Cultura

“Violência em Preto e Branco” abre as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922

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Violência em Preto e Branco – Foto: Alvo

A partir de 5 de janeiro de 2022 começam as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, e para abrir o evento foi escolhida a instalação “Violência em Preto e Branco”, concebida pelo artista visual Alvo. A obra conduz o visitante em uma experiência audiovisual imersiva para chamar a atenção para a questão da violência.

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Divisor de águas na produção das artes plásticas no país, a chamada Semana de 22 rompeu padrões não apenas artísticos, mas também sociais e políticos. Por isso, a escolha de abrir com essa instalação não ocorre em vão. A obra de Alvo convida a rever as relações humanas, em especial aquelas que ocorrem diariamente no ambiente doméstico, lugar que na teoria devia ser o mais seguro possível.

“Nunca foi tão urgente e necessário revisitar o lar e rever padrões, pois a violência doméstica no Brasil aumenta de forma exponencial todos os dias, sobretudo após o longo período de isolamento imposto pela pandemia de Covid-19, atingindo pessoas da infância à vida adulta, tendo vítimas de todos os gêneros, idades, raças e condições socioeconômicas”, afirma o artista.

Série Parto de Vida – Foto: Alvo

Assim como a Semana de 22 confrontou ideologias e uma estética vigente, Alvo diz que, com sua arte, também quer romper barreiras artísticas pré-concebidas. “Eu canalizo minhas respostas aos atos de violência me expressando pela arte. Quero que essa mostra seja um ponto de reflexão, que as pessoas olhem mais para dentro de si, julguem menos e percebam mais o próximo.”

Para a curadora da mostra, Andrea Dantas, a pesquisa desenvolvida por Alvo foi motivada pela invisibilidade e crueldade da violência doméstica, e propõe reflexões necessárias e de extrema urgência.“O objetivo deste trabalho é denunciar a dolorosa realidade enfrentada por muitas famílias que, de forma silenciosa, são violentadas ou morrem todos os dias pelo simples fato de existirem e tudo isto normalizado pela manutenção da estrutura machista e patriarcal”, afirma.

Repleta de conceito e crítica social, a exposição resulta de três anos de estudos sociológicos, laboratórios de rua na Cracolândia, bate-papos com vulneráveis e convívio direto com vítimas de abuso. Todos as obras foram produzidas majoritariamente com materiais recicláveis e captados no próprio Bom Retiro e em outras áreas da região central de São Paulo. Ao todo, são 8 esculturas, 16 fotos, 12 fotos-performance (projeção), 8 gravuras, 9 telas, 1 curta-metragem e 1 painel solidário (40 telas dispostas em um único painel pintadas por crianças da ONG Mundo da Fantasia, do Taboão da Serra).

 

 

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