Trabalho de Felipe Góes – Foto: Divulgação/Kogan Amaro
Reunindo pinturas de paisagens, tema recorrente em seus trabalhos que não se baseiam em fotografias, nem em lugares reais, mesclando, assim, fantasia e memória, Felipe Góes abre a exposição individual “Ciclo Circadiano”, na Galeria Kogan Amaro, a partir de 2 de abril. A individual apresenta oito trabalhos inéditos do artista.
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Com curadoria de Regina Teixeira de Barros, a exposição é simultânea e também um desdobramento a “Zirkadianer Rhythmus”, individual que o artista acaba de abrir na Kogan Amaro de Zurique, na Suíça, e que integrou a programação da Zurich Art Weekend.
“Para mim é uma honra realizar esse projeto com a galeria Kogan Amaro, ele marca minha estreia na Europa, participando também do Zurich Art Weekend que ocorreu no início de março e uma individual em São Paulo, na mesma semana da SP-Arte, onde também haverá obras minhas”, afirma Góes.
Com cores e traços marcantes, as obras reunidas na individual apresentam um desdobramento de “Ocaso” (2016) e “Bennu” (2018), trabalhos anteriores do artista. “Minhas intenções com imagens de paisagem e cosmos não são apenas visuais. Toda paisagem carrega informações biológicas e geológicas, e também a possibilidade de interpretações históricas, filosóficas e espirituais. O cosmos pode ser interpretado apenas como uma perspectiva diferente, outro ponto de vista dos mesmos fenômenos.”
“O ‘Ciclo Circadiano’ é um dos ritmos naturais que governam a vida na Terra. Nesse caso específico, é o dia e a noite, o ciclo de 24 horas que rege as plantas, os fungos e os animais, inclusive a espécie humana. É algo que conecta nossa vida diária com a rotação da Terra em seu próprio eixo. Ou se pudermos pensar mais conceitualmente, ele conecta nossa existência com os movimentos dos planetas, galáxias e a infinitude do Universo. De forma sutil, o título da exposição ciclo circadiano ajuda na compreensão dos meus objetivos como artista, mas não explica demais. É aberto o suficiente para encorajar as pessoas a terem suas próprias ideias sobre as pinturas. Portanto, espero que esta exposição possa promover discussões sobre nossa existência no planeta Terra, bem como reflexões sobre arte, ciência, espiritualidade e o Universo”, conclui Góes.
“Nesta nova série de pinturas de Felipe Góes, a matéria se adensou, as pinceladas se ouriçaram, as cores vibraram em confrontos violentos: as águas se incendiaram em variantes de magenta, laranja e vermelho; os verdes estridentes tomaram o horizonte, anunciando auroras misteriosas; a lava dos vulcões em erupção contaminou os céus a ponto de transformá-los em reflexos da terra, e não o inverso. O cosmos parece aspirar a força da gravidade, encrespando a natureza ou o que dela resta”, avalia Regina, no texto de apresentação da exposição.