Cultura

Português Pedro Carvalho ama o Brasil e quer se fixar como ator por aqui

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Foto: Vinícius Mochizuki

Pedro Carvalho tornou-se conhecido do público brasileiro em 2016, quando protagonizou “Escrava Mãe”, na Record TV. No ano seguinte, estava no horário nobre da TV Globo com o misterioso Amaro, de “O Outro Lado do Paraíso”. No entanto, foi o simpático confeiteiro Abel, de “A Dona do Pedaço”, que fez o ator português, de 36 anos, cair nas graças da audiência.

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Com uma carreira longeva em Portugal – são duas décadas de trabalhos na TV -, Carvalho é apaixonado pelo Brasil e quer estar cada vez mais presente por aqui. “A teledramaturgia brasileira é uma das melhores do mundo. Eu me sinto completamente realizado profissionalmente em todos os projetos que tenho vindo a desempenhar no Brasil”, diz o artista, que faz aulas de fonoaudiologia para ter mais oportunidade por aqui, como no filme “O Segundo Homem” (Star+), no qual interpreta seu primeiro personagem brasileiro. “Foram cinco anos de preparo vocal, fazendo aulas intensivas. Isso me abre um leque muito maior de personagens que não sejam o português de Portugal”.

O objetivo do ator é se dividir entre os trabalhos em sua terra natal e no Brasil. Elogiado pela beleza, Pedro conta os seus cuidados com o corpo: “Faço exercícios todos os dias. A minha alimentação é regrada e bebo muita água. Não bebo álcool nem refrigerantes. E prefiro a vida diurna à noturna”.

Leia a seguir entrevista de RG com Carvalho.

Você tem quase 20 anos de carreira, com uma história sólida em Portugal. Não ficou com medo de começar de novo quando veio para o Brasil?

Muito pelo contrário. Em 2015, quando vim fazer a minha primeira novela no Brasil, “Escrava Mãe”, já vim com uma bagagem de mais de 12 anos de carreira, com novelas, séries, filmes, peças de teatro, estudos na área… então, é como se fosse um recomeço, mas já com experiência e prática. E isso me ajudou muito, principalmente porque vim fazer um protagonista, tinha uma grande carga horária, muitas cenas para estudar e gravar. E estes anos de experiência me trouxeram a tranquilidade para conseguir fazer tudo isso. Por outro lado, a conquista de um novo mercado, um mercado internacional, sempre foi algo que ambicionei desde que comecei a trabalhar como ator. O Brasil sempre foi uma meta. É claro que em Portugal eu já tenho estabilidade, termino um projeto e já existem outros… E posso me dar ao luxo de decidir o que fará mais sentido eu fazer. No Brasil, fiz três novelas e um filme. É um caminho que ainda estou trilhando, mas sou persistente e muito apaixonado pelo o que eu faço. E essa receita não tem como dar errado.

Por que esse desejo de construir também uma carreira na teledramaturgia brasileira?

Eu sempre tive o desejo de internacionalizar a minha carreira. Inicialmente, eu tinha o desejo de começar pelo mercado espanhol, mexicano, porque falo espanhol fluente, estudei no Corazza, escola de atores do Javier Bardem em Madri. Portanto, seria, aparentemente, o mais lógico. Mas o Brasil surgiu primeiro e ainda bem que assim foi. A teledramaturgia brasileira é uma das melhores do mundo. Eu me sinto completamente realizado profissionalmente em todos os projetos que tenho vindo a desempenhar.

Foto: Vinícius Mochizuki

O que foi mais difícil nessa transição de continente?

A adaptação é sempre estranha. É outra cultura, embora a língua seja semelhante. Mas o que fiz questão de fazer foi aulas intensivas de fonoaudiologia, para conseguir falar o português brasileiro fluente sem qualquer sotaque de Portugal. Demorei cinco anos para aperfeiçoar, mas consegui e hoje já me sinto totalmente preparado para desempenhar um personagem falando o português brasileiro. Já o fiz no filme “O Segundo Homem”, do Thiago Luciano, e agora quero ter essa oportunidade em TV. Me sinto completamente em casa morando no Brasil. A única coisa que mudaria seria as saudades que tenho da minha família e amigos de Portugal.

