Cultura

Assucena apresenta show-homenagem no Sesc Bom Retiro

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Assucena – Foto: Fernanda Tiné

A cantora, compositora e intérprete Assucena apresenta nesta sexta-feira (08.04) seu show “Rio e também posso chorar – Fatal 50”, em São Paulo, no Sesc Bom Retiro, às 20h. Trata-se de uma apresentação de releitura e homenagem ao icônico álbum “Fatal – Gal A Todo Vapor”, que Gal Costa lançou em 1971. Os ingressos estão à venda com valores a partir de R$ 20 direto no site da rede Sesc SP.

Em 2021, “Fatal – Gal A Todo Vapor” completou 50 anos de lançamento e este aniversário ainda ecoa os mesmos gritos e anseios que Gal, Jards Macalé e Waly Salomão evocaram naquela época: um chamado pela liberdade.

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Movida fundamentalmente pela relevância da memória desta clássica apresentação de Gal, Assucena identifica uma atualidade por essência neste show. “A obra homenageada emerge de um dos períodos mais sombrios da história brasileira e que ainda se faz contemporânea, pelo teor de autoritarismo e obscurantismo que ainda  nos assombra. Esse projeto é sobre a composição de um canto e de um corpo livre de uma mulher trans em tempos de ataque à dignidade humana e à democracia. É uma releitura na qual vou imprimir meus traços e minhas pesquisas sonoras também”, aponta a artista.

“Fatal – Gal A Todo Vapor” foi o primeiro disco duplo da discografia brasileira. Gravado ao vivo no Teatro Tereza Raquel (Rio de Janeiro), sob recursos limitados de captação, “Fatal” apresenta tropeços e microfonias como um retrato acurado de uma rebeldia magistral. Não à toa é tido como um dos marcos musicais da contracultura brasileira durante o regime militar.

Assucena – Foto: Nathalia Fernandes

“Quando eu me encontrei com essa obra, eu me reencontrei como cantora e como artista. Meu coração vagabundo finalmente achou morada numa expressão sincera e arrojada de uma de nossas maiores intérpretes. ‘Gal sempre me trata com choques elétricos…’, como bem disse Tom Zé. Ali, naquele ‘Vapor Barato’ eu pude aprender a ser visceral e ser delicada; pude ser guitarra e violão sincopado; pude ser a ‘Falsa Baiana’ de Geraldo Pereira, embora seja verdadeiramente uma baianíssima de um sertão que ainda espera ser mar”, diz Assucena. “Quero ter o prazer de homenagear Gal e Fatal, por eu ter feito de mim, uma mulher que medita a respeito de minha época, de meu corpo, de minha voz e que deseja cantar um Brasil com o propósito da memória, da formação da consciência e do reencontro com suas raízes, mas também de sua contemporaneidade”, conclui.

Acompanham a cantora os músicos Rafael Acerbi (direção musical, guitarra e violão); Bianca Predieri (bateria e programação) e Beatriz Lima (baixo).

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