Conheça Thiago Pantaleão, o novo cantor da cena pop brasileira
Thiago Pantaleão é um novo nome da cena pop nacional – Foto: Ernna Cost/Divulgação
É da cidade de Paracambi, no Rio de Janeiro, que vem a voz da nova potência da música pop brasileira: Thiago Caitano Romeiro Pantaleão, ou apenas Thiago Pantaleão, tem 24 anos e desponta como uma das principais promessas do ritmo, brincando entre o pop eletrônico e o dançante que agarram grande público no Brasil atual.
Mesmo dando os primeiros passos na carreira, o artista expressa forte e livremente sua opinião sendo um cantor membro da comunidade LGBTQIAP+, abordando a temática em suas canções. “Deve ser presente porque, assim como eu, existem outros meninos que precisam de referências e precisam se enxergar. Devemos ser respeitados. É um direito básico enquanto cidadão e que orientação sexual não tem nada a ver com isso”, completou.
Atualmente, Pantaleão é contratado pelo selo musical Monkbiz e prepara para o ano que vem seu álbum de estreia, que está sendo produzido por grandes nomes do ramo do pop no Brasil: Ruxell, Pablo Bispo e Gondim. “Estou trabalhando muito pra entregar o melhor de mim e, em 2022, vocês vão ter o melhor de tudo: vou lançar um álbum e estou muito feliz. Está sendo uma experiência incrível e já posso dizer que vem hits e parcerias incríveis”, finalizou.
Veja a seguir entrevista completa com Thiago Pantaleão sobre inspirações, primeiros passos na música, referências e muito mais.
Thiago Pantaleão é um novo nome da cena pop nacional – Foto: Ernna Cost/Divulgação
RG – Antes da gente falar sobre seu som, me conta um pouco sobre você. Ouvi dizer que você é um homem bissexual, nascido e criado dentro de um lar evangélico. Como foi sua infância e adolescência?
Thiago Pantaleão – Minha infância foi um período de descobertas! Foi o período que eu descobri a paixão pela música, pois tive contato com as “divas” gospel durante o tempo em que frequentei a igreja junto com meus pais. E foi também minha primeira experiência com conflito religião versus orientação sexual. Digo isto porque descobri o verdadeiro motivo de gostar de futebol. No início, ia por gostar muito de jogar mas, depois, percebi que estava indo pra olhar os meninos bonitos.
RG – Como a música e a arte entraram na sua vida? Tem outros artistas na sua família?
Thiago Pantaleão – A adolescência foi um processo de descoberta maior ainda. Foi nessa fase da minha vida que percebi o conflito enorme entre estar na igreja e ser LGBTQIAP+. Foi o momento onde me assumi pra minha mãe, para os meus amigos, perdi quase todas as amizades depois disso, mas foram coisas que me deixaram mais forte hoje. A música e a arte sempre estiveram presentes na minha vida, desde pequeno sempre preferi as matérias que podia desenhar, me expressar e sempre fui viciado em filmes da Disney. Minhas primeiras referências foram os meus pais, minha mãe cantava na igreja então ela foi a minha primeira diva pop gospel. As cantoras evangélicas eram as divas pop da minha infância, mas só até conhecer Mariah Carey, Beyoncé e Rihanna.
RG – O dom de cantar surgiu quando na sua mente? Você se lembra?
Thiago Pantaleão – Desde moleque, sempre gostei muito de cantar e fui muito influenciado pela minha mãe, por quem tenho profunda admiração, então sempre cantava junto com ela, com o meu pai que também é um músico incrível. As pessoas elogiavam demais e foi aí que percebi que além de amar cantar, era algo que Deus me deu e poderia usar.
RG – A bissexualidade foi algo pessoal muito forte para você? Como lidou? Aceitou rapidamente ou foi algo demorado?
Thiago Pantaleão – Acho que, por questões religiosas, a minha orientação sexual e sexualidade foram um tabu desde sempre. Um lado de mim queria simplesmente esquecer isso por achar que isso seria o que me levaria pro inferno. Por outro lado, sempre senti que era algo natural e que não tinha problema nenhum com isso. Lembro que quando fui me assumir pra minha mãe, a primeira coisa que ela falou foi: eu te amo, meu filho, mas você sabe que vai pro inferno, né? E aí eu lembro de ter pensado bastante sobre aquilo e cheguei a conclusão na época de que: era melhor viver minha vida sendo quem eu sou e tendo orgulho disso e depois ir pro inferno do que viver uma mentira pra ir pro céu. Desde então, minha mãe sempre me apoiou e foi a pessoa que mais me fez sentir orgulho de ser quem eu sou.
Thiago Pantaleão é um novo nome da cena pop nacional – Foto: Ernna Cost/Divulgação
RG – Essa temática é frequente nos seus trabalhos musicais?
Thiago Pantaleão – Tem e deve ser presente porque, assim como eu, existem outros meninos que precisam de referências, precisam se enxergar e entender que tá tudo bem. Devemos ser respeitados, e temos o direito de receber amor e que não tem nada de errado nisso. É um direito básico enquanto cidadão e que orientação sexual não tem nada a ver com isso.
RG – Aliás, quem são ou quais são suas principais referências sonoras hoje em dia? No que você se espelha?
Thiago Pantaleão – Com certeza, Lil Nas X, Gloria Groove, Luísa Sonza, Frank Ocean, Danny Bond, Ludmilla, Lukinhas, Tasha e Tracie, Ashnikko. Fico muito feliz que, uma grande parte dos artistas que mais admiro hoje, é fechamento. São parceiros e chegam junto, trocamos ideias, compartilhamos memes e isso é louco. Me espelho sempre na atitude, coragem e no que esses artistas representam. Acho que a mensagem vai muito além da música em si e é isso que mais me inspira.
RG – Como imagina sua carreira e quais os caminhos que quer seguir?
Thiago Pantaleão – Quero ser um dos maiores artistas do País e do mundo e vou lutar muito pra que isso aconteça, mas quero ser sempre verdadeiro. Quero que minhas músicas alcancem e mudem a vida das pessoas e é isso o que importa pra mim.
RG – A temática de raça é algo presente na sua obra? Como retrata este tema e como ele te bate?
Thiago Pantaleão – Acho que é impossível não ser presente porque a sociedade nunca te deixa “esquecer” isso. Já passei por mais de 10 duras ao lado dos amigos brancos e eu era o único a ser parado. Não dá pra esquecer das pessoas que criticavam o meu cabelo usando adjetivos como duro e que parecia palha de aço. Mesmo eu sendo ‘lightskin’, reconheço que alcanço lugares e sofro o racismo de uma forma diferente, mas ainda sofro. E vou lutar sempre contra isso.
RG – Quais são os seus próximos trabalhos? O que você pode nos adiantar?
Thiago Pantaleão – Estou trabalhando muito pra entregar o melhor de mim e, em 2022, vocês vão ter o melhor de tudo: vou lançar um álbum e estou muito feliz. O álbum está sendo produzido pelos melhores produtores do Brasil, Ruxell, Pablo Bispo e Gondim, com a ajuda do artista incrível e melhor amigo, Lukinhas. Então, está sendo uma experiência incrível e já posso dizer que vem hits e parcerias incríveis.