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Brasileira Cássia Raquel fala sobre sua participação no Cirque Du Soleil

Foto: Iara Watney Pires

Chegar ao topo é o sonho de qualquer artista. E Cássia Raquel pode dizer que conseguiu. A cantora é uma das estrelas de “Alegria”, famoso espetáculo do Cirque Du Soleil. Nascida e criada no Rio de Janeiro, começou a carreira na música cedo, sendo uma das finalistas do programa “Ídolos” (2008), Record TV. Possui diversos sucessos lançados nas plataformas digitais, e atuou em musicais famosos, como “Hair” e “Les Misérables”.

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“Todo cantor precisa ser um pouco ator. É preciso viver a música para que ela se torne uma verdade. Cada vez que a gente vivência um personagem, real ou fictício, a música passa a fazer mais sentido”, explica.

Uma das peculiaridades do circo se deu no processo de seleção. Todo o teste foi feito de forma virtual. Além disso, diferentemente do musical tradicional, no qual o teste é feito para um papel ou espetáculo específico, no circo é feito de forma mais branda, para criar um banco de dados.

“Na verdade, eu me inscrevi para um outro espetáculo, e tive que gravar uma performance de músicas que eles mandaram. A partir daí o conteúdo fica disponível para todos os produtores. Foi assim que o pessoal do ‘Alegria’ me descobriu e me escolheu”, conta.

A grandiosidade dos espetáculos torna a experiência única. Das roupas à voz, das acrobacias à atuação, é tudo mais extremo. Por isso, a voz se torna a principal ferramenta.

“Todo o trabalho visual é mais desenvolvido. A maquiagem é mais complexa e o figurino possui um número maior de acessórios. As acrobacias são perigosas, então é preciso ter um cuidado maior com a voz, já que é ela que disfarça algum erro ou acidente”, diz. “Em um musical tradicional é tudo cronometrado, a cena pode mudar em favor da música. Aqui a música muda em favor da cena, já que a música é plano de fundo, e não protagonista”, completa.

Foto: Iara Watney Pires

Cássia interpreta “Singer in Black”, personagem determinada e poderosa, fazendo a contraparte da “White Singer”, personagem mais doce e suave. “Ela representa força e atitude. É sobre não ter medo, e acho que combina muito com a minha personalidade. Tem uma certa dor que transparece tanto vocalmente quanto no olhar, não um sofrimento em si.”

“Alegria” é um espetáculo com forte cunho sociopolítico, que apresenta o fim do conservadorismo e o começo da renovação, que faz parte da vida pessoal da cantora. Ser a única mulher preta do elenco mostra como esse processo de renovação ainda está no início.

“É uma honra para mim estar aqui, e eu quero abrir o caminho para que mais pessoas como eu consigam isso. Não quero mais ser a exceção, quero que essa renovação seja perpétua”, conta.

Foto: Iara Watney Pires

O nome “Alegria” também está presente na vida da artista. Criada dentro do meio religioso, a palavra possui uma conexão forte com o conceito de fé.

“Existe um versículo evangélico que é ‘alegria no senhor é nossa força’, e eu acho que combina bem. Alegria é força para enfrentar qualquer dilema. Não é a ausência da tristeza, mas a permanência da fé e do amor. E combina muito com o espetáculo. Na parte final eu não consigo cantar sem dançar, porque aquilo ali me enche de alegria”, finaliza.

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