Hoje, você tem três novelas muito bem recebidas pelo público aqui. E você segue trabalhando em Portugal. Como fica a vida se dividindo entre lá e cá?

Muitas viagens de avião, duas casas, tudo em dobro. Eu gosto de viver assim. Entre cá e lá. Fazendo projetos no Brasil e em Portugal alternadamente. Isso me realiza enquanto profissional e enquanto pessoa. Sou um privilegiado por poder usufruir das duas culturas, de dois países maravilhosos e de poder atuar em duas línguas e projetos totalmente diferentes. De poder conquistar dois públicos tão distintos e que me acolhem com tanto carinho sempre.

Você protagonizou uma novela na Record TV. É uma meta protagonizar uma novela na Globo?

A minha principal meta é sempre poder ter a oportunidade de interpretar personagens fortes, interessantes, de composição, artisticamente complexos e que transmitam uma mensagem importante e em projetos desafiantes e de qualidade.

Você sempre teve apoio da sua família para seguir a carreira artística? Ou teve que convencê-los?

No início, não foi fácil. Eu fazia aulas escondido, mas quando estava no segundo ano de tablado e os convites começaram a surgir, não deu mais para esconder. Acho que foi normal a reação deles (meus pais) ao início. Eu sou o único artista na família, uma família numerosa. Tudo era novidade para eles e para mim. Mas assim que começaram a ver que estava dando certo, que eu realmente amava o que estava fazendo, que estava construindo o meu caminho, o apoio foi incondicional e hoje em dia são os meus pilares.

Você estreou seu primeiro filme brasileiro, “O Segundo Homem”. Como foi fazer pela primeira vez um personagem brasileiro?

Foram cinco anos de preparo vocal, fazendo aulas intensivas de fonoaudiologia com duas terapeutas, para conseguir falar o português brasileiro sem nenhum sotaque português de Portugal. Era um desejo de há muito tempo. Ter esta oportunidade foi muito importante para mim, para a minha carreira. Agora quero poder fazê-lo em TV. Isso me abre um leque muito maior de oportunidade para personagens no Brasil que não sejam apenas o português de Portugal.

Foto: Vinícius Mochizuki

Já tem algum novo trabalho previsto para o Brasil?

Sim, mas ainda não posso falar sobre isso. Assim que puder, eu divido com vocês.

Você passou a pandemia em Portugal. Como foi todo esse tempo por lá?

A pandemia em Portugal foi bem rigorosa com restrições bem rígidas. Eu fui para Portugal durante a pandemia porque fui gravar “Amor Amor”, novela das 21h da emissora SIC. Gravei durante toda a pandemia. Nos estúdios se cumpriram a rigor todos os protocolos de saúde necessários para que pudéssemos gravar com segurança.

Quando visitou o Brasil, como você compara a situação de lá e de aqui?

Sinceramente, eu acho que em Portugal as medidas restritivas foram mais exigentes que no Brasil. As pessoas em Portugal não hesitaram em se vacinar.

Você é um homem bonito. Você é muito vaidoso?

Tenho os cuidados básicos para conseguir ter uma aparência saudável, faço exercícios todos os dias, a minha alimentação é regrada e bebo muita água. Não bebo álcool nem refrigerantes e prefiro a vida diurna à noturna. Mas tudo isto são práticas e hábitos que eu faço sem qualquer esforço. Gosto, faz parte da minha personalidade este estilo de vida.

Foto: Vinícius Mochizuki

Quais são as suas preocupações com o corpo?

Tento fazer uma alimentação mais à base de peixe e legumes, frutas. Não bebo refrigerantes nem álcool porque não gosto mesmo. E a prática de exercício diário é essencial na minha vida.

Recebe muitas cantadas no direct do Instagram?

Algumas…

As mulheres brasileiras têm mais atitude ou as portuguesas?

Sem dúvida alguma, as brasileiras.

Foto: Vinícius Mochizuki

Você está namorando?

Ah, eu estou feliz.

Pensa em morar definitivamente no Brasil? É um desejo?

Penso em passar temporadas mais longas no Brasil, mas quero viver sempre entre Portugal e Brasil.

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