O arte_passagem, projeto apoiado pela plataforma Heineken Green Your City, encerra o ciclo de intervenções sob o abrigo do icônico Edifício Eiffel, em São Paulo. A terceira etapa da mostra, que se inicia em 25 de março, reúne no mesmo espaço os trabalhos de Renata Lucas e intervenções da dupla Amador e Jr. – Segurança Patrimonial Ltda. Ainda nesta fase, arte_passagem conta também com a performance inédita do grupo Mexa.
Com repertório concentrado principalmente em intervenções temporárias em ambientes já existentes, rompendo os limites delineados dos espaços arquitetônicos, Lucas apresentará uma instalação onde a demarcação entre dentro e fora, espaço expositivo e espaço público, são desafiados por uma abordagem que tenciona conceitos como imaginário de consumo e desumanização capitalista. No trabalho, a artista exibirá manequins que rompem com sua condição inanimada de suporte-mostruário ao vencerem o vidro da vitrine que os separa da rua.
Já o duo formado por Amador e Jandir Jr. propõe performances com os artistas, necessariamente, trajados com uniformes de segurança. Seus trabalhos são pautados pelas relações entre os espaços artísticos institucionais em sua dimensão pública e as pessoas que trabalham cotidianamente em sua salvaguarda, em um exercício de especulação sobre os trabalhadores nestas funções. Durante as seis performances que serão realizadas no arte_passagem, os artistas estarão debaixo de uma goteira no espaço expositivo, impedindo com seu próprio corpo que essas gotas caiam diretamente no chão.
Ainda nesta etapa expositiva, no dia 15 de abril, o grupo Mexa realizará uma performance em que movimento e imobilidade se atritam como diferentes formas de narrar um acontecimento. Corpos imóveis, como se presos em uma fotografia, congelam partes das narrativas, cabendo ao espectador completar os vazios daquilo que a cena não mostra. A performance dá seguimento à pesquisa do grupo com tableaux vivants e vai incorporar um aspecto de cortejo de Carnaval.
O Mexa foi criado em 2015 após episódios de violência em alguns centros de acolhida em São Paulo. O coletivo explora e debate as distâncias e proximidades entre a rua e o museu, a vida e a arte, a política e a estética, a partir de estratégias de improviso e criação coletiva.