No próximo dia 7, o núcleo Wollinger, de “Quantos Mais Vida, Melhor!”, ganha um reforço. A atriz Ingrid Gaigher entra na trama das 19h da TV Globo dando vida a Leona, a sobrinha de Carmen Wollinger (Julia Lemmertz) que, assim como a tia, é ambiciosa e possui temperamento excêntrico. A personagem que marca a estreia de Ingrid nas novelas se divide entre o drama e a comédia e possui ainda uma relação dúbia com o primo, Gabriel (Caio Manhente). Ela atua nas séries “Lov3” (Amazon Prime) e “O Beijo Adolescente” (HBO Max), e ensaia para estrear no meio do ano como Anita, um dos principais personagens do musical “West Side Story”.
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“Por ser minha primeira novela e por estar entre atrizes que são referências para mim desde sempre e foram incríveis comigo, tive que me concentrar muito no set. Estrear com um personagem como a Leona foi muito interessante, porque ela traz um viés cômico de alguém que tenta se encaixar nos contextos sociais e não consegue muito. Ela é tida como excêntrica por isso e causa estranhamento nas pessoas. Então eu me identifico com ela nesse aspecto – e aprendi a lidar com meu lado esquisito (risos). Acho que a Leona vai trazer uma reflexão sobre a empatia com a humanidade das pessoas”, relembra a carioca de 30 anos, cujo último trabalho na TV aberta foi a série “Segunda Chamada” (TV Globo).
Em paralelo à aparição de Leona na novela, Ingrid pode ser vista como Isa na comédia dramática “Lov3”. “Gravamos no Uruguai por três meses e foi muito intenso estar imersa não só conhecendo a equipe, mas também o universo da série e da minha personagem, que é superrico e atual. A Isa é professora de japonês e uma jovem superinteressada em descobertas afetivas e um modo de vida livre. Ela faz parte de um trisal e segue seus instintos para além dos rótulos. Li e ouvi muito sobre a representatividade de modos de amar fora do modelo convencional que eu mesma sigo e aprendi como sendo o certo. Até desconstruir isso, de fato, a gente se culpa ou julga muito”, reflete a atriz.
Estar em dois produtos audiovisuais enquanto aguarda a estreia de um terceiro e de um musical é algo que Ingrid considera muito especial. “Eu tenho total consciência de que é um privilégio, ainda mais no momento em que estamos. E não só por esse viés, mas também porque sempre desejei falar para pessoas que fossem de diferentes contextos sociais e culturais. Estou realizando o sonho de expressar meu trabalho em um formato que acompanho desde criança, que é a novela. O público que assiste TV é um público que caracteriza o Brasil em sua pluralidade, enquanto o streaming segue em constante crescimento, já com um público também diverso.”
Entre as próximas personagens deste ano está a ambiciosa policial militar Kika, em “O Beijo Adolescente”, série distópica de oito episódios inspirada na graphic novel de Rafael Coutinho, e Anita, na montagem de Charles Moeller e Claudio Botelho para o musical “West Side Story”, cujos ingressos já estão à venda. Com estreia prevista para julho no Theatro Municipal São Pedro, em São Paulo, o filme clássico que ganhou a Broadway permite que Ingrid avance muitas casas neste mercado tão disputado, onde deu seus primeiros passos em “Alô, Dolly”, ao lado de Marília Pêra e Miguel Falabella.
“Para mim é um desafio gigante e um sonho se realizando. Anita é um personagem icônico e a carga dramática que a personagem precisa é alta. Fiz uma bateria de testes com muitas candidatas que admiro e acho incríveis, e não acreditei que o papel era meu até entrar na sala de ensaio. Eu havia passado por um processo pessoal muito intenso porque tive um problema no joelho e fiquei dois meses sem andar, e a primeira vez que voltei a dançar foi para o teste. Ali eu vi que era possível voltar para a dança, e vi também que era possível dar voz à Anita”, comemora.
Ainda no pique das estreias de Ingrid para este ano estão uma participação em “O Meu Álbum de Amores”, filme musical de Rafael Gomes com canções de Arnaldo Antunes e Odair José, e o lançamento de um single com produção musical da Gavi com a Natália Ferlinnati. “Numa mistura entre o pop e o eletrônico, vou falar um pouco sobre ser uma mulher que acha graça da autoestima masculina que, a gente sabe, é inabalável. Mas não é só um tema de mulher para mulher; posso dizer que a acidez e a leveza da música trazem uma perspectiva importante sobre esse tema. Não pretendo colocar dedo na cara, por preguiça mesmo, acho que é mais uma risada de deboche, o resto eles correm atrás”, provoca.
E as relações afetivas voltam à cena com “Canções Para Matrimônio – Vol 1”, um solo escrito, produzido e estrelado por Ingrid, que convidou para a direção Pedroca Monteiro e Rafa Zevedo. “O solo tem um pouco de autobiografia, mas é um show sobre o fracasso, justamente quando esperam muito o nosso sucesso. Eu falo sobre o ridículo que existe em mim, com músicas que permearam minha formação e nosso imaginário do pop”, finaliza.