na Itália (27.Julho.2012) – Foto: Pedro Abude
– “Biblioteca del Corpo” (2012): a coreografia inspirada no conto “A Biblioteca de Babel”, do argentino Jorge Luis Borges, apresenta a concepção dos corpos como livros que contêm diferentes informações e fazem parte de uma espécie de “enciclopédia humana”, com diversas informações e identidades neles presentes;
– “Erêndira” (2014): coreografia embrionária do projeto Biblioteca do Corpo, foi criada a partir do romance “A Incrível e Triste História da Cândida Erêndira e da Sua Avó Desalmada”, do colombiano Gabriel García Márquez. Estreado em Viena, no ImPulsTanz Festival, o espetáculo traz à baila questões relacionadas à prostituição infantil, presente na obra literária, em que a avó da menina Cândida Erêndira resolve prostituí-la em troca de dinheiro e de alimentos, destruindo o sonho de a criança tornar-se bailarina. Com exibição também no SescTV dia 19.04, à zero hora.
– “Logos Diálogos – Parte 3 – Ismael Ivo e Cia. Anacã” (2014): obras executadas pelo violoncelista Dimos Goudaroulis e coreografadas por Ismael Ivo e Deborah Colker. No palco, o violoncelista é acompanhado por Ismael Ivo e Cia. Anacã. A palavra “diálogo” foi somada ao título para significar vários tipos de interações: o diálogo entre a música e a dança, entre um instrumentista dedicado à obra de Bach e coreógrafos criadores conceituados, entre o antigo e o contemporâneo nas linguagens artísticas, entre o som e o movimento, a música, a dança, o cenário e a iluminação. Com exibição também no SescTV dia 21.04, às 20h.
Todos os trabalhos a serem exibidos têm a direção de Antonio Carlos Rebesco e apresentam, além das versões editadas dos espetáculos, entrevistas exclusivas com os artistas.
A videoarte “Imersão Olho-Urubu – Me Empresta Teus Olhos – Ismael Ivo” (2014), dirigida por André Guerreiro Lopes, vai ao ar no SescTV, com reprises na programação ao longo do mês de abril. A obra revela de maneira intimista como o artista enxerga o mundo.