Obra de Maré de Matos – Foto: Divulgação
“Reflorestar o peito”. Essa é a expressão (e obra) que Maré de Matos usa para compartilhar a necessidade que sente diante dos cenários histórico, social, político e ambiental da atualidade. A artista interpela desigualdades estruturais na língua da poesia na exposição individual “Mais Valor Que Valia”, a partir desta quarta-feira (23.02), na Galeria Lume. Até 26 de março.
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Tecido, bordado, fotografia, tinta, ferro, plástico, são parte da materialidade que carrega as simbologias das criações de Maré. A artista mineira denuncia a relação equivocada entre desenvolvimento e devastação, que assola seu estado (MG) e o País. Nas obras que compõem a exposição, ela versa sobre a construção da ideia de valor articulada pelo capitalismo e as crises de valor que afetam a humanidade.
A invenção de valores formados no período colonial que impactam nos dias atuais é um dos pontos importantes de discussão e mensagem escancarada na produção dessa artista transdisciplinar.
Obra de Maré de Matos – Foto: Divulgação
Maré brinca seriamente com a semântica e a arte. “Mais nascimento que morte”, “Mais rio que resíduo”, “Mais montanha do que minério”, “Sertão Doce” (sobre a contaminação do Rio Doce por lama tóxica após rompimento das barragens em Mariana, Minas Gerais), “Falar com estranhos” são títulos de obras que exemplificam o jogo de palavras e conceitos abordados pela artista.
“Falo de uma bagunça cognitiva que nos desvincula de valores fundamentais, como a preservação da natureza, e proponho a conexão com recursos importantes, como a sensibilidade e a atenção. Não é sobre mim, é sobre paradigmas que afetam a humanidade”, declara Maré.
Rua Gumercindo Saraiva, 54, Jardim Europa, São Paulo.