Top

Dança: SPCD abre temporada com obras inspiradas na Semana de 1922

Cena de “Desassossegos”, de Henrique Rodovalho – Foto: Charles Lima

São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança, anuncia sua Temporada 2022, intitulada “Cor do Arco-Íris”. Inspirada pelo poema “Receita de Ano Novo”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), a diretora artística e executiva da Companhia, Inês Bogéa, idealizou uma temporada com dez obras, sendo seis delas inéditas, totalizando seis programas que serão apresentados ao longo do ano em quatro diferentes teatros da capital paulista.

SIGA O RG NO INSTAGRAM

“‘Cor do Arco-Íris’ levará a companhia a ocupar diferentes teatros da cidade com uma diversidade de programas que vão do clássico ao contemporâneo. Os programas são assinados por criadores nacionais e internacionais, com várias estreias e obras que já fazem parte do nosso repertório. Queremos que a dança da São Paulo possa fazer cada um colorir seu próprio ano com mais intensidade e movimento, especialmente neste momento em que vivemos”, revela Inês.

A temporada se inicia entre os meses de maio e junho, no Theatro São Pedro, e os espetáculos serão acompanhados por música ao vivo executada pela Orquestra do Theatro sob a regência do maestro Cláudio Cruz. De 26 a 29 de maio, a SPCD estreia “Di”, primeira criação de Miriam Druwe para a companhia. A coreografia dialoga com os traços do pintor Di Cavalcanti (1897-1976) – refletidos no cenário, figurinos e nos movimentos da dança – e o modernismo na música do compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959). O lirismo também se faz presente em “Madrugada” (2021), assinada por Antonio Gomes, que completa a programação.

Na semana seguinte, de 2 a 5 de junho, o teatro será palco de “Desassossegos”, nova criação de Henrique Rodovalho, coreógrafo residente da SPCD. A obra celebra os cem anos da Semana de Arte Moderna de 1922 ao reinterpretar, no século 21, o sopro de inovação deixado pelos modernistas, com figurinos de Fabio Namatame inspirados nos desenhos de Flávio de Carvalho (1899-1973) para “A Cangaceira”, espetáculo do Balé do IV Centenário. A noite segue com “Infinitos Traçados” (2021), desenvolvida a partir de olhares múltiplos, com coreografias de Esdras Hernández Villar, Jonathan dos Santos e Monica Proença, concepção e direção cênica de William Pereira, direção musical de Ricardo Ballestero e direção de dança de Inês Bogéa.

Cena de “O Lago dos Cisnes”, de Mario Galizzi – Foto: Silvia Machado

Entre os dias 9 e 12 de junho, o Teatro Sérgio Cardoso se abre ao encantamento do público com o balé “O Lago dos Cisnes” (2018), uma criação de Mario Galizzi especialmente para a SPCD a partir do original de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901). Esse também será o palco da estreia de “O Quebra-Nozes”, grande clássico de Natal que ganha toques brasileiros em uma versão inédita da coreógrafa Márcia Haydée programada para duas semanas de dezembro (01 a 04.12 e 08 a 11.12). A montagem deste clássico de repertório marca o reencontro da artista com a companhia, para a qual montou “O Sonho de Dom Quixote” (2015), um sucesso de público e de crítica no Brasil e na Europa.

Antes disso, a companhia sobe ao palco do Teatro Alfa, nos dias 27 e 28 de agosto, para apresentar duas estreias contemporâneas: uma criação do coreógrafo re­sidente da SPCD Stephen Shropshire que explora o diálogo entre música e movimento e outra assinada por Gal Martins inspirada pelas relações do ser humano com seu meio. O programa inclui ainda “Odisseia” (2018), de Joëlle Bouvier, que invoca um reencontro de cada um consigo mesmo.

Entre os dias 15 e 18 de setembro, os bailarinos se encontram com os musicistas da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) na tradicional Sala São Paulo, em uma nova ode aos ventos modernistas. Destaque do momento nos palcos americanos e europeus, o coreógrafo carioca Juliano Nunes parte de sua reconhecida gramática corporal para criar sua primeira obra para uma companhia brasileira em diálogo com a “Bachiana Brasileira nº 8”, de Heitor Villa-Lobos, interpretada ao vivo pela Osesp. Dança e música se unem ainda em “Di”, com a coreografia de Miriam Druwe baseada no “Choro nº 6”, também de Villa-Lobos.

Assinaturas

Em 2022 o público terá a opção de estar perto da São Paulo Companhia de Dança ao se tornar Assinante da SPCD. Assinantes têm prioridade de escolha de assento para apresentações da companhia e preço especial nos ingressos. Este ano o pacote de assinaturas irá englobar os espetáculos realizados no Theatro São Pedro e no Teatro Sérgio Cardoso, totalizando quatro programas diferentes. As vendas de novas assinaturas terão início em 1º de abril no site www.spcd.com.br.

Mais de Cultura