Cantor Silva – Foto: Divulgação
Depois de oito anos, uma tempestade de raios e uma pandemia de um vírus desconhecido no meio, o cantor Silva está de volta ao Lollapalooza Brasil 2022. O artista capixaba sobe ao palco Budweiser no Autódromo de Interlagos neste sábado (26.03).
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Ao RG, ele contou que o mais difícil para este show foi a escolha do repertório para a apresentação de uma hora encomendada pela organização do festival.
“Coloquei canções que acho que fazem sentido e que são sucesso. As que o público tem uma conexão mais forte, principalmente. Este foi meu critério”, contou via Zoom, diretamente de sua casa no Espírito Santo, sem revelar o setlist.
Uma coisa que podemos afirmar é que, sim, Silva terá artistas ao seu lado durante o show, mas os nomes não foram revelados. “É surpresa, não posso dizer. Estou rindo porque dá muita vontade de contar. Mas teremos participações, com S no final”, disse, rindo.
Leia abaixo íntegra da entrevista com Silva sobre seus próximos shows, tanto no festival quanto em seu bloco de Carnaval.
RG – Antes da gente falar do Lollapalooza exatamente, como você está psicologicamente com a volta dos shows?
Silva – Estou me sentindo um pouco estranho porque acho que tem uma coisa que rege a vida de músicos, pelo menos para mim, que tem a ver com ritmo. Sou uma pessoa que, quando estou em em turnê tocando direto, me entrego mais para a música e aquilo fica fácil, na minha mão, por já estar fazendo muito. Com essa pausa toda da pandemia, é um pouco estranho porque parece que perde a prática. Estou há 10 anos na estrada, toda experiência ajuda muito, fico mais sagaz tecnicamente, como lidar com público, mas ao mesmo tempo parece que estou começando agora. A praxis comum se perde. Por exemplo, este show do Lollapalooza, que tem um repertório diferente, eu não estava fazendo antes. Vou voltar a fazer depois de anos. Tem músicas ali que não canto há tempos. Tem letras que não lembrava mais, que tive de botar ela na cabeça de novo, de pegar a interpretação de novo. Dá esse frio na barriga por completo. É um desafio gigantesco porque nunca tinha passado por isso. Costumo dizer que sou um ex-tímido, que fui trabalhando isso no palco porque não vim das noitadas em barzinhos. Fui desconstruindo minha timidez e usando ela a meu favor. Agora, está um pouco difícil, mas vamos em frente.
RG – Não é a primeira vez que você toca no Lollapalooza, né?
Silva – Toquei pela primeira vez em 2014 e iria tocar de novo em 2019 mas não rolou porque deu aquela tempestade de raios e tudo foi cancelado. Na edição de 2020 ia rolar, mas veio a pandemia. E agora, voltando oito anos depois.
RG – Oito anos depois! Muito tempo! O que os fãs, então, podem esperar do seu “quarto” show no Lollapalooza, vamos chamar assim?
Silva – Olha, deu trabalho montar esse setlist. Lancei muita coisa entre a primeira vez que toquei e agora. No meu primeiro show, em 2014, estava no segundo álbum. Hoje, tenho cinco de estúdio, além do com a Marisa Monte, álbum ao vivo, o do bloco de Carnaval. Aconteceu muita coisa. Então, estou colocando muita coisa neste setlist. Não consegui colocar tudo porque o show tem só uma hora, né? É muito pouco para o repertório de toda carreira. Tem coisas que fazem mais sentido neste momento de show e celebração e outras nem tanto. Tudo que eu já lancei, eu gosto, nunca lancei nada que não fosse verdadeiro. Claro que nossa cabeça vai mudando conforme o tempo, mas coloquei canções que acho que fazem sentido e que são sucesso. As que o público tem uma conexão mais forte. Este foi meu critério.
RG – E falando do show ainda, você convidou algum artista para subir no palco do Lollapalooza com você? Anitta para cantar “Facinho” ou Criolo para “Soprou”?
Silva – É surpresa, eu não posso dizer. Estou rindo porque dá muita vontade de contar. Mas teremos participações, com S no final.
RG – E seu look para apresentação no Lolla, já escolheu?
Silva – É sempre um problema para mim porque acho que, se eu fosse um artista mais da fantasia, facilitaria porque teria mais possibilidades. Poderia me montar, colocar algo a mais, tem a ver com a minha persona. Geralmente, meus looks de show são muito parecidos com o que eu sou na vida. Gosto de aproximar bastante o que sou no palco e na vida real. Vou sempre, no final, em festival diurno, vou no básico do básico.
RG – Para encerrarmos, os seus fãs vão te ver no Bloco do Silva, que vai rodar várias capitais do País. Conta um pouco para gente como vai ser esse show.
Silva – O show do bloco é o show que costumo dizer que é o “Carnaval que eu nunca pude ter” por conta de toda a minha trajetória familiar, mais tradicional, conservadora até, eu diria. Abuso do repertório que eu amo, com todas as músicas que gosto, apesar de não ir para os Carnavais. O repertório é o grande lance do meu bloco. Sempre ouço das pessoas que gostam que o repertório é o ouro do negócio. Para mim, repertório é o que mais conta. Faz toda a diferença. Para o show do Lolla, foi o mais difícil de definir para manter o público em atento, vivo, sem barriga. São três horas de show, com músicas que amo muito. Só coloco músicas que eu amo muito porque não consigo sustentar. Vou ter Criolo comigo em quase todas as datas e isso me deixa muito feliz porque ele é um artista incrível, completo. Vai ser muito legal, divertido. A parte que ele entra é só hit, que todo mundo canta e todo mundo vai querer tirar a roupa. Estou muito animado.