Obra de Di Cavalcanti – Foto: Divulgação
Um marco com importância reconhecida a posteriori pela história e pela sociedade, a Semana de Arte Moderna de 1922 buscou e cumpriu o papel de romper o vínculo existente entre a produção artística brasileira e as matrizes europeias, quebrando as amarras da arte e assim permitindo a construção de uma cultura prioritariamente nacional.
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Como homenagem aos cem anos do evento, Juliana Mônaco exibe na Art Lab Gallery, a exposição “Semana de Arte – celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922”, onde exibe ao público trabalhos originais de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, autores que participaram da mostra. Antonio Peticov, artista contemporâneo convidado, apresenta uma série inédita com sete pinturas, além de obras de períodos diversos de sua trajetória em linguagem direta com os modernistas e a Semana de 22.
Obra de Anita Malfati – Foto: Divulgação
Complementando os 300 trabalhos em exibição, 84 artistas apresentam obras em suportes distintos como pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, e joias.
Em 1922, variadas representações culturais participaram do evento, como dança, música, literatura, pintura, arquitetura, escultura, poesia e palestras. Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, o escritor Mário de Andrade que, junto a Oswald de Andrade e Di Cavalcanti, articulou e organizou o evento. As figuras que se perpetuaram destacam os modernistas Oswald de Andrade, na literatura, Victor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, sendo ela responsável pela primeira exposição modernista brasileira, em 1917 onde suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram.
Nas palavras da curadora Juliana, “Escritores, pintores, escultores, e músicos sedentos por renovação, chocaram a elite paulistana, provinciana, em um evento central para a arte na Semana de 13 a 19 de fevereiro de 1922 em uma exposição de trabalhos com predileção nacionalista e o objetivo de fincar uma posição contra o academicismo, contra o ‘passadismo’, como eles mesmos, os modernistas, defendiam”.
Obra de Antonio Peticov – Foto: Divulgação
A Art Lab Gallery também “revisita o passado, reflete o presente e discute novas propostas para a arte brasileira através da perspectiva de 84 jovens artistas que participam como agentes históricos da nossa Semana de Arte!”, explica Juliana.
O tributo a Villa Lobos é expresso com a presença de um centenário piano no espaço expositivo que está disponível ao público durante o período de exibição da mostra.