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Agnes Brichta segue caminho dos pais e tem planos para cinema

Agnes Brichta – Foto: Kenny Hsu

Agnes Brichta, 25 anos, tem um sobrenome conhecido, e, coincidentemente, está no ar na novela global das 19h, “Quanto Mais Vida, Melhor!”, vivendo filha e pai com o próprio Vladimir Brichta, seu pai na vida real. Sua personagem, Martina, é a jovem que joga futebol, a exemplo de Neném, personagem de Vladimir. Este é seu primeiro trabalho profissional, depois de passar anos e anos estudando teatro. Aliás, ela começou cedo, aos cinco anos de idade.

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Sua chance para entrar na novela foi por meio de um teste de fim de curso na CAL (Centro de Artes de Laranjeira), quando diretores de elenco de TV assistem ao resultado, foi pedido um monólogo a cada um dos alunos, e ela foi eleita, sem que o diretor de elenco Guilherme Gobbi, da TV Globo, soubesse seu nome e seu parentesco, até então.

Ela mora com os pais, Vladimir Brichta e Adriana Esteves, desde que sua mãe biológica, Gena Karla Ribeiro, morreu quando ela só tinha dois anos de idade. Além dos pais, ela divide a casa com os dois irmãos, Felipe Ricca, filho de Adriana e Marco Ricca, e Vicente Brichta, filho de Adriana e Vladimir. Se dão bem e têm relação amorosa, como deveria ser.

Sobre sua personagem em “Quanto Mais Vida, Melhor!”, Martina, disse que teve que se dedicar um bocado, já que à época, não tinha nenhuma intimidade com a bola. Além do apoio da TV Globo para a preparação, ela elegeu Jamir Idonis, que é um ex-jogador do Grêmio e do Botafogo, como personal para treinar jogadas e domínio com a bola. Fez bem ela, que tem desempenhado um papel convincente como a jogadora na trama.

Agnes Brichta – Foto: Kenny Hsu

Formada em psicologia, Agnes sabia desde sempre que seria atriz, mas optou por esse lado profissional ao mesmo tempo em que entrou na faculdade. Paralelamente à universidade, ela continuou fazendo cursos de teatro até que apareceu a oportunidade de fazer a novela.

Para o futuro, a aracajuana de nascença – sim, Agnes nasceu em Aracaju, em Sergipe, mas vivia com os pais biológicos na Bahia -, tem planos de fazer cinema, gostaria de atuar em uma longa-metragem. Certamente esse é só um começo para alguém com tanto talento. Leia a seguir entrevista que RG fez com a atriz via Zoom.

Mora com família ou sozinha, no Rio?

Moro com os meus pais ainda, estou com esse plano de sair de casa, moro com eles e com meus irmãos, eu tenho dois irmãos, um que é filho da Adriana com o Marco [Ricca], o Felipe, e o filho do meu pai com a Adriana, que é o Vicente. Eu e Vicente nascemos no mesmo dia, então temos essa conexão, ele é bem mais novo, temos 9 anos de diferença, mas eu me sinto muito próxima dele. E o Felipe é um irmão clássico, daqueles que vão dar os melhores conselhos, e de vez em quando sair nas maiores brigas.

Como você decidiu se tornar atriz?

Eu comecei a estudar teatro quando eu tinha cinco anos, foi em 2002, e eu amava, dizia que a coxia tinha o melhor cheiro do mundo, eu adorava o nervosismo com cheiro de laquê, que a coxia tem, mas eu só passei a encarar isso como uma profissão em 2016. Eu estudei teatro todos esses anos, mas em 2026 foi quando eu entrei na faculdade de psicologia, e sentia muita falta do teatro. Sou formada em psicologia, mas eu sabia que era outra coisa que eu ia fazer. E pensei, quer saber, estou estudando há tantos anos, que vou me profissionalizar, e fui para a CAL (Centro de Artes de Laranjeiras), e foi quando passei a encarar isso profissionalmente.

Que trabalhos fez antes da novela “Quanto Mais Vida, Melhor!”?

O meu primeiro trabalho foi essa novela. Eu fiz muitas apresentações de cursos e tal, mas a novela foi minha primeira entrada profissionalmente.

Como surgiu o convite para “Quanto Mais Vida, Melhor!”?

Foi por meio do meu curso técnico na CAL, porque a gente tem uma apresentação para produtores de elenco, no final do curso, sempre foi presencial, mas como estamos na pandemia, recebemos um link para apresentar monólogos. E foi muito legal, porque como era virtual, produtores de elenco de todo o País puderam assistir. E foi o que fez com que o Guilherme Gobbi, que é o produtor da novela, me visse. Ele me achou parecida com a personagem, mais ou menos a mesma idade, me achou parecida com o pai na novela [Vladimir Brichta], sem saber do nosso grau de parentesco na vida real. Aí quando ele foi ver quem era a atriz de quem ele gostara, viu o sobrenome e ficou meio impressionado e tal, e me telefonou e chamou para fazer o teste, que também foi online, mas como eu passei a quarentena toda trabalhando nesse moldes, acho que isso me ajudou. No teste estava o Guilherme [Gobbi] o Allan Fieterman, diretor-geral da novela, e um mês depois eles me ligaram dizendo que eu tinha passado.

E você já tinha alguma intimidade com a bola?

Não, não mesmo. Isso foi uma coisa que eu deixei muito claro para que não criassem expectativas, dizia sempre “eu não sei jogar (risos). Se vocês me derem uma bola eu vou me dedicar muito, mas tem de ficar muito claro que não sei jogar”. Eu tive uma preparação por parte da novela, mas depois peguei um personal para me ajudar, porque eu tinha essa noção de que precisava aprender. Fiz essa preparação particularmente com o Jamir Idonis, que é um ex-jogador do Grêmio e do Botafogo. E foi fenomenal, porque eu estava insegura, mas ele estava muito confiante de que daria certo. E deu. Eu sempre tinha vontade de pegar a bola com mão, ser goleira, mas a Martina é uma artilheira.

