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“Meu Quintal é Maior do que o Mundo”: Cássia Kis volta em cartaz

Foto: Ronaldo Guitierrez

Personificando o poeta Manoel de Barros (1916-2014), a atriz Cássia Kis volta em cartaz com o espetáculo “Meu Quintal é Maior do que o Mundo”, em temporada de 4 a 27 de março, com sessões de sexta a domingo, no Teatro Vivo.

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O espetáculo é formado por textos do livro “Memórias Inventadas”, primeira obra de prosa do autor, publicado em 2005. Com uma linguagem simples, coloquial e poética, Manoel de Barros escreveu sobre temas como o cotidiano e a natureza. Ulysses Cruz, parceiro de trabalho de Cássia há 40 anos e com quem ela divide a dramaturgia, dirige a montagem e assina a criação do cenário e figurinos. Gilberto Rodrigues é responsável pela direção e criação musical, e ao vivo, executa a trilha sonora que costura a encenação.

Foto: Gal Opido

Cássia estabelece cumplicidade com a plateia ao interpretar quatro diferentes personagens: um menino com 5 anos, um jovem de 15, um homem de 40 e um idoso de 85. A atriz abre a cena revelando as fontes de inspiração do poeta: a criança, o passarinho e o andarilho. Ao pisar no tapete no centro do palco e com um livro em mãos, a atriz evoca o universo poético do cerrado brasileiro, tão bem descrito pelo poeta. “A peça pede que o espectador ouça as frases bem construídas, a forma como ele dizia essas palavras, as dores que estavam ali escondidas. Manoel era como um andarilho que inventava caminhos,” descreve Cássia.

A sacada de Cruz ao ler “Memórias Inventadas” foi perceber que todos os textos continham um enredo. “Entendi que não dava para fazer o livro todo pela quantidade de textos e o risco da fragmentação em pequenas histórias, que geraria dificuldade de compreensão.”

Cruz organizou 18 textos numa estrutura que permite ao público entender quais são as fontes do poeta por meio de uma divisão em blocos. O primeiro bloco reúne as descrições do cenário que Manoel de Barros faz de seu mundo: o quintal, simbolizado pelo tapete. O segundo bloco mostra quem é a pessoa que descreve tais cenários, ou seja, o menino, o homem ou o velho Manoel de Barros. Finalmente, os escritos trazem os objetos de inspiração do poeta. Cruz também se colocou no lugar do público e gostaria que ele sentisse “a alegria de ouvir textos tocantes, surpreendentes, lindos, felizes, angustiados, dramáticos, engraçados e bem-humorados”.

Foto: Gal Opido

Conhecedora da obra do poeta, Cássia é uma excelente leitora do escritor mato-grossense. Após descobrir sua poesia em 1980, estabeleceu uma relação não só com a obra do autor, mas com o próprio Manoel, com quem se correspondia e de quem se tornou amiga.

Teatro Vivo – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi, São Paulo.

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