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Mulheres trans e travestis para conhecer neste Dia Internacional da Mulher

Lana Wachowski, Liniker e Masha P. Johnson – Foto: montagem Getty Images e Imdb

Instituído pelas Nações Unidas em 1975, o dia 8 de março é comemorado anualmente em mais de 100 países ao redor do mundo como Dia Internacional da Mulher. A data costuma ser utilizada para falar sobre a luta das mulheres em prol da igualdade, além de lembrar nomes de grandes mulheres e suas contribuições.

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Neste contexto, porém, mulheres cis costumam ganhar todo o destaque. Ainda mais em um país como o Brasil, que segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), continua sendo o que mais mata pessoas trans em todo o mundo.

Diante de um cenário marcado pela transfobia, se faz ainda mais necessário destacar o trabalho, a arte e a contribuição dessas mulheres para a sociedade. É hora de buscar novas referências de gênero e feminilidade. Então, conheça a seguir algumas mulheres trans e travestis e seu impacto na sociedade nacional e internacionalmente.

Marsha P. Johnson (1945 – 1992)

Marsha P. Johnson – Foto: Imdb

Não dá para fazer uma lista sobre importantes mulheres trans e travestis sem começar por Marsha P. Johnson. Mulher trans, negra e ativista do movimento LGBTQIA+ dos Estados Unidos, ela ficou esquecida por muitos anos embora tenha sido uma das personagens mais importantes na rebelião de Stonewall, em 1969. Sua importância histórica e heroísmo foram retratados no documentário da Netflix “A Morte e Vida e Marsha P. Johnson”.

Lana (1965) e Lilly Wachowski (1967)

Lana Wachowski – Foto: Getty Images

Lana e Lilly Wachowski são mulheres trans que marcaram a história do cinema americano como produtoras, roteiristas e diretoras LGBTQIA+. A consagração da dupla veio com a saga “Matrix”, quando ainda não tinham se assumido enquanto mulheres transgênero. Lana foi a primeira a fazer isso, ainda em 2012 e Lily fez alguns anos depois, em 2016, e escolheu justamente o Dia Internacional da Mulher para tornar público seu gênero em uma entrevista ao Daily Mail. “V de Vingança”, “Speed Racer” e a série da Netflix “Sense 8” são alguns dos outros sucessos das irmãs.

Rogéria (1943 – 2017)

Rogéria – Foto: divulgação/Divinas Divas

Também destaque do mundo do cinema, assim como no teatro e na TV, Rogéria é a atriz transexual brasileira mais conhecida no País. A artista, que iniciou sua carreira como maquiadora de celebridades, viu sua vida mudar, ela participou de novelas, peças de teatro e filmes. Sua última participação foi em “Divinas Divas”, documentário de Leandra Leal, que conta a história de Rogéria e outras artistas travestis dentro do Teatro Rival.

Laverne Cox (1972)

Laverne Cox – Foto: Getty Images

Estrela de “Orange is The New Black”, fazendo sucesso na série tanto com o público quanto com a crítica, Laverne Cox foi a primeira mulher trans a ser indicada ao Emmy Awards. Assim como foi pioneira nas capas de revistas como Time e Cosmopolitan, abrindo caminho para que outras mulheres trans pudessem ser reconhecidas nesse lugar de destaque.

Mj Rodriguez (1991)

Atriz e cantora americana, Mj Rodriguez se consagrou recentemente como a primeira mulher trans a vencer um Globo de Ouro. A artista interpretou Blanca Rodriguez em “Pose”, e levou a estatueta na categoria de melhor atriz em série de drama. Pelo mesmo trabalho, Mj também chegou a ser indicada ao Emmy de melhor atriz em 2021.

Linn da Quebrada (1990)

Linn da Quebrada – Foto: reprodução/@linndaquebrada

Atualmente integrando o elenco do “Big Brother Brasil 22“, a atriz, cantora e compositora Linn da Quebrada vem consolidando seu sucesso no programa, e diz ter o sonho de ver o Brasil “torcendo por uma travesti”. O termo travesti ficou em evidência durante o reality, gerando debates sobre no que ele difere da palavra transexual. Acontece que travesti é uma identidade historicamente latino-americana que sempre foi reprimida, por isso, se considerar travesti é além de tudo um ato político. A própria Lina diz: “Não sou homem, não sou mulher. Sou travesti.”

Na carreira, Lina já atuou na série “Segunda Chamada”, da Globo, esteve à frente do programa “TransMissão”, no Canal Brasil, e como cantora lançou os álbuns “Pajubá” (2017) e “Trava Línguas” (2021).

Liniker (1995)

Liniker – Foto: Getty Images

Na cena desde 2015, quando começou a fazer sucesso ainda com a banda Liniker e os Caramelows, a cantora e compositora Liniker despontou como um dos principais nomes da música brasileira. Com a banda, foi indicada ao Grammy Latino e participou do Tiny Desc Concert, da NPR Music. Em 2021, lançou seu primeiro álbum de estúdio solo, “Índigo Borboleta Anil”, e estreou como atriz na série “Manhãs de Setembro”, da Amazon Prime, na qual interpreta Cassandra.

Laerte Coutinho (1951)

Laerte – Foto: reprodução/@laerteminotaura

Cartunista reconhecida nacionalmente, Laerte é criadora de personagens como Piratas do Tietê, Hugo Baracchini e Overman. Ao longo da carreira, a artista produziu trabalhos para “O Pasquim”, “O Bicho”, “O Estado de São Paulo” e “Folha de São Paulo”, e ainda participou do roteiro de programas como “TV Pirata” e “Sai de Baixo” da Rede Globo.

Renné Richards (1934)

Reneé Richards – Foto: Getty Images

No esporte, a presença de mulheres trans sempre causaram polêmica, mas uma das primeiras a quebrar os preconceitos sobre isso foi Reneé Richards. A tenista só conseguiu competir como tenista profissional depois de uma longa batalha judicial, da qual saiu vitoriosa e ganhou a possibilidade de competir nas quadras do U.S. Open em 1977, chegando na final pela categoria de dupla femina.

Tifanny Abreu (1984)

Tifanny Abreu – Foto: reprodução/@tifannyabreu10

A jogadora de vôlei é uma das referências trans brasileiras mais recentes, Tifanny Abreu é a primeira atleta transexual a atuar na Superliga de Vôlei Feminino, jogando atualmente pelo time do Osasco. Antes disso, ela jogava em ligas profissionais masculinas na Europa, e, mesmo após a transição, ainda enfrenta críticas a sua presença no time feminino.

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