Influenciadora digital Gkay e a documentarista Kíria Meuer – Foto: Divulgação
“A natureza jornalística de um trabalho como esse exige sensibilidade para, antes de tudo, captar e depois pincelar os fatos que fazem a diferença em um universo de horas e mais horas de gravação de conteúdo orgânico.”
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É dessa forma que a jornalista e documentarista Kíria Meurer descreve o processo criativo que teve ao realizar e estrear o documentário da “Farofa da Gkay“, que aconteceu em dezembro de 2021 em Fortaleza comandado pela gigante influenciadora digital Géssica Kayane, a Gkay.
O filme possui mais de uma hora de duração e está disponível a partir desta quarta-feira (23.03) na plataforma Lounge com acesso gratuito para todos os telespectadores.
Veja a seguir a entrevista completa com Kíria Meurer sobre os processos criativos, os desafios na produção e na pós-produção e todo o trabalho e com o diretor de fotografia Jobson de Andrade.
Kíria Meurer
RG – Como foi desenvolver o projeto de documentário da Farofa da Gkay?
Kíria Meurer – Fazer um recorte da história por trás da maior festa de influenciadores do Brasil foi um desafio criado pela CEO da Mynd, Fátima Pissarra. A natureza jornalística de um trabalho como esse exige sensibilidade para, antes de tudo, captar e depois pincelar os fatos que fazem a diferença em um universo de horas e mais horas de gravação de conteúdo orgânico. Montamos uma estrutura com oito câmeras, orquestrada pelo diretor de fotografia Jobson de Andrade porque precisávamos estar nos mais diferentes cenários, ao mesmo tempo, para não perder nenhum detalhe dessa verdadeira maratona.
Como diretora desse documentário, posso dizer que o meu maior desafio começou quando desligamos as câmeras. Gravei e dirigi inúmeras entrevistas durante a festa, mas desenhar a narrativa pós-decupagem, em um contexto de mais de 60 horas de gravação, exigiu mais do que a minha experiência de 20 anos em audiovisual. Foi uma profunda admiração pela história e pela autenticidade da Gessica Kayane que norteou o meu trabalho e me impulsionou nesse projeto.
O resultado é fruto de um grande trabalho em equipe, que contou principalmente com o talento e comprometimento do diretor de fotografia, Jobson Andrade, que também foi responsável pela finalização do documentário, e com a experiência e dedicação da minha grande parceira de roteiro e produção, Beth Moreno.
RG – Quais foram as referências audiovisuais usadas neste projeto?
Kíria Meurer – A estética e a linguagem desse documentário são fruto do meu caldeirão particular de referências cinematográficas e jornalísticas e, também, da experiência do diretor de fotografia Jobson Andrade. O resultado é uma curva narrativa desenhada a partir da linguagem clássica de documentário, mas que mescla elementos do storytelling digital contemporâneo.
RG – Suas expectativas foram alcançadas, olhando agora o produto pronto?
Kíria Meurer – Na verdade, mais que alcançadas, as minhas expectativas foram superadas. O meu desafio inicial, como diretora, era trazer uma boa dose de humor e emoção para compor um retrato fiel da festa. Alcançamos esse objetivo e conseguimos compor um olhar bastante diverso e genuíno sobre essa personalidade tão rica que é a Géssica Kayane. O evento é a realização de um sonho de uma das maiores influenciadoras do Brasil. Fazer um recorte de um sonho é uma tarefa que exige paixão e dedicação, e posso reconhecer essa dedicação em cada cena do projeto.
RG – Como foi o planejamento de gravação e da roteirização com a duração de três dias de evento?
Kíria Meurer – Foi um trabalho insano com poucas horas de sono e uma correria gigante. Em uma festa dessa dimensão, que acontece em diferentes cenários e segue por tantas horas, o desafio é estar em muitos lugares ao mesmo tempo para documentar tudo que acontece. O pré-roteiro, nesse caso, serve para definir onde estaremos e como pretendemos abordar convidados e registrar flagrantes, uma vez que as histórias se constroem a partir da realidade dos fatos. Aliás, essa é a grande magia de um documentário. Por isso que digo que um dos maiores desafios consiste em costurar essa colcha de retalhos pós-festa. Os anos de experiência em programas como o Globo Repórter e o Fantástico me ajudaram muito nessa construção.
Jobson Andrade
RG – Qual foi o maior desafio na captação desse documentário?
Jobson Andrade – Para um projeto desse tamanho, não consigo descrever um desafio único, pois são vários pequenos -grandes- desafios. Participo da cobertura da Farofa desde 2018 com a produção de vídeos Aftermovie. Diferente de todas as outras Farofas que foram realizadas em João Pessoa (PB), em 2021, para a produção do documentário, nossa luta foi conseguir captar tudo com tanta coisa acontecendo -a todo momento- em diferentes pontos do hotel. As gravações iniciavam às 14h e terminavam depois das 6h da manhã (ou mais) do outro dia. Depois da captação, o desafio foi a montagem do documentário, que rendeu mais de 60 horas de imagens. Tudo isso foi um mega desafio para a equipe, e todos ficaram muito satisfeitos com o resultado e a parceria com a Mynd.
RG – Você ficou satisfeito com o resultado?
Jobson Andrade – Demais! Saiu tudo como planejado. Em conjunto com a Mynd, tendo a direção de Kiria Meurer e se tratando da Gkay, o documentário ficou lindo, super bem contado e muito engraçado. As pessoas não podem perder de jeito nenhum, já que é possível ver tudo que aconteceu nos bastidores da festa mais desejada do Brasil. Já estou ansioso para a Farofa de 2022, que dessa vez terá quatro dias de festa.
Sobre Kíria Meurer
A jornalista Kíria Meurer é Diretora de Projetos Especiais no Content Lab da Mynd, tem mais de 20 anos de experiência em audiovisual, foi repórter dos principais jornais da Rede Globo, produziu e apresentou matérias especiais para o Fantástico e viajou o mundo pelo Globo Repórter