Cultura

A revolução da criptoarte e seu impacto no consumo e no mercado da arte

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Foto: Divulgação/Istock

A criptoarte veio para revolucionar a maneira com que a arte em geral é consumida. Pouco tempo atrás, seria difícil imaginar que uma imagem digital pudesse ser vendida por milhões de dólares. Hoje, casas de leilões famosas mundialmente, por onde já passaram obras de grandes artistas, já promovem a venda de obras inteiramente virtuais em valores astronômicos. Alguns museus não ficaram para trás, e também já contam em seus acervos com obras originais digitais. A verdade é que a criptoarte já entrou na mira de colecionadores, ricos investidores e do público entusiasta. Quer entender melhor?

Criptoartes são do tipo NFT, ou token não fungível, o que significa que cada obra é associada a um certificado de autenticidade único e imutável que garante a exclusividade deste item. E por mais que cópias da obra possam circular pela internet, somente uma é a original. É algo parecido com o que ocorre com obras de arte consagradas. Por mais que existam várias cópias, a original é única! Por conta desta tendência, muitos artistas têm migrado da arte material para a digital, já enxergando essa nova forma de consumo. Nesse mercado, uma obra pode alcançar altos valores, e tem atraído a atenção de famosos como Justin Bieber, Neymar, Shakira, entre outros.

O mercado de NFT cresceu 705% em 2020, de acordo com a NonFungible, empresa especializada em análise de dados do ramo de NFT, movimentando dezenas de bilhões de dólares. Os itens são geralmente disputados em leilões virtuais, e a “raridade” do item é o que determina seu valor. As artes são registradas em blockchain, espécie de assinatura digital, e negociadas através de criptomoedas. O impacto dessa novidade ainda é difícil de mensurar, de acordo com especialistas em artes, e divide opiniões. Se por um lado colecionadores mais tradicionais não veem com bons olhos adquirir uma obra que não seja física, os entusiastas da arte digital enxergam um horizonte de possibilidades.

Entre os grandes destaques desse mercado, pode-se destacar a obra Beeple’s Everyday, do artista Mike Winkelmann, vendida por US$ 69,3 milhões, sendo mais valorizada que obras de mestres da pintura. Outra venda milionária foram os 10.000 itens da coleção do Bored Ape Yacht Club, no total de US$ 26 milhões. Se você se interessou em garantir a sua, saiba que a única moeda aceita neste meio é a criptomoeda, como o Bitcoin, por exemplo. Uma vez adquirida, a obra é exclusividade sua, garantida pelo blockchain, podendo assim até mesmo tornar-se uma espécie de ativo digital. E é geralmente aí que está o grande atrativo da criptoarte.

A verdade é que a criptoarte abalou o mundo das artes, trazendo novas perspectivas de como pode ser percebida e consumida. Para alguns, pode ser coisa de momento – para um nicho específico e endinheirado. Para outros, mudará a relação de como vemos arte, permitindo o consumo em qualquer lugar, o que antes era restrito aos museus, além da abertura para novos artistas. É inegável, porém, que aos poucos as coisas não serão mais como antes.

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