E agora que você aprendeu, pretende continuar jogando?

Não, o meu outro esporte é a dança, a bola me deixa um pouco nervosa, acho que vou ficar só com o meu corpo mesmo, não precisa de uma bola, não.

E como é interpretar ao lado do seu pai?

Talvez eu tenha uma opinião questionável, por ser filha e por já admirar o trabalho dele, acho ele um ator muito generoso, muito curioso, acho incrível como ele propões, como se diverte fazendo, como aceita qualquer proposta, está aberto, então foi muito divertido trabalhar com ele. Foi muito bom poder estar em cena com ele. Houve muita troca, porque havia abertura. Ele me ajudou a crescer muito, cada cena que fizemos, ele me ajudou muito.

Agnes Brichta – Foto: Kenny Hsu

Ele te dá conselhos profissionais?

A gente conversa muito filosoficamente. Eu já tinha isso antes, de ler uma peça e levar para ele, e sempre teve esse papo bem cabeça. Mas dar dicas diretas não tinha muito esse espaço, e não há uma forma só de atuar, como decorar um texto, como se portar, com interpretar, é tudo muito subjetivo, e eu já tinha essa noção de que era múltiplo e que dava para atingir ótimos resultados com vários métodos. Eu tenho duas pessoas em casa que trabalham com isso e que trabalham de formas diferentes, e que eu admiro muito, mas que são métodos de leituras, de abordagens muito distintos. Então eu nunca tive dele uma determinação de faz assim ou faz assado, isso nunca. Mas eu também nunca procurei por isso, porque vi com eles dois que existem várias formas de se fazer e que eu tinha que achar a minha. No estúdio eu sentia que nós estávamos lá como dois profissionais, não como pai e filha. Eu sabia que tinha que descobrir a minha forma e ele estava ali para permitir que eu jogasse da forma que achasse melhor.

Como você sentiu a receptividade do público a sua personagem?

Olha, eu fiquei muito feliz porque vi muita gente se identificando com ela. Nós somos muito diferentes, eu jamais entro numa briga, tenho dificuldade de dizer não. E ela é muito estabelecida, forte, decidida, ela sabe o que quer, e isso me inspirou muito enquanto eu estudava a personagem. E eu vi muita gente se identificando com ela, com essa força, essa certeza, e torcendo pela felicidade dela.

Você sentiu esse retorno nas redes sociais?

Sim, sim, especialmente nas redes.

E quais são os próximos projetos, tem algo em cinema, série, teatro ou mesmo TV?

Eu tô sem projetos neste momento, mas estou aberta a tudo. Você falou aí vários veículos que eu tenho vontade de fazer. Eu estou muito entusiasmada assistindo à novela, eu sinto que estou estudando. Nós não estamos mais gravando, então não dá para pegar isso que estou estudando e colocar na ativa, mas é um aprendizado muito grande.

Você é muito ligada em redes sociais?

Eu sou mais do Instagram, mas sou bem ativa nessa rede.

Você é feminista?

Eu me considero feminista, sim.

Agnes Brichta – Foto: Kenny Hsu

Acha importante se posicionar nesse sentido?

Eu acho, sim, a internet é muito rápida, e acredito que as pessoas têm de ter a liberdade de se posicionar, e nisso entra o feminismo também. É sobre poder fazer. Eu estava esse dias conversando com minhas amigas sobre o fato de podermos ou não nos depilar. É sobre isso também, de poder fazer ou não, mas ter a liberdade de poder, e fazer sua escolha individual. Acho importante sermos múltiplos, porque a internet vai querer nos calar sobre isso, vai querer que sejamos uma coisa só.

E do corpo, como você cuida?

Eu diria que sou mais da dança do que do esporte. O que mais gosto na dança é acrobacia aérea com tecido, é uma coisa que me encanta muito. Tudo o que é circense sempre me interessou muito mais, é uma coisa que demanda muita força, o que eu naturalmente não tenho, então me ajuda, porque acho que flexibilidade e força são coisas ótimas para o corpo de um ator.

O que você gosta de ler?

Gosto de coisas como “O Peso do Pássaro Morto”, da Aline Bei, coisas que entram na poesia, porque eu cresci lendo poesia, escrevendo poesia, eu vim de uma escola que estimulava muito isso. Eu gosto dessas coisas que têm um lado poético, esses dias estava lendo Valter Hugo Mãe, li “O Filho de Mil Homens”, gosto dessas poesias mais singelas, que são contos.

E música?

Olha, música, eu gosto muito de internacional, música francesa, americana, tem a norueguesa Aurora. Nacional eu tenho muita paixão por Novos Baianos e Los Hermanos, eu gosto muito de música que conta uma história, e acho que Los Hermanos fazem isso muito bem.

Agnes Brichta – Foto: Kenny Hsu

Quais são seus sonhos?

É fazer um longa-metragem, adoraria fazer parte de festivais, essas coisas. Cinema e viajar.

E na beleza, tem algo que você tem de ter algum cuidado especial?

Acho que o meu cabelo é o que mais demanda. A minha pele, coitada, perto do meu cabelo ela deve estar até preocupada, achando que eu a esqueci. Eu tento de tudo com o meu cabelo, xampu, condicionador, hidratação, óleo. Eu percebo que toda vez que eu mudo o meu cabelo gosta. É muito mimado esse cabelo que eu tenho. Ele dá muito trabalho.

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