Foto: Divulgação
Por Maiara Tissi (@mahtissi)
Mostra que comemora 10 anos da Empório de Teatro Sortido termina em 13 de março Fundada em 2010 pelo diretor Rafael Gomes e o dramaturgo Vinicius Calderoni, a companhia teatral Empório de Teatro Sortido se consolida como um selo artístico de espetáculos ao mesmo tempo sofisticados e populares, trabalhando com elencos numerosos e nomes consagrados das artes brasileiras.
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Em sua trajetória, já encenou peças como “Música Para Cortar os Pulsos”, “Um Bonde Chamado Desejo”, “Os Arqueólogos” e a trilogia “Placas Tectônicas” (composta por “Não Nem Nada”, “Ãrrã” e “Chorume”). Inteiramente sediada na cidade de São Paulo, suas produções refletem esse cenário humano e geográfico que deu não só guarida e impulso, mas também foi inspiração, motor e tema para o pensamento e a pesquisa artística desenvolvida.
O grupo se propõe a duas fortes linhas de atuação: a produção de dramaturgia original brasileira e a recriação de textos clássicos. Em sua intensa trajetória já se contam dez espetáculos de grande impacto e resultado quantitativo junto ao público, enorme repercussão crítica e conquista dos mais importantes prêmios do país – entre eles APCA, Shell, APTR e Aplauso Brasil, somando ao todo 14 troféus e diversas indicações.
Dez anos
Para celebrar estes dez anos de atividade completados em 2020, em meio à pandemia, é que surge a “Mostra Empório de Teatro Sortido. Entre espetáculos do repertório e leituras encenadas, a programação vai até dia 13 de março, com a peça “Chorume”. O espetáculo possui direção de Gomes, autoria de Calderoni e reúne os atores Geraldo Rodrigues, Guilherme Magon, Júlia Corrêa, Mayara Constantino, Paulo Vinícius e Renata Gaspar.
Depois da longa interrupção gerada pela pandemia, que impediu que as atividades completadas em setembro de 2020 se realizasse na data correta, a celebração de uma década da Empório de Teatro Sortido finalmente encontra um ancoradouro em sua cidade sede, celebrando uma trajetória ainda recente no tempo, mas já plena de realizações artísticas e perspectivas futuras.
Neste encerramento, também é possível acompanhar a leitura de “Cambaio [a seco]”, que tem texto de Adriana Falcão e João Falcão, com músicas de Chico Buarque e Edu Lobo. A reunião traz novamente ao palco os atores Geraldo Rodrigues, Guilherme Gorski e Mayara Constantino, assim como os músicos Pedro Altério, Tatiana Parra, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni.
Foto: Divulgação
Por fim, no último sábado da ocupação, dia 12 de março, será a vez da apresentação de Egotripas, aula espetáculo criada e protagonizada por Gomes e Calderoni. Nela, a dupla repassa, num formato de documentário cênico, com vasta liberdade autoficcional, os dez anos de trajetória da companhia e o sentido da pesquisa, amalgamado com a reelaboração dramatúrgica da trajetória da amizade que deu origem à companhia. “Esta temporada é uma celebração da trajetória e, neste sentido, o fato de ser gratuita é fundamental para que ela circule entre novos e ampliados públicos”, comenta Gomes. Calderoni complementa: “A possibilidade de colocar lado a lado todas essas obras que aconteceram dispersas no tempo, faz com que a trajetória da companhia possa ser vista em perspectiva num contexto de panorama. Foi uma coisa com a qual sempre sonhamos e dá uma medida da nossa felicidade agora que o projeto se concretiza.”
Eles arrematam: “Esse panorama composto pelas cinco peças reencenadas e pelas outras cinco leituras (além da aula espetáculo de um novo texto inédito), dialogam não somente com o que se produziu de investigação teatral dentro de cada trabalho, e no escopo da soma dos trabalhos de nosso coletivo, mas também em termos de resposta ao espírito do tempo da contemporaneidade”.
A Mostra Empório de Teatro Sortido 10 anos conclui sua programação absolutamente inclusiva, com a totalidade das atividades gratuitas e a utilização de aparelhos ligados à prefeitura do município de São Paulo, de modo a abarcar a mais variada parcela da população. Os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada evento na bilheteria do teatro.
Sinopse
Todo tipo de matéria prima imprópria para o palco pode se tornar matéria prima dramatúrgica: o rótulo de uma água mineral, o folheto de um empreendimento imobiliário, frases jogadas fora coletadas nas conversas em uma praça, dedicatórias encontradas em livros empoeirados nos sebos. De posse desta premissa tão grandiosa quanto improvável, seis intérpretes buscam refletir sobre um momento histórico onde não se pode mais diferenciar o que é construção daquilo que é ruína. Vencedor do Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Iluminação para Wagner Antônio.
Tusp: Rua Maria Antonia, 294, Consolação, SP – (Metrô Santa Cecília).