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“As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão” ganha nova temporada no Teatro Alfa

Foto: Adriano Doria

Sucesso de crítica e público, o musical original “As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão” ganha nova temporada no Teatro Alfa, de 16 de abril a 1º de maio de 2022. O espetáculo tem texto e letras de Newton Moreno, direção de Sergio Módena, direção musical de Fernanda Maia e elenco formado por Amanda Acosta, Marco França, Vera Zimmermann, Luciana Ramanzini, Luciana Lyra, Rebeca Jamir, Jessé Scarpellini, Marcello Boffat, Milton Filho, Pedro Arrais, Nábia Villela, Carol Bezerra e Eduardo Leão.

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“As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão é uma fábula inspirada nas mulheres que seguiam os bandos nordestinos atuantes contra a desigualdade social da região. A trama narra a história de um grupo de mulheres que se rebelam contra mecanismos de opressão encontrados dentro do próprio cangaço, e encontram, umas nas outras, a força para seguir. Além de reflexões sobre o conceito de justiça social que o cangaço representava, o espetáculo também reflete sobre as forças do feminino nesse espaço de libertação e sobre a ideia de cidadania e heroísmo.

Foto: Adriano Doria

As canções originais foram compostas por Fernanda Maia (melodia) e Newton Moreno (letras), inspirados em ritmos da cultura nordestina. “Nas canções usei várias referências da música nordestina e tive uma abordagem afetiva desse material, por ser filha de paraibano e por ter morado no Nordeste enquanto fazia faculdade de música. Nessa época, pude entrar mais em contato com a cultura do Nordeste, que é de uma riqueza ímpar, cheia de personalidade, identidade, poesia e, ao mesmo tempo, muito paradoxal. Esse trabalho foi a união das vozes de todos. Não há como receber um texto de Newton Moreno nas mãos e não se encantar com o universo que existe ali”, conta Fernanda.

Foto: Adriano Doria

Além dos atores cantarem em cena, o espetáculo traz cinco músicos para completar a parte musical (baixo, violão, guitarra, violoncelo e acordeão). Texto e melodia se misturam, palavra e canto se complementam, como se tudo fosse uma única linha dramatúrgica. “Optamos por uma narrativa que realmente seja uma continuação da cena e não um momento musical que pare para celebrar, ou para criar umas aspas dentro da história. Isso só é possível com canções compostas para o espetáculo. Buscamos um DNA totalmente brasileiro para a peça, tanto na embocadura, na fala, na construção do texto, como na interpretação dos atores. Não tem um modelo importado, não tem uma misancene importada, é uma investigação a partir de códigos que pertencem a uma estética do nosso país e do teatro brasileiro”, comenta o diretor Módena.

Uma das grandes características dessa dramaturgia é seu caráter fabular e não de uma reprodução histórica e factual do que foi o cangaço e o próprio Nordeste brasileiro da época.

Foto: Adriano Doria

O enredo começa quando Serena (personagem de Amanda Acosta) descobre que seu filho, que ela acreditava ter sido morto a mando do marido, Taturano (personagem de Marco França), está vivo. Ela, então, larga seu grupo do cangaço, chefiado por Taturano, para partir em busca de seu bebê. Neste momento ela não tem a dimensão de que sua luta para encontrar o filho se tornará uma luta coletiva, maior que seu problema pessoal. Outras mulheres que formavam o bando se engajam nessa batalha, além de futuras companheiras que cruzam seu caminho.

Segundo a atriz Amanda, a peça “é o grito de libertação que estas mulheres não puderam dar, mas que darão agora através desta obra escrita pelo nosso grande dramaturgo Newton Moreno. Grito que fala sobre coragem, amor, empatia, união, insurreição e liberdade”.

Foto: Adriano Doria

“A partir do momento que essa dramaturgia traz um bando de mulheres, que é algo que nunca ocorreu, temos uma liberdade para abrir várias janelas de reflexão, inclusive, fazendo um paralelo com o que estamos vivendo hoje. É uma reflexão sobre o sistema de opressão, no caso a mulher, mas você pode estender para qualquer camada social que está ali sendo historicamente oprimida”, completa o diretor.

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