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Funarte e UFRJ realizam concerto beneficente para famílias desabrigadas em Petrópolis

Realizados no Rio e em Petrópolis, eventos terão renda revertida para os desabrigados da tragédia – Foto: Gusbomfim

A maior tragédia da história de Petrópolis aconteceu na tarde do dia 15 de fevereiro de 2022. O evento climático deixou como legado o sentimento de luto em toda a cidade. Em momentos assim, a arte é quem traz de volta o brilho nos olhos. Toda ajuda conta, e é por isso, que a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organizaram o “Concerto por Petrópolis”.

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Serão dois eventos, realizados nos dias 16 e 19 de março, às 19h, no Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina e, em seguida, em Petrópolis, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. A renda do evento será destinada a socorrer as famílias desabrigadas pelos deslizamentos no Morro da Oficina, hoje acolhidos pela Paróquia de Santo Antônio, localizada no bairro Alto da Serra. A iniciativa é parte do programa Arte de Toda Gente, parceria entre a Funarte e a UFRJ.

O programa do concerto é formado por obras de compositores que se relacionam com a cidade. Nome dos mais conhecidos e reconhecidos da música brasileira, o compositor César Guerra-Peixe, nascido na cidade em 1914, foi aluno da Escola de Música Santa Cecília. Suas obras orquestrais são constantemente executadas, no Brasil e no exterior. Guerra-Peixe homenageou sua cidade natal com a obra “Petrópolis de minha infância”, composta em 1976.

Discípulo de Guerra-Peixe e com histórico familiar ligado à Escola de Música Santa Cecília, Ernani Aguiar é hoje um dos mais consagrados compositores brasileiros. De sua autoria será ouvida a obra “Instantes II”, presente em uma série de peças para orquestra de cordas.

Nascido em Petrópolis em 1901, o pianista, regente e compositor Octávio Maul, teve importante atuação na cidade, onde fundou, com a pianista Alcina Navarro, o Instituto Musical de Petrópolis. Foi professor do Instituto Nacional de Música e como compositor deixou várias obras, dentre elas o “Improviso para cordas”.

Orquestra Sinfônica UFRJ – Foto: Gusbomfim

O cearense Alberto Nepomuceno, diretor do Instituto Nacional de Música, subia com frequência do Rio de Janeiro para Petrópolis. Uma de suas obras mais conhecidas e executadas, a “Serenata para Cordas”, foi composta e estreada na cidade, em concerto realizado em 29 de fevereiro de 1902, no Clube dos Diários Associados.

Outro compositor que, assim como Nepomuceno, foi diretor do Instituto Nacional de Música, é Henrique Oswald, que recebeu bolsa do Imperador D. Pedro II durante o período em que viveu na cidade de Florença, na Itália. Ao retornar ao Brasil, adquiriu uma casa em Petrópolis, onde passou longas temporadas e compôs várias obras. De Oswald será apresentada a “Romanza para Cordas”, obra de seu período europeu, composta em 1898.

No Rio de Janeiro o programa finalizará com uma obra do compositor carioca Ronaldo Miranda, que será ouvida pela voz de um dos mais destacados cantores líricos brasileiros nascido em Petrópolis. Marcelo Coutinho, hoje professor de canto da Escola de Música da UFRJ. O músico integrou o Coro dos Canarinhos de Petrópolis, grupo que forneceu a base da educação musical que possibilitou o desenvolvimento de uma carreira eclética, na qual estão presentes a canção de câmara, a ópera, os musicais e a atividade como dublador e diretor musical.

Marcelo Coutinho interpretará “Cantares”, de Ronaldo Miranda, com texto de Walter Mariani, cuja versão para orquestra de cordas foi por ele estreada. O concerto do dia 19, em Petrópolis, será finalizado com a participação especial do Coral dos Canarinhos, que apresentará o “Ave Verum Corpus”, de Mozart, sob a regência de seu maestro titular, Marco Aurélio Lischt.

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