Gop Tun comemora dez anos de existência com grande festival – Foto: Divulgação
O selo de música eletrônica Gop Tun celebra dez anos de existência neste ano e, para comemorar, entregará ao público a primeira edição do Gop Tun Festival neste sábado (02.04). Com mais de 40 artistas de todo o mundo, o evento ocupará as antigas piscinas do Estádio do Canindé, um espaço que voltou a receber festas no último mês.
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Em entrevista ao RG, um dos sócios, Caio Taborda, aborda como foi a primeira década de existência do trabalho no comando do selo, detalha como a curadoria foi feita para a estreia do festival e fala, ainda, sobre como a empresa lida com diversidade dentro da dinâmica de trabalho e dos artistas. Leia íntegra a seguir.
Da esquerda para a direita, os sócios-fundadores do selo: Caio Taborda, Bruno Protti, Fernando Nascii e Gui Scott
RG – A marca Gop Tun está completando 10 anos em 2022. Como você resumiria a caminhada coletiva nesta década de existência?
Caio Taborda – Gop Tun em sua história sempre se apresentou em lugares inéditos e inusitados, então, há dez anos atrás, quando começamos a fazer festa, já tínhamos essa pegada: levamos nossas festas para estufas de planta, helipontos, clubes da terceira idade e inúmeros outros formatos. Isso sempre fez parte do nosso DNA, pois acho que não existe uma fórmula para encontrar a pista ideal, mas sempre criamos conceitos em cima dos lugares que a gente ocupa.
RG – Hoje, sendo umas das maiores e mais fortes labels de música eletrônica por aqui, o que fazem e como fazem para se manterem atualizados com o que o público busca tanto nas festas quanto nos sons?
Caio Taborda – Quando falamos de Gop Tun Festival, a festa acaba sendo um reflexo de nós como DJs. Portanto, o que gostamos de tocar é o que a gente procura incluir no festival. É importante lembrar que nós quatro somos DJs e, com isso, a pesquisa para nós é algo diário. Pesquisamos música e respiramos música todos os dias: é nossa profissão manter-se atualizados em relação a tudo. Muitas vezes, a gente traz artistas que não são conhecidos do público brasileiro, mas são fontes de pesquisas nossas, pois sempre nos mantemos ligados no que é tendência. Os DJs que, mesmo desconhecidos aqui no Brasil, estão começando a despontar país afora estão no nosso radar. O que está tocando em outros lugares, clubes e festivais também.
RG – O festival que acontece no dia 2 terá mais de 40 artistas de todo o mundo. Como foi essa curadoria?
Caio Taborda – Foi crucial na nossa curadoria selecionarmos artistas que representassem as culturas e suas pluralidades. Estamos abordando áreas e gêneros de muitos lugares diferentes, com muitos artistas de fora, que já fizeram parte dos nossos eventos do passado. Além disso, temos uma série de DJs da América do Sul – pois, por estarmos inseridos nessa comunidade, achamos importante criarmos essa conexão com as nossas raízes – com DJs que estão vindo da Argentina, Paraguai, Colômbia e Chile, para representarmos muito bem esse lado do globo.
RG – A diversidade de gênero, raça e sexualidade é tratada e pensada de que forma dentro de todo o trabalho de vocês?
Caio Taborda – Esse tópico é tratado com bastante seriedade por nós. Quando pensamos na nossa comunicação, em como comunicar os nossos valores e, principalmente, na diversidade de pessoas que trabalham nos nossos eventos, acredito que ela é muito ampla quando entendemos todos os artistas que fazem parte desse meio. Confesso que evoluímos muito nos últimos anos comparado a quando começamos mas acredito que, atualmente, temos uma diversidade interessante nas nossas festas, seja por meio dos artistas que vão tocar, das pessoas que trabalham no staff e até na galera que faz parte dos rolês. Acho que isso acaba de certa maneira traduzindo bastante a própria programação do festival.
RG – Quais outras formas de comemoração o público pode esperar para este ano?
Caio Taborda – O público pode esperar algo do mesmo nível das nossas outras festas. O Gop Tun Festival terá uma das estruturas mais incríveis que já fizemos, tudo pensado desde o projeto de iluminação dos palcos e comunicação visual, até o projeto de cenografia. E como tudo está inserido num lugar que tem história própria, estamos muito ansiosos para mostrar e levar o que criamos nesses últimos meses.
Sobre a Gop Tun
Idealizado por Bruno Protti, Caio Taborda, Fernando Nascii e Gui Scott, Gop Tun é um coletivo e selo musical fundado em 2012 com o objetivo de criar e difundir espaços para a música eletrônica, sempre de olho nas novas tendências musicais e diversificando os espaços a fim de encontrar “a melhor pista”.
Conhecido pela curadoria musical em suas festas, produziu alguns dos maiores eventos da cena eletrônica nacional, como o Dekmantel Festival São Paulo; o festival de verão XAMA; e showcases do selo que já passaram por Lisboa e Berlim.