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Casa de Cultura do Parque inaugura o I Ciclo expositivo deste ano com três mostras inéditas

2021, Pierre Lauwers – Foto divulgação

Casa de Cultura do Parque, centro cultural com entrada gratuita localizado em frente ao Parque Villa-Lobos, inicia o I Ciclo expositivo de 2022 com três mostras diversas a partir de 9 de abril. A direção artística é de Claudio Cretti.

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Galeria do Parque recebe a coletiva Setas e Turmalinas”, uma parceria com o espaço de arte Auroras, que apresenta uma seleção diversa de mais de 70 nomes da arte contemporânea, com curadoria de Gisela Domschke e direção artística também de Ricardo Kugelmas. A artista catarinense Roberta Tassinari exibe trabalhos de 2018 a 2021 na individual Água na boca” no Projeto Gabinete e o Projeto 280 X 1020 recebe uma serigrafia direta em sua parede de grandes dimensões, intitulada Les Moles/Casa do Parque”, de Pierre Lauwers.

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

“Setas e Turmalinas” uma parceria entre Casa de Cultura do Parque e Auroras

A trajetória e o desenvolvimento do olhar do colecionador – reflexos do tempo e de suas experiências – dão direção à mostra coletiva Setas e Turmalinas, uma parceria com o espaço de arte Auroras, em cartaz na Casa de Cultura do Parque.

A escolha curatorial de Gisela Domschke tem como ponto de partida um eixo formado entre uma grande pintura de Francesco Clemente, artista que introduziu Ricardo Kugelmas ao mundo das artes em Nova York, e outra de Laís Amaral, uma de suas mais recentes aquisições. “Pode-se notar neste eixo uma travessia. Busquei absorver essa ideia de passagem, cruzamento e travessia na linha curatorial. No fundo, ao colecionar, você cria uma narrativa de maneira inconsciente e isso tem a ver com suas vivências”, explica Gisela Domschke.

No texto “O Colecionador”, o filósofo e ensaísta Walter Benjamin nota como as coisas vão de encontro ao colecionador, ou como ele as busca e as encontra. “Para o colecionador, a ordem do mundo se dá em cada objeto, e no arranjo inesperado com que as organiza — uma percepção quase onírica das coisas”, continua a curadora.

2018, Roberta Tassinari – Foto: divulgação

“Água na boca” de Roberta

Trabalhos que oscilam entre pintura e escultura, os chamados objetos de parede, compõem a exposição individual Água na boca” da catarinense Roberta Tassinari na Casa de Cultura do Parque. As obras, desenvolvidas entre 2018 e 2022, ocupam o Gabinete do Parque.

Os trabalhos selecionados são compostos por materiais diversificados e imprevisíveis, como cera de abelha, cimento, gesso, tecido, folha de ouro e pigmento. “Me interesso pelas potencialidades plásticas de cada uma das matérias que utilizo. Minha pesquisa se desenvolve a partir da investigação de materiais do cotidiano, materiais industriais e materiais da tradição da arte.”, pontua a artista.

Durante estes quatro anos de produção, os trabalhos de Roberta passaram por alterações nas tonalidades das cores, através da investigação das potencialidades de reflexão e absorção de luz de diferentes tons. O uso de materiais em excesso também foi suprimido, com o objetivo de não causar distrações e sintetizar as informações para chegar nos blocos de cor.

Embora estejam pendurados na parede, as obras pedem uma observação 180° a fim de instigar o público a questionar suas certezas. Um material duro que parece mole, algo rígido que parece maleável, algo pesado que parece leve. Os trabalhos despertam os sentidos para além do olhar.

Bebendo água do Saara, 2019, Lais Amaral – Foto: divulgação

“Les Moles/Casa do Parque” de Pierre Lauwers

Uma serigrafia direta sobre a parede de composições de círculos coloridos, os chamados Moles, em associação com o seu entorno, é a proposta do trabalho de Pierre Lauwers para o I Ciclo expositivo de 2022 da Casa de Cultura do Parque. A impressão Les Moles/Casa do Parque” é exibida no Projeto 280 X 1020, uma parede de grandes dimensões localizada na varanda do centro cultural.

O título da exposição refere-se ao mundo molecular e suas estruturas simples. Os agrupamentos de círculos coloridos são livremente inspirados em signos convencionais usados em química, como o mol, moles no plural, que é uma unidade de medida utilizada na ciência química. A relação do artista com a matéria é de admiração, “Eu sou atraído pela qualidade inexpressiva das produções visuais da ciência.”, comenta Lauwers.

Em “Les Moles/Casa do Parque”, a impressão é feita diretamente na parede e é composta por doze grupos, cada um deles com sete círculos coloridos que se sobrepõem, dispostos em linha. As cores utilizadas em cada grupo permitem distinguir quatro agrupamentos.

A serigrafia acompanha o trabalho de Pierre Lauwers desde o ínicio da trajetória, aplicando a técnica tanto em fotografias, quanto em pinturas. “Meu trabalho se concentra atualmente sobre composições de signos impressos em serigrafia, diretamente nas paredes. A autonomia interna dessas composições é assim posta em relação com o entorno.”, pontua o artista.

 

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