Rodrigão é sinônimo de miscelânea. Só que se você escutar os dois singles que ele disponibilizou pelo Midas Music, não terá a menor ideia disso – suas músicas trafegam por um reggae pop misturado a rap, trap e funk tão redondo que tudo parece planejado desde que começou a carreira, há 16 anos. Ouça aqui.
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Foi no colégio, aos 14 anos, que teve início a trajetória de Rodrigão na música, ao liderar a banda Mahus, de puro reggae. Ele cantava e canta como hoje, em “O Lado Certo e o Avesso” e “Moço”, com imensa propriedade sobre o gênero.
Só que a banda de colégio encerrou atividades quando deu sua entrada na vida adulta, ele deu seus rolês na música até que foi para o interior de São Paulo, se casou e iniciou trajetória concorridíssima no funk, com agenda lotada de shows e hits no gênero. Quando tudo parecia engatilhado, Rodrigão fez outra curva em U, deixou de cantar por dois anos e virou fisiculturista – entende agora o “sinônimo de miscelânea”?
A separação o levou de volta a São Paulo, onde encontrou o inspirador de suas letras atuais, William. O relacionamento é traduzido em seus textos e no clima energético, alto astral dos reggaes de acento dancehall que produz.
“Transformei essa história em músicas, essa descoberta de um novo relacionamento”, diz Rodrigão, explicando a temática de ficar um tanto distante da que é habitual no reggae.
Foi quando o universo o colocou em uma live sobre mentoria que era conduzida por Kamilla Fialho e Rick Bonadio. O produtor deu encaixe perfeito nas peças que Rodrigão tinha à disposição e o resultado disso são os singles.
“O Lado Certo e o Avesso” traz um reggae com hip hop e pop mais contemporâneo, em beat acelerado e vigoroso, com a imposição até de uma guitarra rock´n´roll. Já “Moço” é mais intimista e próxima da raiz do reggae, tanto nas harmonias quanto no texto e melodias.
Ambas traduzem uma nova guinada de Rodrigão. Ambas refletem um despertar tanto pessoal quanto artístico. Mas o mais importante é que ambas apontam na mesma direção, a do bom gosto artístico.