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Tainá Muller e Reynaldo Gianecchini estrelam a peça “Brilho Eterno”

Foto: Priscila Prade

Por Maiara Tissi

Inspirados no roteiro do filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, André Magalhães e Jorge Farjalla assinam o texto da peça “Brilho Eterno”, que estreia dia 25 de março, em São Paulo. Tainá Muller e Reynaldo Gianecchini levam aos palcos os papéis interpretados no cinema por Kate Winslet e Jim Carrey, como Clementine e Joel. O espetáculo tem também a presença dos atores Wilson de Santos, Renata Brás, Fábio Ventura e Tom Karabachian.

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Premiado com o Oscar, o roteiro de Charlie Kaufman, no longa dirigido por Michel Gondry, é o ponto de partida para uma nova história nessa adaptação teatral. No cenário atual, a encenação de Farjalla questiona, de maneira lúdica e por muitas vezes cômica, o quanto as pessoas se mostram dispostas a viver situações de sofrimento por amor durante a vida. O papel cada vez mais essencial das relações humanas, sobretudo no mundo pós-pandemia, é o mote central de “Brilho Eterno”.

Para Gianecchini, “o espetáculo presta uma homenagem ao filme e seus fãs, mas, ao propor uma nova trama atualizada e contada de maneira leve de forma não linear – variando entre presente, passado e alucinação -, permite que cada espectador “monte seu quebra-cabeças”, encontrando outros significados a partir das próprias experiências. “Você pode até apagar um amor da mente, mas não pode apagar do coração. O brilho eterno é esse, o que não se apaga. Acredito que esta essência é a maior conexão entre a peça, o filme e o público que irá nos assistir”, resume.

A convicção de que os afetos e os valores passaram por grandes transformações desde o lançamento do filme (2004) também foi um elemento preponderante no processo de criação da peça. Tainá ressalta que alguns temas da obra original, ainda que tenham marcado o imaginário de uma geração, hoje podem ser discutidos de outra forma, especialmente a representatividade feminina. Para tanto, a peça investe em uma abordagem mais contemporânea e equilibrada entre os protagonistas. “Era preciso compreender quem são, hoje em dia, esse homem e essa mulher. Além disso, em  nossos diálogos, concordamos que a personagem feminina deveria estar em cena mais como ‘sujeito’ e menos como ‘objeto transformador’ do personagem masculino”, relata a atriz.

Foto: Priscila Prade

Farjalla acrescenta: “Joel e Clementine, personagens originais, servem como referência e espelho para Jesse (Gianecchini) e Celine (Tainá), porque ambos são fascinados pelo filme. Mas a partir daí criamos um novo texto que obviamente traz elementos e o fio condutor do original, mas com outros personagens e situações em torno dos protagonistas”. 

Por meio da história de Jesse e Celine, “Brilho Eterno” convida o público para uma pausa de reflexão sobre como nos relacionamos hoje. Dentre as questões sobre as necessidades, maneiras e intensidades dessas relações, estão perguntas como “O que nos faria repensar o conceito de ‘amor à primeira vista’?” “Em que momento percebemos que uma relação não deu certo ou mesmo procuramos entender os pontos de interesse em desencontro para salvar o essencial ao animal humano: a troca?” “O quanto as pessoas estão disponíveis a assumir esses momentos de sofrimento durante a vida?”

“Tenho refletido ultimamente sobre o quanto será importante fazer teatro desta forma, falando sobre amores e dores, com leveza e humor em certos momentos. A pandemia tem nos mostrado diariamente a importância dessas relações para o todo”, conclui o diretor. 

O espetáculo “Brilho Eterno” tem temporada prevista até 12 de junho, com sessões às sexta-feiras (21h), sábados (17h e 21h) e domingos (18h). Os ingressos já estão disponíveis em www.sympla.com.br e na bilheteria do Teatro Procópio Ferreira (R. Augusta, 2.823, Cerqueira César, São Paulo).

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