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Fernanda Naman estreia exposição inédita em SP

Fernanda Naman – Foto: Divulgação

Fernanda Naman, fotógrafa conhecida pelas suas obras contendo abstração e múltiplas composições, estreia exposição inédita no Espaço Rabieh+, em São Paulo, até 9 de abril, com curadoria de Carolline Lauriano. A mostra busca reunir as séries “Extremos e Floating”, em apenas uma, orientando o público a uma nova fase do trabalho de Fernanda, que já expôs no Brasil, nos Estados Unidos e na Itália. Na série “Extremos”, por meio das diferentes texturas e temperaturas imagéticas, uma variação tonal em escalas e tempos, com momentos de silêncio e momentos de sonância, a artista cria um diálogo entre dois polos aparentemente distintos e busca revelar as semelhanças existentes nas diferenças de cada um.

Já em “Floating”, ela retrata em detalhes diversas bolhas que ocupam o espaço da imagem, causando variações de cor e luz conforme surgem na fotografia e desenvolve questionamentos acerca de sermos todos iguais, porém tão diferentes, confinados dentro de um mesmo sistema, ainda que com infinitas particularidades.

Foto: Divulgação

Essa união é especial porque marca um momento de reflexão bastante importante na vida de Fernanda, que tem seu trabalho exposto nas principais galerias de arte e na casa de artistas e influenciadores digitais, como Claudia Raia, Silvia Braz, Lelê Saddi e Lala Rudge.

“Depois de tudo que passamos com a pandemia, trazer de volta dois trabalhos tão importantes pra mim, e ainda por cima juntos é muito especial, porque eles refletem tudo que eu busco representar na minha arte: textura, expansão e dinamismo”, explica.

Conte sobre o processo criativo das obras.

Eu sempre busco o belo em objetos do meu dia a dia. É sempre o que quero passar por meio de minha arte, pois a vida já é muito carregada e precisamos ter um respiro. Transformar pequenas coisas e as ressignificar. Ressignificar os momentos de isolamento e distanciamento social em outras perspectivas, como o da coletividade e do resgate de memórias internas.

Foto: Divulgação

Quais foram suas referências para a criação de cada uma das séries?

Parto do meu olhar atento para o mundo ao meu redor, sempre em busca de imagens que deem conta de humanizar as relações com o entorno, do micro ao macro. Tento guiar os espectadores em um exercício de fazer e pensar. Como olhamos para as coisas diz muito sobre como construímos nossas percepções, sobre nós e sobre o outro. Busco por uma resposta entre como nossas experiências pessoais se relacionam com a experiências coletivas e com isso procurei criar uma narrativa imagética.

Quanto tempo levou para finalizar a exposição?

Estreei duas séries nessa exposição. A Extremos” deveria ter sido exposta em maio de 2020, mas por conta da pandemia, surgiu a nova série “Floating”, e acabei juntando as duas agora. Foram cinco anos fotografando e criando para as duas.

Qual o intuito de combinar duas séries em uma exposição só?

Como comentei, não pude expor a “Extremos” devido a pandemia e como surgiu a nova série “Floating” em 2020, não quis esperar mais tempo e dividir em duas exposições. Acho que ambas as séries conversam bem, então foi perfeito para uni-las agora. Procuro com ambas as séries um diálogo sobre as relações dentro/fora, interno/externo, de nós mesmos.

Foto: Bruno Poletti

Qual o significado que você deseja passar para o público?

Sempre o belo e, em especial para essa exposição, a busca pelo equilíbrio que celebro a partir do estado meditativo que minhas fotografias nos colocam. E é exatamente dessa conexão proposta por mim, que poderemos criar novas possibilidades de futuro e buscar pelas novas imagens que queremos criar. Para nós e para o mundo.

Exposição Fernanda Naman
Local: Espaço Rabieh+.
Data: até 9 de abril.
Horário: 13h às 18h (segunda a sábado).

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